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reportagem cultural

- Publicada em 10 de Dezembro de 2020 às 21:31

Projeto Renner Vive resgata história do Papão de 1954

Memorial Valdir Morais ocupa salas em casa na Câncio Gomes e teve inauguração adiada em função da pandemia

Memorial Valdir Morais ocupa salas em casa na Câncio Gomes e teve inauguração adiada em função da pandemia


JOYCE ROCHA/JC
Em mais de um século de futebol profissional, Porto Alegre acumulou feitos importantes. Dois Mundiais de Clubes, cinco Libertadores e diversos títulos nacionais. O esporte garantiu à cidade um espaço definitivo de visibilidade global. Todas essas grandes conquistas foram desempenhadas por Internacional e Grêmio.
Em mais de um século de futebol profissional, Porto Alegre acumulou feitos importantes. Dois Mundiais de Clubes, cinco Libertadores e diversos títulos nacionais. O esporte garantiu à cidade um espaço definitivo de visibilidade global. Todas essas grandes conquistas foram desempenhadas por Internacional e Grêmio.
Ao longo dessa história, apenas uma vez a Capital viu emergir uma terceira potência. Um time capaz de fazer frente aos gigantes da dupla. Foi na década de 1950.
Fundado em 27 de julho de 1931, o Grêmio Esportivo Renner era formado por operários da fábrica de tecidos e das lojas da A.J. Renner e Cia e tinha como presidente honorífico "o Capitão das Indústrias", Antônio Jacob Renner.
O time estreou com vitória sobre os funcionários da Gerdau e passou a disputar campeonatos amadores, contra representantes de outras fábricas, como Fiateci e Neugebauer. Os operários da companhia de energia defendiam o Força e Luz, os trabalhadores da Linha Férrea atuavam pelo Nacional.
Quatro anos após a fundação, o Renner inaugurou o Estádio Tiradentes, no encontro entre as avenidas Sertório e Eduardo, atual Presidente Franklin Roosevelt. Apelidado de Waterloo, o estádio tinha capacidade para 12 mil pessoas, uma enormidade para os padrões do futebol amador da época. Além do pavilhão social, a arquibancada geral também era coberta, o que não era visto nem no Estádio da Baixada, do Grêmio, ou nos Eucaliptos, do Internacional.
A cobertura foi construída por uma equipe de obras exclusiva das indústrias Renner, que ficava à disposição do clube quando não havia outras demandas. Outro diferencial da equipe do Quarto Distrito. Se dizia que naquele gramado esburacado o time dos industriários era imbatível.
Foi um dos primeiros clubes brasileiros a possuir torcida organizada, na década de 1940, formada pelos próprios funcionários. "Isso tudo porque a Renner era uma potência. Esse é um grande diferencial. O Renner começa, desde a fundação, com apoio integral da indústria Renner", afirma o arquiteto e professor universitário Luís Carlos Macchi. Sobrinho de Antônio Macchi, que foi diretor de Patrimônio das empresas Renner, presidente e conselheiro do clube, Luís Carlos adquiriu fanatismo pela equipe já na infância e chegou a ser mascote.
Naquele momento, o Navegantes era considerado o "bairro-cidade". O Quarto Distrito concentrava as grandes indústrias, as moradias das famílias de funcionários e boa parte do PIB da capital.
O Grêmio Esportivo Renner ingressou na Divisão de Honra do futebol gaúcho em 1945, dando início a uma trajetória profissional. Na temporada de 1954, o time dos industriários reinou absoluto. Venceu o campeonato metropolitano, atropelando o Juventude por 9 a 2. O título rendeu vaga em um torneio triangular, onde sagrou-se Campeão Gaúcho. Invicto por mais de um ano, ganhou o apelido de Papão.
A festa teve carreata pela cidade, foi carnaval no Quarto Distrito. Um time de operários quebrava uma hegemonia de 25 anos da dupla Grenal. O clube chegou a vestir a camiseta da Seleção Gaúcha e representar o Estado em competição nacional.
Após a grande temporada do Papão, o time durou mais cinco anos. Encerrou as atividades em março de 1959, deixando uma legião de torcedores órfãos. "O Renner foi um fenômeno sociocultural", define Macchi.
No início dos anos 2000, os rennistas passaram a se reunir sempre no dia 27 de julho para celebrar o aniversário do clube. Dois anos atrás, a ideia de registrar a história do Renner ganhou corpo, com o projeto de um livro.
Após um desses encontros, o ex-goleiro Valdir de Morais, o maior da história do clube, revelou possuir um acervo com registros de todas as etapas de sua carreira. Quando não saía nada na imprensa, ele mesmo anotava, no seu "diário de football" o serviço da partida.
Valdir de Morais faleceu em janeiro de 2020, aos 87 anos. Após a morte, a família decidiu dar destino ao acervo. Tamanha quantidade e riqueza do material fizeram crescer o projeto Renner Vive, coordenado por Macchi.
Além do livro, que tem publicação prevista para 2021, foi criado um espaço para visitação com fotos dos times profissionais, camisetas, bandeiras, reportagens e exemplares do Boletim Renner, impresso produzido pela empresa, que trazia notícias sobre o clube. O Memorial Valdir de Morais ocupa duas salas em uma casa na Câncio Gomes, número 668, e teve sua inauguração adiada em função da pandemia.
De acordo com Macchi, o objetivo é doar todo o material: "O plano é criar uma entidade, com CNPJ, ou vincular o memorial a um órgão público ou então à Federação Gaúcha de Futebol, para que fique responsável pela salvaguarda do acervo". O projeto conta ainda com o site rennervive.com, onde são publicadas fotos e crônicas de momentos épicos da equipe.

