Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Reportagem Cultural

- Publicada em 15 de Junho de 2022 às 18:55

Escritora Natalia Borges Polesso desponta na nova literatura brasileira

Gaúcha se consolida como uma das vozes mais importantes na recente produção literária brasileira

Gaúcha se consolida como uma das vozes mais importantes na recente produção literária brasileira


ARQUIVO PESSOAL NATALIA BORGES POLESSO/REPRODUÇÃO/JC
Ainda quando estava no doutorado, a escritora Natalia Borges Polesso criou um projeto despretensioso: a história em quadrinhos online Escritora Incompreendida. Com caráter autoficcional, trazia narrativas sobre uma autora que publicava textos que não eram, digamos assim, tão bem compreendidos. "Talvez funcione para todas as mulheres que escrevem: eu acho que a gente continua sendo incompreendida de algumas formas. Mas, também, qual texto não é, em algum momento?", reflete. Com sete livros lançados em quase 10 anos de carreira literária e passando por diferentes estilos, como conto, poesia e romance, Natalia, 40 anos, é uma voz importante na literatura contemporânea brasileira.
Ainda quando estava no doutorado, a escritora Natalia Borges Polesso criou um projeto despretensioso: a história em quadrinhos online Escritora Incompreendida. Com caráter autoficcional, trazia narrativas sobre uma autora que publicava textos que não eram, digamos assim, tão bem compreendidos. "Talvez funcione para todas as mulheres que escrevem: eu acho que a gente continua sendo incompreendida de algumas formas. Mas, também, qual texto não é, em algum momento?", reflete. Com sete livros lançados em quase 10 anos de carreira literária e passando por diferentes estilos, como conto, poesia e romance, Natalia, 40 anos, é uma voz importante na literatura contemporânea brasileira.
Reconhecida com premiações como o Açorianos e o prêmio Jabuti pelo livro de contos Amora, em 2016, atualmente ela mora na cidade de Lavras, no interior de Minas Gerais, com sua esposa, e ocupa sua rotina com vários projetos literários, trabalhos de traduções e estudos para concursos na área da docência na área da Teoria Literária. "Do que o autor ou a autora pensam em seu texto até a leitura do público, não se tem controle. Cada um tem a sua visão do mundo, então muita coisa pode cair no abismo dessa tentativa, desse salto que a gente faz ao tentar se comunicar por literatura", aponta.
Apesar dessa persona literária por vezes "incompreendida", a obra de Natalia segue sendo referência e ampliando os horizontes da literatura contemporânea brasileira. A escritora, doutora em letras e professora Luciany Aparecida vê a escritora gaúcha atenta ao que se produz atualmente. "Ela é ligada ao que se tem feito de literatura no Nordeste e Norte do Brasil, por exemplo, e traz um olhar mais diverso dos lugares de classe e raça, gênero e orientação sexual", diz. Esse interesse genuíno pelo que é produzido hoje é uma característica que Moema Vilella, escritora e professora nos cursos de Escrita Criativa da Pucrs, também aponta. "É maravilhoso debater com ela e escutar suas reflexões e problematizações críticas, porque ela de fato está constantemente pensando criação e literatura no mundo, no contemporâneo", avisa.
A livreira da Baleia e jornalista Nanni Rios acredita que a obra de Natalia é muito importante por colocar mulheres no centro das narrativas, em perspectivas tridimensionais. "São donas de suas próprias histórias, sem que a sua existência seja associada a outro personagem masculino", diz. Nanni também lembra de um trabalho essencial que a escritora realiza. "Ela tem uma pesquisa incrível sobre geografias lésbicas, no sentido de mapear a produção literária de mulheres não-heterossexuais em território brasileiro. A gente brinca dizendo que, como nos apagaram da história, a gente vai tomar a geografia. A importância desse trabalho é absurda, porque demonstra que as mulheres não-heterossexuais estão produzindo há muito tempo", explica. O trabalho em questão foi realizado no pós-doutorado da autora na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Em Caxias, onde Natalia surgiu como autora e pesquisadora, seu primeiro editor foi o poeta Marco de Menezes. Para ele, a literatura que ela produz é um instrumento necessário. "Está em um lugar relevante para poder dar voz às temáticas e especialidades que lhe são caras, e que ela retorce bem retorcido, se distanciando do óbvio, sem esquecê-lo jamais", analisa. A crítica literária Paula Sperb foi sua colega no mestrado na UCS e lembra que ela já demonstrava indícios de ter uma voz com muito para se dizer. "E isso de forma oral, mesmo. Ela tinha uma maneira muito única de se expressar, e que só se confirmou com a literatura dela", indica.
Natalia acredita que, nos últimos anos, a literatura brasileira se tornou um pouco mais plural e diversa, devido a fatores como crescimento de pequenas editoras e até a proliferação de redes sociais e de leitura, contudo ainda há muito a se fazer. “Se a gente pensar historicamente até aqui, o momento é muito bom, mas se refletirmos sobre o que ainda pode ser, falta muito para termos uma literatura realmente diversa”, aponta.

