Em uma das várias mesas no espaço localizado na Osvaldo Aranha, número 1086, era possível ver jovens, muitas vezes recém-chegados do interior, alimentando o sonho de montar uma banda. Não precisaria de muito para encontrar nomes já consolidados da cena cultural, como Nei Lisboa sozinho em alguma mesa, possivelmente rabiscando uma letra de música. É claro que só poderia ser na Lancheria do Parque, espécie de coração do Bom Fim e um dos lugares mais queridos de Porto Alegre.
Durante muito tempo, a "Lanchera", como é carinhosamente conhecida, foi um verdadeiro ponto de encontro de muita gente ligada à cultura, em diversas áreas. A lista é longa e abarca artistas dos mais variados gêneros, todos unidos e atraídos pela dinâmica quase única da Lancheria: um atendimento acolhedor e comida e bebida acessíveis. Tanto que muitos dos trabalhadores se tornaram amigos de músicos. "Eu fui criado junto com a Cachorro Grande, Pata de Elefante, Tequila Baby, Bidê ou Balde, várias. Com a Cachorro Grande, por exemplo, tem uma história muito linda, a gente saía da Lancheria e ia ao show apoiar os guris", diz Fachini, sócio e atendente no local há quase 30 anos.
O historiador e autor do livro História de um Bom Fim - boemia e transgressão de um bairro maldito, Lucio Pedroso, conta que a Lancheria sempre foi um ponto de encontro, mas que teve diferentes fases, refletindo também a história do bairro. Entre o fim da década de 1990 e o início dos anos 2000, assumiu uma espécie de protagonismo com um público mais voltado à arte. "A Lancheria é mais importante para essas bandas dos anos 2000 do que para as outras bandas mais tradicionais, mais clássicas do Bom Fim, mas mesmo assim, eles também frequentavam", diz. Muitas vezes, nessa época, a 'noite' acontecia lá mesmo. "Você ficava conversando, trocava de grupo e ia ficando, saía às duas da manhã da Lancheria", conta Lúcio. No período, ela ainda fechava mais tarde, pelas duas da manhã, mas logo já abriam novamente, às seis.
O ator e empreendedor cultural Zé Victor Castiel compartilha uma história bonita com a Lancheria do Parque. Um frequentador assíduo praticamente desde o começo, Castiel conta que o Porto Verão Alegre, do qual é um dos fundadores, nasceu lá, no final da década de 90. "Ali a gente teve a ideia e produziu todo o evento, inclusive com o patrocínio da lancheria, que nos dava refeições, e era o único lugar que vendia os ingressos", conta. Em uma das mesas mais ao fundo, Castiel e seus colegas costumavam fazer as reuniões com grupos de teatro e com possíveis patrocinadores. As vendas traziam também mais público para a Lancheria, e fortaleciam a relação com a cultura.
Aliás, a Lancheria sempre foi um ponto de muita divulgação artística, com cartazes de shows, peças de teatro e exposições. "Sempre liberamos para a galera. Só chegar e colocar", diz Fachini. Ele tem muitas histórias, e enumera uma lista de artistas com quem já lidou e atendeu, lembrando com carinho das várias relações que o trabalho lhe proporcionou. "Era uma mistura, tu não sabia quem era quem, não sabia se ele era um estudante, ou se era um músico, ou se era um trabalhador, eles andavam todos juntos. Esse era o diferencial da Lancheria", diz. Neomar Turatti, também sócio e atendente, e que está desde o começo do empreendimento conta a sua experiência. "Nós saindo interior, e meio 'colono', como se diz, aprendemos muito aqui onde era o centro cultural e artístico de Porto Alegre, convivendo com um monte de artistas e vendo que eles são pessoas normais também, que também estão batalhando", diz.
No dia 9 de maio, a Lancheria do Parque vai completar oficialmente quarenta anos. Todo esse tempo deixa muitas histórias e marcas, de geração em geração. "É tudo graças ao amor desses clientes. Eles lembram da história da Lancheria e trazem as famílias aqui, isso está salvando a Lancheria, sem falar do povo do Bom Fim, que sempre nos acolheu muito bem", completa Fachini.
