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Seguros

- Publicada em 26 de Setembro de 2021 às 10:00

Procura por seguro de vida está em alta

O número de novas infecções notificadas foi de 1.865, enquanto a média móvel de testes positivos na última semana é de 6.173

O número de novas infecções notificadas foi de 1.865, enquanto a média móvel de testes positivos na última semana é de 6.173


GIL COHEN-MAGEN/AFP/JC
A percepção da vulnerabilidade talvez nunca esteve tão presente entre as pessoas como neste período da pandemia. Não por acaso o seguro de vida fechou o ano de 2020 com um crescimento de 11,3% em relação a 2019, segundo dados da Susep.
A percepção da vulnerabilidade talvez nunca esteve tão presente entre as pessoas como neste período da pandemia. Não por acaso o seguro de vida fechou o ano de 2020 com um crescimento de 11,3% em relação a 2019, segundo dados da Susep.
Em 2021, a tendência também é de alta. Nos primeiros seis meses do ano, conforme dados da CNSeg, o seguro de vida arrecadou R$ 10,9 bilhões em prêmios, variação 19,3% maior quando comparada ao mesmo período do ano passado.
É verdade que o volume de indenizações pagas a beneficiários desse segmento também vem crescendo. No primeiro semestre deste ano, as empresas desembolsaram R$ 5,9 bilhões a segurados, entre contratos individuais e coletivos, uma alta de 95,8% em relação ao mesmo período de 2020.
Patricia Naibert, 39 anos, é uma das mais recentes seguradas desse ramo. A morte de um familiar próximo, vítima de Covid-19, acendeu o medo da possibilidade de deixar a família desamparada e a fez correr atrás do produto no fim do ano passado. "Contratei o seguro para garantir a minha família. Nunca sabemos o dia de amanhã", recorda.
Apesar de ter como foco o pagamento aos seus dependentes em caso de morte, outro benefício previsto no seguro chamou a atenção da cabeleireira: a chamada Diária por Incapacidade Temporária (DIT). Trata-se de uma cobertura para casos em que o segurado precise se afastar do seu trabalho em razão de alguma doença ou acidente pessoal. Nesse caso, é pago um valor por cada dia que ele estiver fora de atuação.
Por ser trabalhadora autônoma e por não estar pagando o INSS, viu no DIT uma maneira de se prevenir, decisão que se mostrou acertada pouco tempo depois. "Fui uma pessoa que fiz o seguro em função da pandemia e acabei utilizando por outra razão. Tive fortes dores de cabeça e fiquei internada por oito dias, porque estava sofrendo de hipertensão intracraniana, o que me deixou afastada por 40 dias do trabalho", relata.
Ao receber as diárias do seguro durante o período em que esteve afastada, a profissional, que atua há mais de 15 anos no Centro de Porto Alegre, pôde ficar de repouso pelo tempo necessário e, ao mesmo tempo, conseguiu arcar com suas despesas em um momento de dificuldade. "Me conhecendo, não iria cumprir o atestado se não tivesse essa diária, porque precisaria voltar a trabalhar para saldar as minhas dívidas. Por isso, digo que as pessoas devem olhar para os seguros com outros olhos e se planejar", defende.

Momento é oportuno para atrair novos segurados

A falta de contratação de seguros por uma parcela grande da população é ainda um problema a ser enfrentado pelo mercado segurador brasileiro. Uma pesquisa feita pela Prudential do Brasil, em parceria com o Ibope, em 2019, revelou que somente 15% dos brasileiros tinham seguro de vida, seja ele pago de forma individual, por um familiar, ou mesmo pela empresa em que trabalha. A pesquisa também apontou que apenas 20% dos entrevistados afirmaram ter interesse em adquiri-lo em 2020.
"Se comparar com países de referência, vemos que, hoje, no Japão, 90% da população possui algum tipo de seguro de vida. Nos Estados Unidos, esse índice é de 60%. Neste contexto, existe uma enorme possibilidade de crescimento no País", afirma André Paiva, VP comercial regional da Prudential Brasil, empresa com mais de 3,1 milhões de vidas seguradas no País e que tem como uma de suas metas chegar a 5 milhões de clientes até 2023.
A questão de subpenetração do mercado de seguros brasileiro também é diagnosticada pela Bradesco Seguros, que vê a restrição de poder aquisitivo da população e a baixa cultura de desenvolvimento do mercado como os principais entraves para solucionar essa equação.
"A primeira razão é bem complexa, mas a segunda implica em grandes oportunidades, o que significa que temos pela frente um grande espaço para crescimento. Devido ao cenário de profundas transformações, notamos um ciclo bastante positivo para o setor de seguros como um todo, envolvendo diversas linhas de negócios, com novas oportunidades para a ampliação da oferta de produtos", analisa o superintendente executivo da Bradesco Seguros na região Sul, Altevir Prado.
Ele ressalta, porém, que para atrair um número cada vez maior de pessoas, essas novidades precisam ser ofertadas de acordo com as novas formas de consumo dos clientes, o que envolve digitalização dos processos, permanência dos canais de vendas e o uso de alta tecnologia. "Muito possivelmente, o setor sairá dessa situação mais maduro, digital, inclusivo e sustentável, apto a oferecer soluções cada vez melhores e mais eficientes. O desafio posto, nesse particular, é que uma parte dos consumidores continuará como era antes, enquanto outra parte mudou sua forma de consumir. Precisamos estar atentos a essas duas realidades", pontua.