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reportagem cultural

- Publicada em 30 de Dezembro de 2020 às 20:02

Escritora Lya Luft comenta sua obra e fala de projetos para o futuro

Natural de Santa Cruz do Sul, autora de 82 anos despontou na literatura há quatro décadas

Natural de Santa Cruz do Sul, autora de 82 anos despontou na literatura há quatro décadas


LUIZA PRADO/JC
Quem já leu algum romance de Lya Luft sabe que a escritora é exímia em devassar famílias disfuncionais e revelar os avessos da condição humana em textos impactantes e cheios de lirismo. O que talvez até leitores fiéis desconheçam é que ela também encanta crianças com estórias de uma bruxa desconstruída, ou que estreou nas letras pelo caminho da poesia.
Quem já leu algum romance de Lya Luft sabe que a escritora é exímia em devassar famílias disfuncionais e revelar os avessos da condição humana em textos impactantes e cheios de lirismo. O que talvez até leitores fiéis desconheçam é que ela também encanta crianças com estórias de uma bruxa desconstruída, ou que estreou nas letras pelo caminho da poesia.
Um das mais importantes escritoras brasileiras contemporâneas, Lya é um tipo raro de autor capaz de passear por gêneros diversos. Com 31 obras no catálogo, escreveu de tudo: romances, poemas, contos, crônicas, ensaios, ficção infantil e um livro de memórias. E, após décadas de produção literária, não perde o entusiasmo.

VÍDEO: Lya Luft fala sobre imaginação, literatura, redes sociais e pandemia

Em maio, em plena pandemia, a escritora lançou o livro de crônicas As coisas humanas, dedicado ao filho André, que morreu em 2017 aos 52 anos, vítima de parada cardiorrespiratória enquanto surfava em Florianópolis. Desde a perda, Lya não publicava nada. "Parou minha vida", afirma. Em setembro de 2019, ela ainda sofreu um infarto, mas não se rendeu.
Agora, já trabalha em um novo livro, com o título provisório de A alma dividida. A inspiração, conta, veio de uma brincadeira: instigada por leitores que diziam não gostar de poesia - a autora assina uma coluna semanal em Zero Hora -, ela começou a transformar poemas antigos em prosa. "É um pouco sobre o preconceito que existe contra a poesia. (Mas) não vale a pena lançar agora. Talvez no fim do ano, quando a vida meio que voltar ao normal", adianta.
Natural de Santa Cruz do Sul, onde nasceu em 1938, Lya despontou na literatura após os 40 anos. Formada em Letras Anglo-Germânicas, ela já era uma tradutora literária respeitada e tinha publicado dois livros de poemas e um de contos, quando passou a desenvolver narrativas longas, enriquecendo a tradição intimista inaugurada por Clarice Lispector com uma estética totalmente particular.
O primeiro romance, As parceiras, saiu da gráfica em 1980 e marcou um ponto de ruptura na trajetória literária gaúcha, observa o escritor e professor de literatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Sergius Gonzaga. "Era algo muito novo na ficção rio-grandense. (Até então), tínhamos um fluxo de narrativa centrada na história, no Pampa, no Rio Grande do Sul rural. Tínhamos um romance urbano de grande qualidade, que é introspectivo, mas fundamentalmente social, Os ratos (de Dyonélio Machado)", explica. O fato de levar uma assinatura feminina também contribuiu para o alvoroço provocado pela obra. "Era uma mulher escrevendo num estado onde não havia uma presença altissonante de escritoras", lembra Gonzaga.
Na sequência, Lya publicou outros sete romances, entre os quais A asa esquerda do anjo, Reunião de família, Exílio e O tigre na sombra. Nas últimas duas décadas, a escritora revelou uma nova faceta, lançando várias coletâneas de ensaios. Com o título Perdas & Ganhos, de 2003, chegou à lista de best-sellers.
Sua obra ficcional é tema de dezenas de teses e dissertações acadêmicas. Apesar do prestígio, Lya diz que não aspira à imortalidade na Academia Brasileira de Letras (ABL) e rejeita as disputas pelo fardão. "Já fui convidada não sei quantas vezes para concorrer. E olha que tenho grandes amigas lá. Sou esculhambada, falo palavrão. Aquilo é muito solene", brinca.
A escritora de 82 anos não se considera um exemplo para jovens interessados em se aventurar na literatura: não tem disciplina. "O livro é que me dá disciplina. Fico entusiasmada, vou para o meu computador e escrevo, às vezes uma hora, duas, três. E tem dias em que não escrevo nada", explica. Lya confessa que tem acompanhado pouco a literatura brasileira recente, preferindo biografias e leituras sobre antropologia, psicologia e filosofia. "Leio muito pouca ficção. Acabei de ler uma grande biografia de Freud (Sigmund Freud na sua época e em nosso tempo, de Elisabeth Roudinesco, Ed. Zahar, 2016). Sei que tem muita mulher escrevendo muito bem", afirma.
Em isolamento rigoroso em seu apartamento na Capital, Lya também se dedica à pintura. Ao comentar suas expectativas para 2021, critica o negacionismo frente à pandemia e diz não esperar que a humanidade saia melhor da crise sanitária. "Acho que os bons vão continuar bons e os ruins vão ser piores. Não estou muito otimista. É um momento muito sério que as pessoas não estão levando a sério", comenta.

