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reportagem cultural

- Publicada em 26 de Novembro de 2020 às 21:28

A tumultuada passagem de um galã de Hollywood pela Porto Alegre dos anos 1930

Em 28 de novembro de 1938, ator norte-americano Tyrone Power deixou para trás adereço que virou lenda

Em 28 de novembro de 1938, ator norte-americano Tyrone Power deixou para trás adereço que virou lenda


ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
Celebrizado por encarnar mocinhos românticos e hábeis duelistas nos filmes de "capa-e-espada" da 20th Century Fox, o galã norte-americano Tyrone Power (1914-1958) enfrentou - sem dublê - uma de suas mais arriscadas peripécias fora das telas ao passar rapidamente por Porto Alegre, em 28 de novembro de 1938.
Celebrizado por encarnar mocinhos românticos e hábeis duelistas nos filmes de "capa-e-espada" da 20th Century Fox, o galã norte-americano Tyrone Power (1914-1958) enfrentou - sem dublê - uma de suas mais arriscadas peripécias fora das telas ao passar rapidamente por Porto Alegre, em 28 de novembro de 1938.
Aquela abafada manhã de segunda-feira custaria um bocado de tempo até se tornar película esmaecida no catálogo de fitas tragicômicas da cidade, por conta de uma cena com cerca de 2 mil pessoas tomadas pelo desvario coletivo na vida real de um lugar desimportante e ainda em preto-e-branco no lado de baixo do Equador.
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Tyrone (ao centro) teve dificuldades para vencer a multidão. Acervo Marcello Campos/Divulgação/JC
Em um giro publicitário pela América do Sul, o astro de então 24 anos de idade e seis de carreira havia percorrido diversas capitais sul-americanas até embarcar junto a outras dez pessoas em Buenos Aires, rumo ao Rio de Janeiro, a bordo de um bimotor Douglas DC-3 da Panamerican Airways. O voo incluía uma escala de reabastecimento na capital gaúcha, não mais que 20 minutos.
Pausa suficiente, todavia, para que um dos mais belos homens do planeta se visse em apuros no aeródromo da Varig no arrabalde de São João (futuro Salgado Filho), na Zona Norte. A 10 mil quilômetros de Hollywood, a viagem tinha o seu happy end ameaçado, sem que houvesse um vilão no enredo.

Aeródromo do bairro São João recebia aeronaves na Capital antes da construção do Salgado Filho

Aeródromo do bairro São João recebia aeronaves na Capital antes da construção do Salgado Filho


Acervo do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo/DIVULGAÇÃO/JC
Drama. Romance. Comédia. Aventura. Suspense. Terror. Todos os gêneros possíveis estavam ali, combinados em uma fita de curta-metragem na ponta inferior do mapa. Na Argentina, Tyrone experimentara sufoco parecido: hospedado na casa de um amigo, chegou a circular de carro pelas ruas portenhas e, ao descer em uma loja para comprar sapatos, só não saiu completamente "na tanga" por conta da pronta intervenção policial a dar um "corta!" no frenesi feminino. Cenas semelhantes teriam sequência no Rio de Janeiro, mas nada comparável ao desenrolar do breve hiato terrestre no caminho entre as duas metrópoles.
"Porto Alegre estava habituada a receber gente importante, mas é difícil encontrar caso similar na história local", situa o jornalista e escritor Rafael Guimaraens, 64 anos, que resgata de forma romanceada o acontecimento em seu imperdível livro 20 Relatos Insólitos de Porto Alegre (Editora Libretos, 2017). "O cinema era uma forma de diversão extremamente popular na cidade, com dezenas de salas de exibição sempre cheias, escritórios de distribuidoras etc. E o cara já era o máximo, então, o aviso de que a sua presença por aqui seria tão breve acabou meio que incentivando toda aquela correria desenfreada dos fãs e curiosos para tirar uma casquinha."
Basta dizer que a 10 quilômetros dali, os cinemas Coliseu e Guarani - dentre os mais concorridos do Centro - aproveitavam a deixa para esquentar as bilheterias com chamarizes de seus respectivos cartazes: as comédias românticas Café Metrópole e Quem bem ama, castiga, protagonizadas por ninguém menos que a estrela em ligeira passagem pela cidade. Em breve, o bairro primordial dos porto-alegrenses também serviria de cenário para o desfecho desse episódio, tendo como coadjuvante um fino adereço deixado para trás pelo visitante, em epílogo a esticar a corda de uma narrativa que não estava no script.