Trajetória em ascensão

Pais de Natalia foram morar em Caxias do Sul na infância da futura escritora

Pais de Natalia foram morar em Caxias do Sul na infância da futura escritora


/ARQUIVO PESSOAL NATALIA BORGES POLESSO/REPRODUÇÃO/JC
Quando Natalia Borges Polesso nasceu na cidade de Bento Gonçalves, ela foi diagnosticada com a síndrome Wolff-Parkinson-White (WPW) que, resumidamente, causa um batimento cardíaco acelerado, podendo levar a outras complicações. Como estava muito sintomática, precisou ficar um mês de observação no Instituto do Coração em Porto Alegre. "Brinco que eu nasci e fui dar uma volta na Capital. Em seguida, meus pais se mudaram para Caxias do Sul, queriam ficar mais perto da família, pois não sabiam o que poderia acontecer", explica. Somente anos depois ela faria a cirurgia para a resolução do problema.
Mas isso não a impediu de aproveitar parte da infância e da adolescência na cidade de Campo Bom, na qual morou dos 8 aos 16 anos. "Eu adorava estar no colégio, fazer todos os esportes. Eu acho que, na verdade, eles mais me ajudaram do que me atrapalharam. Ao mesmo tempo que eu era essa guria super esportista, eu também fazia parte do clube de xadrez", conta. Na quinta série do fundamental, ela escreveu um poema no Dia das Mães que acabou sendo lido para a escola toda. Na época, já adorava deixar os cadernos cheios de histórias.
Com o divórcio dos pais, Natalia acabou retornando para Caxias, onde terminou o ensino médio. "A mudança de ambiente para uma cidade grande, e o fato de estudar à noite, realmente foi um choque", afirma. Com o vestibular chegando, ela pensou em algumas opções, entre elas Medicina e Educação Física. "Medicina eu não imaginava como articular dinheiro para fazer e por conta do meu problema cardíaco - fiquei sintomática nessa época - achei que Educação Física podia não ser uma boa ideia. Aí resolvi ir para a Letras mais pelo inglês, que eu gostava bastante. Percebi que podia dar aula e ter meu dinheiro, e, com isso, independência", analisa. Tinha familiaridade com a língua estrangeira principalmente a partir da escuta de artistas como Madonna, Cranberries e Alanis Morissette.
Foi durante a graduação na Universidade de Caxias do Sul (UCS) que Natalia começou a ler mais. "Eu entrei com 17 anos na faculdade, então, comecei a aumentar a leitura, simplesmente, porque tive acesso a uma grande biblioteca. Como aluna de inglês da Letras fui lá e peguei todos os Shakespeare possíveis. Lia de tudo, meio rizomaticamente", aponta. Durante todo o período da faculdade, ela trabalhava, dando aulas de inglês, o que fez com que ela levasse oito anos até a formatura, em 2007.
Paralelamente, Natalia continuava escrevendo e, incentivada por amigos leitores no final da graduação, se inscreveu no tradicional Concurso Anual Literário de Caxias do Sul. "Acabei ganhando duas vezes, acho que foi em uma edição no conto e na outra em poesia", diz. No mesmo período surgiu também o blog A Inércia de Alice, em que postava textos e exercícios de escrita. Os contos do concurso foram publicados em uma antologia.
Em 2009, Natalia ingressou no mestrado na mesma instituição. "Trabalhei com a obra da escritora Tânia Faillace para falar de espaço, que sempre foi uma coisa que eu gostei, e aí de fato comecei a ter uma vida acadêmica mais ligada a eventos, apresentações de trabalho", afirma. Ela conta que também foi importante o fato de ter tido uma bolsa integral na pesquisa para poder se dedicar.
 