Atletas do time de futebol tinham que trabalhar na Renner

Renner foi a terceira potência na Capital, ao lado da dupla Grenal; na foto, o time no estádio Centenário, em Montevidéu, para amistoso com o Nacional em 1955

Renner foi a terceira potência na Capital, ao lado da dupla Grenal; na foto, o time no estádio Centenário, em Montevidéu, para amistoso com o Nacional em 1955


/ACERVO RENNER VIVE/DIVULGAÇÃO/JC
Quando um atleta era contratado para o time do Renner, ele automaticamente assumia um posto de trabalho em algum dos setores da empresa. Era uma espécie de "contratação casada", que perdurou ao longo de quase toda a trajetória do Renner. "Era uma exigência da família Renner: só pode assinar se pegar o emprego também. Então eu tinha dois salários, do emprego e de jogador, que pagava um pouco mais. Isso representava um ganho muito bom", recorda Raul Kinnemann, contratado em 1956 para defender as redes e atuar na logística, hoje consultor histórico do projeto Renner Vive.
Com uma fábrica movida inteiramente a lenha e caldeiras que nunca desligavam, Kinnemann acumulava mais esta essencial tarefa de retaguarda: garantir o abastecimento ininterrupto da unidade. Foi assim com diversos atletas. O grande goleiro Valdir de Morais atuava na contabilidade. O meia Ênio Andrade, que mais tarde atuaria pela Seleção Brasileira e foi técnico da dupla Grenal, foi vendedor na loja da Otávio Rocha.
Em dia de treino, os atletas-funcionários podiam deixar seus postos mais cedo. O tempo de treinamento era hora duplamente trabalhada. Eram companheiros que estavam lado a lado na fábrica e em campo.
A vinculação entre empresa e esporte garantiu não só uma relação mais próxima entre os atletas, famílias e torcida, como trouxe uma profissionalização à gestão do clube, questão que ainda é debatida no futebol atual.
Os postos de direção eram ocupados por diretores da A.J Renner. "O tesoureiro do clube, Lauro Schuch, era o primeiro tesoureiro das indústrias Renner. O presidente era das lojas Renner, o vice era gerente dos escritórios. Não tinha clube no Brasil que tivesse esse preparo. Nesse ponto, não tinha amadorismo", afirma Kinnemann. Um dos fatores que explica a campanha do time de 1954, o Papão, também passa pela especialização de postos-chave de fora das quatro linhas.
 