Alvoroço no aeroporto da capital dos gaúchos

Revista do Globo enviou Erico Verissimo para servir de intérprete improvisado na situação

Revista do Globo enviou Erico Verissimo para servir de intérprete improvisado na situação


/ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
Los Angeles. Miami. Cidade do México. Paramaribo. Caracas. Bogotá. Lima. Santiago. Montevidéu. Mendoza. Buenos Aires. Rio de Janeiro. No périplo publicitário de Tyrone Power para a Fox no Terceiro Mundo, Porto Alegre não passava de mero detalhe logístico. Mas isso pouco importava ao populacho, já aglomerado desde o começo da manhã nas imediações da pista de pouso e decolagem, magnetizado por anúncios na imprensa e contido por um cordão de isolamento cuja eficácia era muito mais psicológica do que prática. "Foi um alvoroço, com vários automóveis em carreata até o aeroporto", relembra o artista plástico Vitório Gheno, 97 anos.
Às 10h em ponto, o "albatroz prateado" da PanAm surgiu no céu. "O herói de Na velha Chicago desceu da alta constelação das telas para confraternizar com o povinho", registraria o cronista de rádio e jornal Nilo Ruschel (1911-1975) - criador da expressão "Cidade Sorriso" e cujo acervo familiar preserva ainda hoje um autógrafo intacto de Mr. Power. O burburinho era acompanhado por veículos como Correio do Povo, Folha da Tarde, Diário de Notícias, Vida Policial e Revista do Globo, esta última enviando o escritor Erico Verissimo (1905-1975) para o papel de intérprete improvisado - o cruzaltense, aliás, conheceria Hollywood pouco mais de dois anos depois, em excursão patrocinada pela Casa Branca.
Hélices desligadas, em dois minutos o ator enfim surgiu à porta do DC-3, de semblante cansado mas com elegância e sorrisos de sobra. "Foi o que bastou para o povo se precipitar sobre o yankee, em investida de rolo-compressor", narrou um repórter. "Que uva!", excitou-se uma adolescente, enquanto outras se descabelavam, aos prantos. Tal como enxame em volta da aeronave, a massa desatinada formou uma barreira intransponível até um pequeno prédio anexo à estação que a cidade se atrevia a chamar de aeroporto. Os guardinhas pouco podiam fazer. Com seu 1m84cm, Tyrone teria que recorrer à agilidade demonstrada no celuloide e uma boa dose de sorte para cruzar, são-e-salvo, 100 metros de puro caos.