De Recortes à Amora

Projeção nacional veio com Amora, livro que ganhou o Jabuti em 2016

Projeção nacional veio com Amora, livro que ganhou o Jabuti em 2016


/ARQUIVO PESSOAL NATALIA BORGES POLESSO/REPRODUÇÃO/JC
Foi em 2013 que Natalia lançou o seu primeiro livro, intitulado Recortes para álbum de fotografia sem gente, pela editora Modelo de Nuvem, de Caxias do Sul. A obra foi editada por Marco de Menezes e Camila Cornutti com o apoio do Edital Financiarte, da cidade. "Acho que esse livro tem junção de textos de 10 anos, mais ou menos. Ele tem cara de primeiro livro, foi uma edição bem cuidadosa", diz a escritora. Marco conta que gostou dos textos de imediato. "Eles falavam (e falam) em uma língua cognoscível e ao mesmo tempo estrangeira, com muito de fluxo de consciência e de ríspido cotidiano, mas com personagens como nós mesmos, tão acalorados e friorentos", aponta. O Recortes ganharia no mesmo ano o prêmio Açorianos de Literatura na categoria conto, e seria o início de um carreira de projeção nacional.
Nessa época, Natalia se dividia entre Caxias e Porto Alegre, pois começava a cursar o doutorado em Teoria Literária na Pucrs. Para ela, foi um momento de produção e de conhecimento frutífero e também de ampliação dos horizontes. "Várias coisas mudaram meu olhar para que eu me pensasse escritora: a minha primeira publicação, o fato de estar na Pucrs, porque eu era completamente alheia à vida de escrita que existia em Porto Alegre", explica. Conheceu, entre outros, autores como Moema Vilela, Davi Boaventura e Jeferson Tenório, participando também de eventos literários na cidade.
Em 2015, aconteceu o lançamento de Amora, pela Não Editora. O livro ganhou o prêmio Jabuti, em 2016, na categoria Contos, dando uma projeção nacional para a escritora. "Foi uma mudança total. Lembro que o livro estava quase esgotado em uma Feira do Livro de Porto Alegre", diz. Natalia, então, começou a ser chamada para muitos eventos em todo o Brasil e também fora do País. "Na esteira disso teve o Bogotá 39, que me fez conhecer muitos lugares da América Latina e diversos escritores. E isso mudou completamente a minha relação com a literatura, inclusive, geograficamente", conta.
A jornalista e livreira Nanni Rios lembra da sensação depois de terminada a leitura de Amora. "Pensei: 'esse foi o livro que eu esperei toda a minha vida para ler'. Pela presença de personagens mulheres em todos os contos, todas elas donas de suas próprias histórias, vivências e desejos. Aquilo era inédito pra mim", diz. Inclusive, o livro a fez repensar toda a curadoria da livraria. "Afinal, que tipo de literatura eu queria oferecer pras pessoas? Foi uma verdadeira revolução, mudou tudo. Daí comecei a chamá-la para eventos e atividades na Baleia. Então, engatamos a amizade que existe hoje", relata.
Sobre o processo de escrita, Natalia diz que demorou cerca de três anos para a conclusão da obra. Variando no tempo de trabalho em cada conto. O conto Marília Acorda, sobre a rotina de um casal de duas senhoras, um dos seus favoritos, ela diz que escreveu em cerca de um dia. Já, por exemplo, Tia Marga demorou seis meses para chegar ao final. "Um dia eu estava andando na rua e me veio como o final deveria ser. Eu tinha que trazer essa ideia de desbalanço, porque essa família funciona assim", afirma. O livro é composto por 33 contos que versam resumidamente sobre as diferentes manifestações de amor entre mulheres.
A crítica literária Paula Sperb publicava alguns dos primeiros textos literários no extinto jornal O Caxiense, no qual era uma das editoras. O periódico circulou na cidade serrana entre 2009 e o começo de 2013. "Quando ela lançou o primeiro livro, o Recortes, eu lamentei muito que o jornal já não estivesse mais ativo, porque eu queria muito ter essa crítica, para apresentar para a comunidade de leitores", comenta. Paula conta que participou da banca julgadora do edital municipal que financiou o lançamento de Amora. "Colaborei para dar esse parecer positivo e, depois, o livro fez todo um caminho super importante, uma voz fundamental da literatura LGBTQIA+", reflete.
 