Profissionalismo também fora de campo

Entre as pioneiras do país, torcida organizada do Renner era formada por funcionários

Entre as pioneiras do país, torcida organizada do Renner era formada por funcionários


/ACERVO RENNER VIVE/DIVULGAÇÃO/JC
No fim dos anos 1940, Arnaldo José da Costa Filho foi o único formando do novíssimo curso de medicina desportiva, da Faculdade de Medicina. Havia deixado o emprego em um hospital no Interior para cursar a especialização em Porto Alegre. Um dia, enquanto jogava vôlei com colegas, foi chamado pelo diretor da escola, que o aguardava ao lado de outro homem. "Esse cidadão está assumindo a presidência de um clube de futebol. Ele quer um médico especializado e um treinador que seja professor de Educação Física", disse o diretor. O cidadão era Mário Azevedo, diretor comercial e presidente do Grêmio Esportivo Renner.
Naquele tempo, os clubes não tinham preparador físico. O próprio treinador passava a preparação, que geralmente não ia além de subir e descer as escadarias da arquibancada. "Assumimos em dezembro de 1948. Selviro Rodrigues como treinador e eu como médico, iniciando uma nova direção, voltada a ocupar posição de destaque. No começo não deram muita bola pro time, mas a propaganda era muito boa, estava toda hora no rádio e jornal", recorda Costa Filho.
Os dois reforços marcaram o início de uma nova fase no clube dos industriários. Na maioria dos clubes, o médico era algum conselheiro ou associado atuando de forma voluntária.
Boa parte da avaliação física era baseada na variação de peso dos atletas. Foi o caso de um promissor ponta esquerda, que subiu das categorias de base para os profissionais e cujo peso alternava demais, sem explicação.
Jogava duas ou três partidas, tinha uma distensão, ficava semanas afastado. Um dia, um senhor desconhecido abordou o médico na saída de um treino. O craque era namorado da sua empregada doméstica. Quando o sujeito chegava em casa à noite, o rapaz estava tendo relações sexuais com a moça. Em pé. "Casaram o guri e ele nunca mais teve uma distensão muscular. Normalmente o ato sexual não impede nada no esporte. Mas, feito exacerbadamente e sempre em pé, isso é terrível."

A "maleta mágica" do Dr. Costa Filho

Excursão ao Nordeste (1953); atletas vestiam trajes de linho Renner

Excursão ao Nordeste (1953); atletas vestiam trajes de linho Renner


/ACERVO RENNER VIVE/DIVULGAÇÃO/JC
Até a década de 1950, não eram permitidas substituições durante as partidas de futebol. "Morreu um, joga com dez", dizia-se. Sem poder trocar um atleta lesionado, reabilitá-lo a tempo de voltar a campo poderia mudar o rumo da partida. Entrava em cena aí a lendária "maleta mágica" do Dr. Costa Filho.
O médico recorda que boa parte dos acidentes envolvia choque de cabeça. Ele incluiu material de sutura no equipamento de jogo.
"Quando acontecia isso, em 10 minutos suturava a cabeça, colocava uma boina de borracha de natação e logo ele estava de volta. O outro tinha que ser levado pro HPS e, quando voltava, o jogo tinha acabado. Ganhamos muitas partidas assim", recorda.

Memórias de um goleiro histórico

Cartão de atleta do goleiro Valdir de Morais, que fundou acervo

Cartão de atleta do goleiro Valdir de Morais, que fundou acervo


ACERVO RENNER VIVE/DIVULGAÇÃO/JC
Valdir de Morais tinha o hábito de guardar impressos. Toda e qualquer matéria de jornal que tivesse relação com sua carreira foi recortada e cuidadosamente arquivada. Um meticuloso trabalho de clipagem desenvolvido ao longo de sua trajetória profissional como atleta e preparador de goleiros, que durou até os 83 anos e teve passagens ainda pelo Grêmio, Palmeiras e seleção brasileira.
É um dos nomes mais lembrados dos vitoriosos anos do Renner, fato raro para um goleiro. Permaneceu na equipe por quase uma década. Nas manchetes esportivas era descrito como um "arqueiro sem nervos" ou "apólice de seguros do Renner."
O resultado desse esforço são dezenas de cadernos com abundante material que abrange quase toda trajetória profissional do Grêmio Esportivo Renner. "Em casa, o material ia se deteriorar, já estava com as páginas amareladas. Pensamos que a melhor maneira de prestar uma homenagem a ele é deixar que todo mundo veja o que ele se preocupou em guardar", conta Denise, filha de Valdir.
A viúva de Valdir, Ivone recorda que ia com sua sogra à arquibancada do Tiradentes sempre que o Renner jogava em casa. Ela se sente honrada de que as lembranças do marido sejam ainda hoje valorizadas por outras pessoas.
"Eu via as anotações que ele fazia dos treinamentos, era muito dedicado. Isso é maravilhoso, todo mundo de futebol reconhece e gostava dele", diz Ivone. Anos depois, Ivone passou a acompanhar o neto, Danny Morais, que seguiu a carreira de atleta como zagueiro e hoje é capitão do Santa Cruz, do Recife.
 