Trancado a chave

Herói de Hollywood enfrentou o calor do fim de novembro em Porto Alegre

Herói de Hollywood enfrentou o calor do fim de novembro em Porto Alegre


ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
A peleja até que foi rápida. "Señorita, por favor!", apelava em portunhol o mocinho, abrindo trilha enquanto a plebe fazia de tudo para pegá-lo à unha. "Consegui tocar o Tyrone!", comemorava um rapazote. Testa franzida e traje em desalinho, o viajante conseguiu escapar ileso à refrega, antes de ser trancado a chave com policiais, jornalistas e autoridades arroz-de-festa em um escritório-oficina da Panair do Brasil. Ufa! Lenço ao rosto e um merecido cigarro para o hóspede, o alarido externo ganhava decibéis, embaralhados pelos sons de berros histéricos, aplausos desconexos e vidraças espatifadas. O clima não esquentava só nos termômetros.
Do lado de dentro, rajadas de flashes, perguntas chapa-branca e pedidos de autógrafo, atendidos com gentileza e comentários genéricos. "Mucho calor, no?", desconversou o artista diante do primeiro bloco de notas, para logo emendar, em inglês: "Estou me divertindo como nunca na América do Sul. Aproveito para pedir que vocês dirijam aos fãs de Porto Alegre uma mensagem de gratidão pelos aplausos aos meus filmes." Após 30 minutos intermináveis, o sinal verde foi dado para que o futuro Don Diego de A marca do Zorro se lançasse em nova via-crúcis, desta vez escoltado em círculo por 15 policiais de cassetetes em riste, mais oito mecânicos e jornalistas voluntários. Luz! Câmera! Ação!
Empurra-empurra. Tropeços. Suspiros. Gritos. Lágrimas. Faniquitos. Desmaios. Puxões pela gravata, repelidos pelo galã com socos aleatórios no "redemoinho de idosas grã-finas, senhores respeitáveis, normalistas ruidosas, mulheres vampirescas, donzelas janeleiras e rapazes humildes, em espetáculo grotesco a não permitir maiores delicadezas", nas palavras de um redator. Último a entrar do DC-3, o estropiado herói mergulhou em sua poltrona, sob o clique reconfortante da porta se fechando no fundo da aeronave. Os braços doíam (por um triz, a manga direita não fora amputada) e as mãos ainda tremiam. Ao passá-las pela testa suada, porém, Tyrone deu por falta de algo.

Item disputado: uma história de tirar o chapéu

Em 1938, Folha da Tarde noticiou leilão do acessório surrupiado em meio ao tumulto

Em 1938, Folha da Tarde noticiou leilão do acessório surrupiado em meio ao tumulto


ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
Já no início da tarde, a capa do vespertino Folha da Tarde mancheteava o incidente, em segunda edição: "Quase esmagado pela multidão em delírio!". Outros veículos fariam o mesmo na manhã seguinte. Textos e imagens davam conta de minúcias espetaculares da algazarra, incluindo o rastro de achados e perdidos no tumulto - cadernetas, camafeus, pulseiras, relógios de valor.
Mas as atenções logo passaram a se concentrar sobre um objeto que renderia muito pano-pra-manga nos dias seguintes: o chapéu cinza de Tyrone Power, surrupiado por mãos leves e rápidas, à beira da escada de acesso ao avião da PanAm com destino ao Rio de Janeiro. "Minha mãe, Dona Emy, tinha 15 anos e deu um jeito de ir com uma cunhada ao bairro São João para conferir o desembarque e, nas conversas em família, ela garantia ter sido a autora da façanha", relembra o comerciante aposentado Adalberto Castilhos, nascido na primeira metade da década seguinte. O fato é que os chapéus faziam a cabeça de qualquer candidata a metrópole na época.
Apenas na Rua da Praia e arredores, mais de dez lojas especializadas ofereciam os mais sortidos modelos do "feltro". Uma delas, a alfaiataria e magazine Filial Soares, entraria em ação no segundo e último capítulo dessa história.
Horas depois da papagaiada na Zona Norte, o dono do estabelecimento, Rubens Soares, fechou negócio - sem revelar o vendedor - para a compra do cobiçado souvenir, já de olho em duas jogadas publicitárias: um leilão beneficente e a confecção de um modelo exclusivo em homenagem à visita ilustre. "Ele foi, mas o chapéu ficou", vibrava uma série de reclames.
Na condição de fiel depositário, o empresário comunicou a posse à polícia e requisitou repórteres. Nilo Ruschel, seu irmão Ernani (1908-1995) e outros colegas dos meios de comunicação não encontraram qualquer dificuldade em dar fé, confirmando tratar-se do mesmo acessório masculino, produzido na fábrica nova-iorquina Disney Hats e comprado no magazine Jack Bell, em Hollywood, a US$ 52,00, conforme preço ainda na etiqueta.