Prosa intimista com traços originais

Lya menina, da exposição de Susana Luft em homenagem a Lya Luft (2008)

Lya menina, da exposição de Susana Luft em homenagem a Lya Luft (2008)


JOÃO JACOBSEN/DIVULGAÇÃO/JC
No velório do filho suicida, ao redor do caixão, um casal separado recapitula o passado de desencontros que o conduziu até ali. Uma mulher misteriosa vive paralisada na cama após um acidente, dentro de um quarto cheio de segredos. Na parede da sala, uma reprodução da tela A Ilha dos Mortos, do pintor suíço Arnold Böcklin, é a metáfora do jogo fatal que opõe e atrai os personagens. "Assustador, né?", diverte-se Lya Luft, ao falar de O quarto fechado, trama sombria publicada pela autora em 1984. "Um amigo leu, estávamos jantando uma noite, e ele me disse: 'Lya, agora fiquei com medo de ti.'"
O universo da família, com seus embates abertos ou secretos, é base da obra romanesca da escritora, que compõe, ao lado dos ensaios literários, a maior parte de sua produção. Vítimas de padrões impostos pelas instituições sociais, as personagens luftianas carregam o fardo das histórias familiares. Ao rememorar o passado, tentam elucidar suas origens e seus fracassos, sem conseguir reorganizar o presente que se desagrega ao redor. "Meu tema central é a família e, de modo geral, os amores e os desencontros, a solidão. A Sentinela (de 1994) é o primeiro romance onde me dei conta de que havia um pouco mais de otimismo. Mas basicamente escrevo sobre a existência humana e suas dificuldades", diz Lya.
A escolha do tema e a ambientação de algumas histórias na comunidade germânica fizeram com que a vida da escritora fosse confundida com sua ficção. Ao longo da carreira, frequentemente lhe perguntaram se ela havia tido uma infância infeliz ou se pessoas reais teriam inspirado personagens de seus livros. "Sempre brinco dizendo que tenho um olho alegre que vive e um olho triste que escreve, essa contemplação do ser humano desde criança", afirma.
Por conta do tom intimista, Lya é situada entre escritores como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles e, na literatura rio-grandense, Caio Fernando Abreu. As comparações, porém, acabam eclipsando as qualidades singulares de sua prosa, caracterizada por uma linguagem concisa, simbolismos e desfechos abertos. "Ela é dona de um estilo belíssimo, elíptico e poético. (Antes de Lya), o Rio Grande do Sul tinha um tipo de literatura muito explícita, onde tudo parece explicado, onde não havia esse gosto pela sutileza, pela ambiguidade, que é uma característica do modernismo internacional encontrado na obra de Virginia (Woolf), (Franz) Kafka, (Ernest) Hemingway e alguns latino-americanos", destaca o escritor e professor de literatura da Ufrgs Sergius Gonzaga.
Para a pesquisadora Maria Osana de Medeiros Costa, autora de um dos estudos críticos mais completos sobre a obra ficcional de Lya, é no uso de imagens lúdicas e grotescas que a escritora gaúcha mostra sua originalidade. São recorrentes em seu texto os jogos e brincadeiras infantis, assim como figuras deformadas, vermes, bichos rastejantes, matérias em decomposição e outros símbolos associados à mulher e à vida social. "Ao longo de toda a obra de Lya Luft, a mulher está em cena, enfrentando as jogadas armadas pela cultura fazem dela uma peça de jogo de azar no jogo, o lado esquerdo, o lado fraco", analisa ela no livro A mulher, o lúdico e o grotesco em Lya Luft.