Fantástica ebulição cultural
Espaço na avenida Osvaldo Aranha testemunhou verdadeiro caldeirão cultural em décadas passadas
LUIZA PRADO/JC
O músico Beto Bruno conta que veio de Passo Fundo para Porto Alegre com a intenção de montar uma banda. "Na minha cidade, na época, as pessoas comentavam que na capital tinha uma lancheria, que era em frente ao Parque da Redenção e que todos os músicos da cidade ficavam lá, iam comer e beber, então, se tu queria encontrar a classe artística e musical, tu tinha que ir lá", conta. Ele então relata que quando finalmente foi para Porto Alegre de carona com um amigo, em 1999, pediu para que o deixasse direto na Lancheria.
"Falei para ele me deixar lá, e fiquei direto uns três anos. E em três ou quatro dias que eu frequentei ali, eu fiz uma dezena de amigos, que também estavam montando uma banda, e alguns desses amigos acabaram sendo o que foi a Cachorro Grande", diz. Para ele, a cena era efervescente. "Acontecia ali, na nossa mesa estava se montando uma banda, na mesa de trás tinha um grupo de teatro, na mesa do lado, era de artes plásticas, a gente vivia aquilo", diz. Beto conta que se emociona ao falar da 'Lanchera', porque também conheceu a sua esposa lá, a artista visual Denise Gadelha.
A história com a cena cultural, entretanto, é ainda mais antiga, já que músicos da geração de Nei Lisboa também frequentavam com assiduidade. "Devo ter sido um dos primeiros clientes. Morava a uma quadra dali, e vivia nos bares da Osvaldo Aranha, então de imediato comecei a frequentar. E o estilo da lancheria - de bom espaço, porções fartas e preço acessível - passou a levar todo mundo pra lá. Já não frequento mais, de vez em quando passo por ali só pra matar a saudade no olhar", diz. Nei diz que muito compôs nas mesas da Lancheria. "A maior parte acho que foi parar no lixo, claro, depois da décima cerveja. Lembro de rabiscar "Dirá, dirás" ali numa tarde, quase a versão final, em um papel encerado daqueles de enrolar xis burguer", confessa.
O cineasta Otto Guerra também é um dos clientes das antigas. Ele lembra que frequentava a região ainda antes mesmo da Lancheria existir. "Aquele local ali, além do cinema Baltimore, tinha bares, fliperamas e até uma pista de esquiar no gelo, chamava Gelorama. Existia o Fedor, restaurante já com ares do que anos mais tarde viria a ser a 'Lanchera'. Ela foi uma continuação desse nicho da cidade, mas sem dúvida, no início, quando se podia fumar, não tinha horário pra fechar, se é que fechava, o local virou o epicentro de uma fantástica ebulição cultural", conta. Ele lembra de um episódio curioso. "No meio da noite surgiu uma bruxa ensandecida, ela tinha estranhas pinturas no rosto, estava seminua e gritando: era uma conhecida em pleno surto psicótico. Eu a cobri com meu casaco e acalmei a pessoa. Ela então voltou a si, se deu conta que estava na Lancheria, e disse 'nossa, que bom que vim parar na minha casa!'", diz. Guerra é frequentador até hoje da Lancheria, e um dos seus pratos favoritos é a língua.
Histórias curiosas não faltam para a Lancheria nesses quase 40 anos de existência. Zé Victor Castiel talvez tenha uma das mais peculiares. No início dos anos 1990 ele viajava a trabalho para o interior com o seu carro, um Fiat Uno. Quando retornou, em uma sexta-feira, estacionou o automóvel em frente à Lancheria para comer algo e conversar com o pessoal. "Acontece que deu uma tromba d' água, um temporal do tamanho de um bonde, e eu fiquei na Lancheria tomando café. Quando eram 18h30min eu saí e tinham roubado o meu carro. Voltei e avisei o Neomar, que estava no caixa", diz. No outro dia, Castiel recebeu uma ligação da Lancheria, avisando que alguém deixou um bilhete lá com o endereço de onde estaria o carro. Ele seguiu as instruções e encontrou o carro com o material de trabalho intacto. "A notícia correu por ali e de certo me devolveram porque eu estava sempre lá, conhecia todo o pessoal da Lancheria, então, tinha isso também", conta. Seus filhos continuam também cultivando a relação com os atendentes, uma amizade que Castiel mantém há muitos anos.