Gol de zagueiro

Valdir e time antes da final do campeonato citadino em que Renner foi campeão (9 x 2 Juventude), janeiro de 1955

Valdir e time antes da final do campeonato citadino em que Renner foi campeão (9 x 2 Juventude), janeiro de 1955


/ACERVO RENNER VIVE/DIVULGAÇÃO/JC
"Ela sempre foi avó-chuteira, largava tudo para ir aos jogos. Ainda hoje, bota o radinho no celular e acompanha. Fica toda feliz quando falam bem de mim. É isso que realmente move a gente", diz Danny. Na infância, Danny viajava para passar férias perto do avô e circulava pelos ambientes do Palestra Itália. Conheceu de perto os atletas do grande time do Palmeiras dos anos 1990.
Depois, como jogador do Internacional, enfrentou esse mesmo Palmeiras, onde Valdir ainda trabalhava. Em uma partida no Beira-Rio, o Colorado venceu por dois a um. O neto fez um dos gols. Foi o seu primeiro como profissional, com a perna esquerda, que não é a boa, e em cima do goleiro Marcos, preparado por Valdir durante anos.
A maior lembrança que guarda é uma carta escrita quando o avô trabalhava na Arábia Saudita. "A carta até chegou depois que ele tinha voltado. Falava da dificuldade de não poder estar presente, correndo atrás de um sonho e do sustento da família. E dizia que um dia eu ia entender. Nessa época eu nem jogava bola." Anos depois, foi a vez de Danny ir para a Arábia.
 

O Fim do Papão

Luís Carlos Macchi, mascote da equipe na infância, coordena projeto de memória

Luís Carlos Macchi, mascote da equipe na infância, coordena projeto de memória


JOYCE ROCHA/JC
Em um sábado de março de 1959, o Renner foi a Cachoeira do Sul e venceu um amistoso contra o Guarany. No mês seguinte, a equipe tinha uma excursão marcada para a Europa. O roteiro incluía jogos em Madri, Lisboa e algumas cidades da Alemanha. Um dos adversários era o Bayern de Munich. A viagem era motivada por um interesse dos Renner em estreitar laços comerciais com os alemães.
Nesta época, o time já não era completamente composto por trabalhadores das indústrias. Os atletas voltaram à Capital no domingo, folgaram na segunda-feira e se apresentaram na terça. "Interromperam o treino, fomos para o pavilhão e o presidente [Mário Azevedo] disse: 'Ó, acabou o time'. Assim. A família tinha decidido que não tinha mais futebol profissional", recorda Kinnemann. O fim definitivo da equipe de operários que ousou desafiar e vencer os grandes do futebol gaúcho veio com uma carta de A.J. Renner publicada na Fôlha Esportiva, em 12 de março de 1959, afirmando que o objetivo inicial, promover a saúde dos funcionários, foi desvirtuado e havia déficit financeiro. O recuo da avenida Sertório também tiraria parte da área do estádio. Mais de 50 anos depois, Kinnemann não se conforma. "O clube cresceu e eles não conseguiam segurar mais. Ele começou a ganhar, já se situava entre os três maiores do Rio Grande, e ficou caro", analisa.
Outra razão apontada foi o surgimento de uma grande agência, a MPM Propaganda, em 1957. O investimento no futebol se justificava pelo retorno em publicidade da marca Renner. Teria havido um entendimento de que esse recurso poderia ser mais bem empregado. A decisão foi tomada sem ouvir o Conselho Deliberativo. Outra peculiaridade: os conselheiros eram funcionários da empresa e, portanto, tinham seus empregos em jogo.
Há quem diga que a família Renner tenha se arrependido depois. A empresa voltaria e investir em publicidade no futebol, estampando as camisas de Grêmio e Nacional, do Uruguai. Fato é que o time acabou. E despediu-se dos gramados com vitória. A noite anterior à carta de A.J. Renner é um dos episódios que o coordenador do projeto Renner Vive até hoje não conseguiu desvendar. "Foi a morte em pleno esplendor. É algo muito triste", conclui Luís Carlos Macchi.