Autora dando autógrafos no lançamento de O silêncio dos amantes em 2008 na Livraria Cultura

Autora dando autógrafos no lançamento de O silêncio dos amantes em 2008 na Livraria Cultura


GILMAR LUÍS/JC
"O que me contam, o que eu sonho acordada, o que eu sonho dormindo, o que eu leio, vai se depositando como aquela lamazinha no fundo de um aquário. Quando descubro um personagem, um assunto que me interessa e vou fazer um romance, é como se eu pegasse no ápice e mexesse, aí tudo aquilo emerge." (Lya Luft)

Visibilidade feminina além dos rótulos

Escritora também se dedica à pintura e já teve mostras em galeria de Porto Alegre

Escritora também se dedica à pintura e já teve mostras em galeria de Porto Alegre


ROBERTO SCHMITT PRYM/DIVULGAÇÃO/JC
Ao apresentar histórias de uma perspectiva feminina - na maioria dos romances, a voz narradora é a de uma mulher -, a obra de Lya Luft se tornou referência nos estudos da literatura produzida por autoras. A escritora, porém, rebate análises que enquadram sua ficção em uma suposta "literatura feminina", já que seu texto reflete dramas existenciais comuns a homens e mulheres, extrapolando fronteiras de gênero. "Será que um estrangeiro lê Machado de Assis e vai dizer: 'isso é literatura feita por homens'? Detesto esses rótulos. Escrevo mais sobre mulheres, claro, porque é mais fácil para mim me enfiar na pele de uma mulher", observa a autora.
Nas entrelinhas de sua prosa, também pontuada por personagens masculinos marcantes, há uma crítica à opressão, o que justifica leituras feministas de seu texto. Para o escritor e jornalista Antonio Hohlfeldt, doutor em literatura e professor da pós-graduação em Comunicação da Pucrs, ao privilegiar a mulher narradora, a escritora conseguiu universalizar dramas humanos: "Lya é uma das primeiras escritoras a trazer uma reivindicação feminista para a literatura brasileira e com uma dicção muito pessoal. (Em seus primeiros romances), mostrou o que era a mulher numa sociedade machista e, sobretudo, uma sociedade machista alemã, fechada, cheia de regras".
Se o reconhecimento feminino na indústria do livro ainda não é maior, isso se deve ao fato de sua produção literária ainda ser recente, acredita Lya. "As mulheres começaram a escrever há muito pouco tempo. Nunca me senti relegada por ser mulher." Para se ter uma ideia: dos 117 ganhadores do Nobel de Literatura, apenas 16 foram mulheres, sete nos últimos 20 anos. A escritora reconhece que o prestígio alcançado por ela e outras autoras de sua geração, como Nélida Piñon, contribuiu para dar mais visibilidade às mulheres na literatura. "De repente, os editores descobriram que mulher podia escrever coisa interessante, que não precisava escrever só amenidades", observa.

Fenômeno editorial e polêmicas

Um dos livros da escritora ganhou edições em italiano, inglês, francês, espanhol e alemão

Um dos livros da escritora ganhou edições em italiano, inglês, francês, espanhol e alemão