Fachini é enfático em dizer que é difícil lembrar de todos os artistas que já passaram pela Lancheria. Perguntado se pensa em se aposentar, ele diz que a Lancheria não deixa. "Mas quando eu sair, já tá acertado, vai ter um grande show com todos esse rockeiros, vão colocar o palco ali no meio da Osvaldo, vamos fechar a Avenida, prometi para eles. A gente vai fazer os coqueiros tremerem", promete.
Acompanhando as mudanças do Bom Fim
Lancheria abriu em 1982, em momento de efervescência no bairro
ACERVO JORNAL JÁ BOM FIM/DIVULGAÇÃO/JC
Na década de 1970, a cidade passou por fortes transformações estruturais que levaram a uma maior urbanização. O campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) fez disparar o número de estudantes morando na região. "É por aí que começa a mudar. Não que o bairro não tivesse uma boemia, ele já tinha vários bares frequentados por moradores principalmente da comunidade judaica, tipo o Fedor e o João", explica Lucio Pedroso.
Com os estudantes, começa a se fortalecer na década de 1970 um polo de boemia, que é como ficou conhecida a Esquina Maldita, na Sarmento Leite com a Osvaldo Aranha, e que desencadeou uma reorganização do bairro Bom Fim, fomentando a abertura de uma série de outros bares e espaços culturais pelas redondezas, contribuindo, então, para a sua aura de bairro irrequieto e boêmio. "Muitas pessoas que frequentavam bares como o Alaska e Copa 70 nessa época são pessoas que, de certa forma, foram importantes depois, na outra fase, que traz muito forte esse transgressão, uma desbunde, uma forma de extravasar", acredita Lucio.
Em 1980, foi fundado o Bar Ocidente, que serviu como guia também para o movimento de expansão da boemia pela Osvaldo Aranha. "Foi um desses pontos importantes para fazer a migração da esquina maldita mais para o meio da Avenida, e daí vem essa outra fase: o bar Lola, o bar João, e a Lancheria era mais um desses pontos. Nessa época ela não tinha uma importância de concentrar pessoas ligadas a essa cena artística e cultural, mas sempre era um lugar que as pessoas iam para comer, beber, tomar um suco", explica. O cinema Baltimore nessa época atraía muito público para a Lancheria, que abriu no dia 9 de maio de 1982.
A cena cultural era forte no Bom Fim principalmente nos anos 1980. "São pessoas que estavam produzindo cinema, arte, música e também consumiam, se retroalimentavam dentro do mesmo espaço. Então, um acabava influenciando o outro, criando uma cena bastante sólida", explica Lucio. Tanto que, naquela época, muitas bandas foram notadas por gravadoras do centro do País, tendo uma projeção nacional.
O momento também tinha influência da saída da ditadura militar. "Existia uma energia retida que as pessoas precisavam extravasar. Isso acabou tendo uma importância na história do bairro, aconteceu em vários lugares no Brasil esse movimento jovem urbano", diz Lucio. Ao mesmo tempo, houve também muita repressão policial no período. Os usos do Bom Fim também tiveram caráter político, assim como também de movimentos relacionados a grupos LGBTQI , como a Parada Livre, que acontece na região do Parque da Redenção.