Acervo familiar de Nilo Ruschel (1911-1975) preserva ainda hoje um autógrafo intacto de Mr. Power

Acervo familiar de Nilo Ruschel (1911-1975) preserva ainda hoje um autógrafo intacto de Mr. Power


ACERVO ADRIANA RUSCHEL/DIVULGAÇÃO/JC
Houve troca de mensagens com a imprensa carioca para atestar a autenticidade e obter a autorização do próprio dono do item: "Façam o que bem entenderem e felicidades",consentiu Tyrone em telegrama de um assessor, livrando assim os gaúchos da pecha de gatunagem no episódio.
Os cinemas locais já se mexiam para oferecer outros sucessos do artista – Epopeia do Jazz, Maria Antonieta, Suez – quando a vitrine da Rua da Praia nº 1.208 (próximo à Ladeira) passou a exibir o chapéu à curiosidade pública. A relíquia ficou ali por dez dias, apregoada em leilão beneficente até o arremate por um tal de “Senhor Moreno”, mediante o desembolso de 1,17 conto de réis (cerca de R$ 15 mil), revertidos ao “Natal das Crianças Pobres”, campanha promovida pela primeira-dama estadual Avany Cordeiro de Farias. Em uma espécie de lenda urbana, pelos anos seguintes muita gente juraria ter visto o afamado chapéu na cabeça de alguém da família. The End.

Reprise no Rio de Janeiro

Dias depois da confusão em POA, astro com Getúlio Vargas no Palácio do Catete

Dias depois da confusão em POA, astro com Getúlio Vargas no Palácio do Catete


/ACERVO FGV/DIVULGAÇÃO/JC
Alertadas, as autoridades do Rio de Janeiro tomaram providências para evitar uma reprise no aeroporto Santos Dumont, onde o Douglas DC-3 tocou o solo às 15h em ponto. A polícia já se preparava para a escaramuça, com o reforço de duas tropas de choque, enquanto um ressabiado Tyrone Power espiava pela janela mais uma horda de tietes. Bimotor estacionado, o frisson coletivo crescia a cada passageiro cruzando a porta, incluindo um sujeito de longa barba, ovacionado ao descer - já taxiavam na pista rumores de que o mocinho de Hollywood chegaria disfarçado à capital federal.
O ponteiro dos minutos avançou e, finalmente, o jovem astro de Café Metrópole acenou à multidão, com expressão meio assustada e tipoia no braço direito. O cumprimento das formalidades de desembarque motivou a condução do visitante pela baía da Guanabara, de lancha, até um iate clube próximo. Desesperadas, fãs corriam pelo local feito baratas-tontas, enquanto a atriz francesa Suzanne "Annabella" Charpentier (1907-1996) já aguardava - em quartos separados - no Copacabana Palace o colega, com quem se casaria seis meses depois, apesar dos despistes e evasivas na base do "somos bons amigos".
"Pensei que seria esmagado em Porto Alegre. Sofri uma torcedura dolorosa, como se me separassem o braço do corpo", declarou ele ao jornal A Noite. O incidente, aliás, arrancaria risadas do presidente Getúlio Vargas em audiência no Palácio do Catete, um dos destaques em dez dias de visita. Ainda deu para conhecer o Cassino da Urca, visitar Petrópolis, recusar US$ 15 mil para estrelar um filme brasileiro, antever o sucesso de Carmen Miranda nos Estados Unidos e dizer, ao vivo e em inglês, algumas palavras de boa vizinhança no programa radiofônico A Hora do Brasil. Até embarcar em um navio para casa, com discos de samba na bagagem e sob o pseudônimo "Mr. Moore".
Tyrone ainda faria nova viagem de relações públicas à Cidade Maravilhosa em outubro de 1946, dessa vez pilotando o seu próprio avião e acompanhado do ator Cesar Romero - o histriônico vilão Coringa da série televisiva Batman, duas décadas mais tarde. Mas o passeio, com breves descidas no Paraguai e em quatro capitais brasileiras (Salvador, Natal, Belém e Manaus), não incluiu a capital gaúcha e nem obteve a mesma repercussão de oito anos antes. O País voltaria à sua pauta em 1956, ao interpretar o pianista Eddie Dunchin (1909-1951) na cinebiografia Melodia Imortal: na trilha sonora, uma versão de Aquarela do Brasil (Ary Barroso).