Com vários romances já publicados e reconhecida pela crítica literária desde os anos 1980, Lya Luft se tornou famosa entre o grande público após o lançamento do livro Perdas & Ganhos, em abril de 2003. Hoje na 40ª edição e com mais de 600 mil exemplares vendidos, segundo a Editora Record, o best-seller chegou às livrarias com uma tiragem inicial modesta, sem ação de marketing, e superou o até então imbatível Paulo Coelho em vendas no primeiro ano. O livro segue o tom de debate iniciado pela autora em O rio do meio, premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) em 1996. Em relatos curtos, que ela define como uma "conversinha ao pé do ouvido do leitor", a escritora imprime beleza poética a reflexões sobre temas do cotidiano, como relações familiares e amorosas, solidão, velhice e luto.
Na época do lançamento, Lya havia trocado a editoria Siciliano pelo grupo Record, que republicou todos os seus títulos, e Perdas & Ganhos era o seu único livro inédito. A dificuldade de classificá-lo - crônica, ensaio, ficção, autobiografia? - gerou controvérsias no meio literário. Parte dos críticos o reduziu a obra de autoajuda, rótulo refutado pela autora, e viu nele uma mudança de rumo em sua literatura. A resposta das livrarias foi assombrosa. "Em 15 dias, não tinha mais (cópias). É interessante porque não é o meu melhor livro. Jamais imaginei que tivesse esse efeito", diz Lya. Perdas & Ganhos ganhou ainda edições em inglês, alemão, espanhol, francês e italiano, entre outros idiomas.
Sobre sua relação com a crítica, Lya afirma que não se aborrece com opiniões desfavoráveis. "Sou um ser humano. Se me elogiam, fico feliz; se me criticam, não gosto muito. Só que as críticas vão tendo menos importância à medida que você vai amadurecendo", revela. Ela também comenta com leveza os petardos que atraiu enquanto assinou uma coluna quinzenal na revista Veja, entre 2004 e 2016. No espaço, Lya abordou desde temas cotidianos e comportamentais a questões políticas.
Em uma das crônicas mais polêmicas, em agosto de 2004, a escritora comparou a comoção gerada pelo aparecimento de uma baleia encalhada em uma praia do Rio à indiferença com a morte de um morador de rua dias antes. O título original, explica ela, era "Baleias me emocionam, mas crianças me emocionam mais", mas foi alterado pelos editores da revista para "Baleias não me emocionam. "Então, saiu no Brasil inteiro assim: a Lya não gosta de animais. O menininho tinha morrido ali perto e ninguém deu bola. Fiquei muito chateada, mas também já passou", afirma.

Tradutora de clássicos

Ela diz: Se me pedirem, eu traduzo. Não tem nada melhor para um escritor do que traduzir

Ela diz: Se me pedirem, eu traduzo. Não tem nada melhor para um escritor do que traduzir


LUIZA PRADO/JC
Do alemão, Thomas Mann, Rainer Maria Rilke, Bertold Brecht, Günter Grass, Herta Müller e Herman Hesse. Do inglês, Virginia Woolf e Doris Lessing. Esses nomes aclamados, alguns dos quais ganhadores do Nobel de Literatura, estão no portfólio de obras traduzidas por Lya Luft e publicadas no Brasil. Com o sucesso de sua ficção autoral, no entanto, Lya foi deixando as traduções para trás.
"Qualquer hora, se me pedirem, eu traduzo. Não tem nada melhor para um escritor do que traduzir", afirma a escritora, que também já teve alguns de seus livros publicados em outros idiomas. Entre os mais de 100 livros vertidos por ela para o português, Lya diz que os que lhe deram mais trabalho foram romances do escritor alemão Günter Grass. Dos três que traduziu, cita Um campo vasto (Record, 1998), obra ambientada na Alemanha do século XIX até a reunificação, como um grande desafio, em razão do vocabulário muito específico e dos elementos regionais presentes no texto.
Lya diverte-se ao recordar a surpresa com que recebeu, em outubro de 2009, a notícia de que a romeno-alemã Herta Müller havia sido eleita para a mais cobiçada honraria literária do mundo. Na época, o livro publicado pela Editora Globo com o título de O compromisso era a única obra traduzida da escritora disponível no Brasil. Lya foi contatada por jornalistas para comentar a homenagem, mas não se lembrava do trabalho realizado. "Me ligaram: 'A autora que a senhora traduziu acaba de ganhar o Prêmio Nobel'. Achei o livro tão sem graça que me esqueci do livro, da mulher, de tudo. Foi uma vergonha", conta.