Lucio destaca que mais tarde, durante a década de 1990, vários bares começaram a fechar, muito também parte de uma política de regulamentação da cidade. "Houve um vácuo, e alguns lugares como o Ocidente e o Escaler estavam fechados temporariamente. A Lancheria, então, acabou virando o local em que as pessoas se encontravam antes de ir para as festas, porque outros lugares tinham aberto, por exemplo, o Elo Perdido na Garibaldi, ou o Garagem Hermética na Barros Cassal", conta. Uma história que continua girando e se modificando até hoje.
História feita pelos trabalhadores
Atendentes da 'Lanchera' têm relação próxima com os clientes e com o bairro Bom Fim
LUIZA PRADO/JC
Por entre gritos anunciando os pedidos dos clientes e os diversos sucos entre as mesas espalhadas, o atendente e sócio Neomar Turatti lembra dos seus primeiros dias. "Quando viemos para Porto Alegre, nós tínhamos uma lancheria perto da Rodoviária. Como ali não abria no domingo, nós íamos para a Redenção para passear, jogar futebol, e percebemos que seria um excelente ponto por ali", diz. Então, eles procuraram uma loja vaga e encontraram o espaço em que estão até hoje.
Naquela época, Neomar conta que muitos dos clientes ainda eram da comunidade judaica, muito presente no bairro. "Era bem dividido, na época estava começando mais forte a boemia e os judeus também. São um povo muito querido, nos abraçaram e nós os abraçamos. Aqui, no Bom Fim, eu me sinto em casa há quarenta anos", diz. Ele também explica que um dos segredos do sucesso da Lancheria foi aprender com a rotina dos clientes. "Sempre tentando fazer o melhor, o correto, e isso passa por observar o que o cada um mais gosta, então, por exemplo, chegava um cliente que queria um xis e o chapista já conhecia o cliente e já sabia que ele queria sem queijo, então, já vai pegando a manha e de como ele gosta do lanche, vai aprendendo", diz.
Maury Fachini entrou em abril de 1992 na Lancheria. Na época, era comum ter mais pessoas em pé do que sentadas no local, com um grande fluxo de clientes, principalmente frequentando à noite. "Aqui era um grande ponto de encontro de todas as tribos de Porto Alegre", aponta. Essa dinâmica foi comum até o início dos anos 2000, época em que mudanças como a proibição do fumo dentro do restaurante deram novos ares ao negócio. "No começo, foi difícil, mas hoje me sinto orgulhoso em ter feito parte disso, em pedir para o pessoal apagar o cigarro. Até hoje tem gente que parou de fumar e que vem agradecer", conta. Para o historiador Lucio Pedroso, a proibição do cigarro foi um dos fatores para que as pessoas não frequentassem a Lancheria mais como um lugar de boemia.
Fachini acredita que a história da Lancheria é formada pela trajetória de todos os funcionários. "Sem eles não teria nada", avalia. Quem já foi alguma vez na Lancheria do Parque quase que instantaneamente percebe que a relação entre os trabalhadores é diferente, e isso influencia no atendimento com os clientes. Atualmente são dez sócios encabeçados pelo fundador, o muito estimado Seu Ivo, que funciona como uma cooperativa. Lucio Pedroso acredita que essa organização mais horizontal acaba refletindo na coesão do trabalho. "Acho que tem a ver com a forma como eles se organizam enquanto empresa. Existe uma preocupação dos funcionários, acho que diferencia ela de outros espaços", diz.
Ausência sentida
Reabertura do espaço foi celebrada por frequentadores
LUIZA PRADO/JC
Quando a Lancheria fechou devido à pandemia da Covid-19, houve uma comoção em Porto Alegre. Qualquer novidade sobre o seu rumo se espalhava pelos grupos de WhatsApp, e virava notícia na mídia local. O bar que nunca fechava teve que se ausentar do cotidiano do porto-alegrense por cerca de oito meses, de março até novembro de 2020. Fachini, assim como muitos colegas de trabalho, também mora em um apartamento no prédio da Lancheria, e lembra de olhar para uma vazia Osvaldo Aranha e sentir uma grande tristeza. "Foi muito pesado, parecia que a Lancheria estava morrendo. Eu sentia isso. Ela precisa de vida, energia, alegria, e naquele momento tu não vê ninguém, é muita dor e muita tristeza", desabafa.