Morto em ação

Filho e neto de artistas, Tyrone Edmund Power III teve experiências de rádio em Chicago

Filho e neto de artistas, Tyrone Edmund Power III teve experiências de rádio em Chicago


ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
Filho e neto de atores, Tyrone Edmund Power III nasceu em 5 de maio de 1914 em Cincinnati (Ohio), mas uma saúde meia-boca em seu primeiro ano de vida levou a família a migrar para a ensolarada Califórnia, onde passaria parte da infância antes de retornar à cidade natal. Batendo de porta em porta na busca de oportunidades no cinema aos 17 anos, "Ty" descolou figurações e pontas em Hollywood nos primeiros anos do cinema falado. Mas a carreira não decolava, instigando o aprimoramento cênico por meio de experiências de rádio em Chicago e nos teatros de Nova York.
Afiado, versátil e com bons contatos, ele reiniciou em 1936 uma escalada capaz de convencer executivos e diretores de que tinha mais a oferecer que um dos rostos mais belos do seu tempo - três anos depois, seus filmes seriam responsáveis pela segunda maior bilheteria mundial, perdendo apenas para o colega Mickey Rooney (1920-2014). Foram 45 papéis românticos, dramáticos, cômicos e heroicos, em uma filmografia suspensa de 1943 a 1945 pelo serviço militar voluntário na Marinha dos Estados Unidos, durante a reta decisiva da Segunda Guerra Mundial, chegando ao posto de primeiro-tenente após performances convincentes como piloto em operações no Pacífico. A aviação, aliás, era uma de suas paixões - assim como as mulheres, embora não faltassem rumores sobre uma suposta bissexualidade.
Já em seu terceiro casamento e com duas filhas pequenas (mais um garoto a caminho), em 1958, Tyrone literalmente tombou diante das câmeras, 20 novembros após a batalha com as fãs de Porto Alegre: de espada em punho durante cena de duelo no set espanhol do épico Salomão e a Rainha de Sabá, ele perdeu a esgrima para o próprio coração, vítima de um infarto aos 44 anos, mesma causa e idade da morte do pai, em seus braços, durante um ensaio teatral em 1931.
Ícone pop de seu tempo, Tyrone é uma das 57 personalidades estampadas na capa de Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band (1967), dos Beatles - a figura do galã aparece logo atrás de John Lennon.

Filmografia selecionada


ACERVO MARCELLO CAMPOS/DIVULGAÇÃO/JC
Quem ama, castiga (1937)
Café Metrópole (1937)
Na velha Chicago (1937)
Epopeia do Jazz (1938)
Maria Antonieta (1938)
Suez (1938)
Jesse James (1939)
A marca do Zorro (1940)
Sangue e Areia (1941)
Cisne Negro (1942)
Mergulho no Inferno (1943)
Fio da Navalha (1946)
O Beco das Almas Perdidas (1947)
Capitão de Castela (1947)
O Favorito dos Bórgias (1949)
A Rosa Negra (1950)
Guerrilheiros nas Filipinas (1950)
Missão Perigosa em Trieste (1952)
Rebelião na Índia (1953)
Duelo de Paixões (1955)
Melodia Imortal (1956)
Testemunha da Acusação (1957)

* Marcello Campos é formado em Jornalismo e Publicidade e Propaganda (ambas pela Pucrs) e Artes Plásticas (Ufrgs). Tem seis livros já publicados, incluindo a biografia de Lupicínio Rodrigues e do Conjunto Melódico Norberto Baldauf. Há mais de uma década, dedica-se ao resgate de fatos, locais e personagens porto-alegrenses. Em 2019, obteve o 2º lugar e uma menção honrosa no Prêmio ARI (Associação Riograndense de Imprensa) com duas reportagens culturais para o Jornal do Comércio.