Louvor

Ex-presidente da ABL, escritora Nélida Piñon escreveu depoimento exclusivo para o JC

Ex-presidente da ABL, escritora Nélida Piñon escreveu depoimento exclusivo para o JC


Acervo Nélida Piñon/DIVULGAÇÃO/JC
Por Nélida Piñon*
Há muito somos amigas. Aliadas na vida e nas manhas do destino, são muitos os anos em que fomos postas à prova enquanto envelhecíamos. Mas nem a geografia que nos separa, ela em Porto Alegre e eu no Rio, ameaçou a amizade. Vencemos.
À parte dos nossos laços, proclamo Lya Luft uma grande escritora que tem o dom da palavra. Uma artista que sob o comando do coração criador lavra o verbo com ritmo certeiro, com reflexões profundas. Sem pejo estético, audaciosa agarra a pena a fim de narrar as histórias que a literatura brasileira aguarda do seu talento, dos seus ditames ficcionais.
No percurso de sua obra, Lya Luft atinge o epicentro dos personagens que são igualmente servos da realidade mesquinha e sublime. Uma empreitada para a qual nada resguarda, exibe sem pudor os vagidos da dor e dos gritos festivos. Sem deixar de auscultar a gênese dos sentimentos, as urgências humanas. Seu texto gravita portanto em torno dos seres que habitam o céu e o inferno, os submundos.
Assim são seus romances. No afã de projetarem seus dramas, combinam lampejos cruéis e esperançosos. Seus personagens afinal igualam-se a nós.
No exercício criador, Lya Luft ajusta sua sensibilidade aos temários universais. E afina-se com a perturbadora realidade visível e a um projeto transcendente. Não se furtando ao exame de seus contemporâneos. Sem deixar de ser, no entanto, irmã dos mistérios que emanam da condição humana. Enquanto destaca-se em sua linguagem de teor poético a nostalgia pela felicidade.
* Autora de mais de 20 obras, imortal e ex-presidente da Academia de Letras (ABL)

O tempo de Lya Luft

Escritório da autora fica em seu apartamento, em zona nobre de Porto Alegre

Escritório da autora fica em seu apartamento, em zona nobre de Porto Alegre


LUIZA PRADO/JC
Lya Fett Luft nasceu em 15 de setembro de 1938 em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.
No início dos anos 1960, formou-se em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pucrs, onde conheceu o professor e linguista Celso Pedro Luft. Eles se casaram em 1963 e tiveram três filhos, Suzana, André e Eduardo. André faleceu em 2017, após uma parada cardiorrespiratória enquanto surfava em Florianópolis.
Em 1963, Lya começou a traduzir para a Editora Globo. Em 1964, publicou seu primeiro livro, Canções de limiar.
Na década de 1970, concluiu dois mestrados: em Linguística (Pucrs) e Literatura Brasileira (Ufrgs). De 1970 a 1982, atuou como professora titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense (Fapa).
Em 1980, Lya publicou seu primeiro romance, As parceiras.
Em 1985, separou-se de Celso Luft e casou-se com o psicanalista e escritor Hélio Pellegrino, mudando-se para o Rio de Janeiro. Pellegrino morreu três anos depois.
Em 1992, a escritora voltou a viver com Celso Luft. Ficou novamente viúva em 1995. Há cerca de 18 anos, vive com o engenheiro carioca Vicente de Britto Pereira.
 

Obra completa da escritora


LUIZA PRADO/JC
Poesia
Canções de limiar (1964)
Flauta doce (1972)
Mulher no palco (1984)
O lado fatal (1989)
Secreta mirada (1997)
Para não dizer Adeus (2005)
Contos
Matéria do cotidiano (1978)
Histórias do tempo (2000)
O silêncio dos amantes (2008)
Crônicas
A riqueza do mundo (2011)
As coisas humanas (2020)
Romances
As parceiras (1980)
A asa esquerda do anjo (1981)
Reunião de família (1982)
O quarto fechado (1984)
Exílio (1987)
A sentinela (1994)
O ponto cego (1999)
O tigre na sombra (2012)
Ensaios
O rio do meio (1996)
Perdas & Ganhos (2003)
Pensar é transgredir (2004)
Em outras palavras (2006)
Múltipla escolha (2010)
O tempo é um rio que corre (2013)
Paisagem Brasileira (2015)
A casa inventada (2017)
Infantil
Histórias de Bruxa Boa (2004)
A volta da Bruxa Boa (2007)
Criança pensa (2009)
Memórias
Mar de dentro (2000)

*Patrícia Feiten é jornalista formada pela UFSM e tradutora, formada em Letras pela Ufrgs.