O mais jovem rennista

Torcedor do Renner aos 15 anos, Ronald se emociona quando passa pelo local onde ficava o estádio Waterloo

Torcedor do Renner aos 15 anos, Ronald se emociona quando passa pelo local onde ficava o estádio Waterloo


MATHEUS CHAPARINI/ESPECIAL/JC
“Eu me considero torcedor do Renner, por mais que o time tenha acabado.” Essa frase pode ser ouvida da boca de alguns - não muitos - senhores na terceira idade. Mas quando é proferida por um adolescente de 15 anos, dá uma ideia da história do clube e do imaginário construído em torno dele.
Ronald Rodrigues, morador de Guaíba, conheceu o Renner em 2019, 60 anos após a última partida do clube. Se apaixonou e passou a buscar toda e qualquer informação sobre aquele time de operários que conquistou os mais altos postos do futebol gaúcho.
“O Renner foi mais que um clube, uma família. Eles eram mais que um bando de jogadores. Pensa que caras que trabalhavam em uma máquina têxtil são lembrados até hoje.”
Foi através do padrasto, Silvio Faleiro, que conheceu o clube do Quarto Distrito. Achou no Renner o que nunca havia encontrado nos grandes da Capital e mergulhou na história.
O time de futebol de botão ganhou a escalação do Renner, o goleador é Ênio Andrade. É capaz de detalhar características do futebol de atletas que nunca viu jogar. Se emociona ao passar pelo local onde ficava o estádio Tiradentes, informação que repete insistentemente aos amigos - todos colorados ou gremistas.
Quando completou 15 anos, Ronald deixou claro qual era o presente ideal: a camiseta do Renner. O padrasto buscou de diversas formas e deu o veredito: impossível. No dia do aniversário, Silvio apareceu com um embrulho. “Esperava ganhar uma roupa qualquer. Quando eu vi aquela camisa, deu uma emoção. Dormi com ela aquela noite. Sempre que é um momento especial, uso a camisa”, diz.
A reação de Ronald foi registrada em vídeo e publicada na internet. Uma sequência de sinceras interjeições de baixo calão transbordou do mais jovem dos torcedores do Renner.
O rennismo aproximou a relação com o padrasto e o avô e despertou com mais intensidade o interesse pelo futebol. “Se um dia o Renner voltar, eu vou estar lá na base esperando.”


 

Projeto Renner Vive

Memorial expõe fotografias, recortes de jornal e objetos como camisetas e bandeiras do time

Memorial expõe fotografias, recortes de jornal e objetos como camisetas e bandeiras do time


/JOYCE ROCHA/JC
A página foi criada com o objetivo de reunir materiais, notícias, dados, fotos e depoimentos relativos ao Grêmio Esportivo Renner. Semanalmente, são publicadas crônicas contando episódios marcantes da trajetória do Papão.
Livro
Com a colaboração de torcedores rennistas e admiradores, o projeto inclui também o lançamento de um livro, contando a história do time dos industriários desde a criação, em 1931, até os últimos momentos, em 1959. O lançamento está previsto para 2021, ano em que o Renner completaria 90 anos de vida.
Memorial Valdir de Morais
O espaço está pronto e teve a inauguração oficial protelada em função da pandemia do novo coronavírus. Os visitantes poderão ver materiais da equipe, como camisetas e bandeiras, fotos de todas as equipes profissionais do Renner, recortes de jornal, além do acervo do goleiro Valdir de Morais, que inclui ainda seus "diários de football".

* Matheus Chaparini é jornalista. Tem passagens por veículos como TVE-RS, Tabaré e Jornal JÁ e trabalha, atualmente, no jornal A Hora, de Lajeado.