Felizmente, mesmo com a pandemia ainda pairando sobre a vida de todos, o empreendimento foi retornando forte, sempre contando com o público cativo. "Na época, recebemos ligações de muitas pessoas, e isso nos emocionou muito, a gente sentiu que a Lancheria é muito forte e unida", diz. Eles ainda sentem falta do público mais idoso e principalmente dos estudantes dos colégios próximos, como o Militar, e também dos alunos e professores da Ufrgs, que têm campus localizados ao redor. Entre as mudanças, estão melhorias pontuais como uma reforma nos banheiros, e todos estão mantendo o distanciamento e aplicando as ações necessárias contra a Covid-19.
E como não se mexe em time que está ganhando, o cardápio da Lancheria continuou basicamente o mesmo, com os preços ainda acessíveis, mesmo com uma crise econômica em vários setores. "Hoje tá difícil, a la carte subiu muito no mercado, principalmente a carne, mas a gente vai segurar até onde der. A gente acredita ainda que vai dar uma baixada, vai estabilizar para que a gente siga trabalhando no preço atual", explica Fachini. Vários clientes sentiam falta do xis, do famoso cheiro de gordura que volta e meia permeia o ar do ambiente.
Durante o período em que fecharam, vinte funcionários tiveram que ser demitidos. "Mesmo nesse momento o Seu Ivo não os abandonou, ele pedia para a gente entrar em contato com todos para saber como estavam vivendo nesse período, procurou não deixar nenhum desamparado", conta Fachini. Segundo o sócio, muitos não voltaram porque encontraram outros empregos ou mudaram de cidade, mas quem quis, retornou ao serviço.
Olhares sobre a 'Lanchera'
Documentário Osvaldo Aranha 1086 retratou rotina do espaço
/OSVALDO ARANHA 1086/REPRODUÇÃO/JC
Com tantos anos sendo um local relevante para a cena cultural de Porto Alegre, é normal imaginar que a Lancheria seria referenciada em diversos produtos culturais. Um dos mais conhecidos é o curta-metragem Osvaldo Aranha, 1086 - Um dia na Lancheria do Parque (2012), dirigido por Guilherme Petry e roteirizado por André Czarnobai Cardoso.
Em formato de documentário, o curta relata o cotidiano do estabelecimento, desde a sua abertura, antes do nascer do sol, até o seu fechamento, à noite, utilizando-se de várias entrevistas com os frequentadores. Segundo Cardoso, a produção foi filmada mais ou menos em uma semana. "Foi tudo muito orgânico e espontâneo - como é, também o clima da própria Lancheria. A gente meio que chegava lá, sentava numa mesa, observava e quando pintava alguém que parecia valer uma boa entrevista, ia conversar", diz.
Ainda no audiovisual, há o Filme sobre um Bom Fim, de Boca Mingotto, lançado em 2015, que traz algumas cenas da Lancheria. A série VidaAnormal, filmada na década passada e que mostrava a rotina de um grupo de amigos em Porto Alegre, teve várias cenas gravadas no estabelecimento. Há, ainda, o documentário Errante - um filme de encontros (2015), que apresenta cenas da Lancheria no início da película.
Em termos de livros, há muitos exemplos que têm passagens na Lancheria do Parque. Entre os mais recentes estão as obras Meia Noite e Vinte, de Daniel Galera, Tupinilândia, de Samir Machado de Machado, O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, e Porque era ela, porque era eu, de Clara Corleone. O jornalista e escritor Juarez Machado também já refletiu sobre a Lancheria em várias obras. Além disso, ela é também objeto de pesquisa, surgindo em um número expressivo de dissertações e teses acadêmicas.
* Rafael Gloria é jornalista, mestre em Comunicação pela Ufrgs, editor fundador do Coletivo de Jornalismo Cultural Nonada – Jornalismo Travessia e sócio da agência Riobaldo


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