Explorando diferentes terrenos literários

Autora deve publicar primeiro livro infantojuvenil ainda em 2022

Autora deve publicar primeiro livro infantojuvenil ainda em 2022


/LAINE BARCAROL/DIVULGAÇÃO/JC
Natalia tem publicações em romance, conto, poesia, crônica e vai estrear ainda esse ano na literatura infantojuvenil com o livro Formiguinhas. Para ela, tudo depende do projeto, mais do que a inspiração. "O conto, como é mais curto, tem essa elasticidade do tempo (para escrever). Mas para o romance eu não tenho essa opção, ele é um quebra cabeça em construção, está na sua cabeça o tempo todo", explica. A autora tem dois romances lançados: Controle, de 2019, e A Extinção das Abelhas, de 2021, além de Corpos Secos, de 2020, escrito em parceria com Luisa Geisler, Samir Machado de Machado e Marcelo Ferroni.
Uma questão que influencia fortemente a criação de Natalia é o tempo para se dedicar à escrita - que, é claro, depende também de uma maior estabilidade financeira. "Eu ando tão atolada de trabalho. Acho que a última vez que eu tive tempo de sobra para escrever foi em 2015, quando eu fui para o doutorado sanduíche na França e terminei o Amora. E o Controle eu escrevi no final daquele ano", diz. No retorno, veio o fim do doutorado e uma série de trabalhos. "Voltei da França, onde estava com o sonho da bolsa de estudos, para uma realidade em que eu precisava continuar trabalhando para pagar as contas", afirma. Ao mesmo tempo, era a época da premiação do Amora no Jabuti, com muitos eventos e viagens acontecendo.
"Como diz a minha amiga, (a escritora) Cidinha da Silva, eu trabalho para poder sustentar a escritora que existe em mim. Sim, hoje é um pouco mais confortável, com as traduções e a venda dos livros, mas esse ano, por exemplo, estou com quatro projetos na cabeça e que não consegui me concentrar pra escrever", fala.
Em outros terrenos literários, Natalia também tem dois livros de poesia, Coração à corda, de 2013, e Pé atrás, de 2018. Ela considera essa a forma mais complexa de escrita. "Quando eu escrevo poesia eu tenho vergonha, e quando eu escrevo prosa, não tenho essa vergonha", diz. Pé atrás foi um convite do amigo e poeta Marco de Menezes. "Acabei publicando com o título de Pé atrás, um porque são poemas com questões geográficas, de andanças, então; mas também porque eu estou sempre com o pé atrás com a minha poesia", explica. Segundo Menezes, a Natalia prosadora tenta, mas não consegue ocultar a poeta. "Quando ela publicou com a gente pelo Selo Fresta, a poeta veio com tudo, desbocada, sumarenta, malandra e pestilenta, e o pé atrás que dá título ao conjunto deixa aparecer um pé na porta, ou um pé na bunda."
A crônica também foi um gênero que Natalia explorou por cerca de dois anos, no jornal O Pioneiro. Ela conta que, em geral, foi uma experiência satisfatória. Entretanto, ela também sofreu ataques devido a uma crônica que escreveu sobre um acontecimento inusitado. "Escrevi sobre uma situação que aconteceu comigo, na campanha de 2018: um avião que eu peguei e no qual Jair Bolsonaro também era passageiro", diz. Ela acabou sofrendo muitos ataques virtuais na época, e teve dificuldades de fazer um boletim de ocorrência. "Acabei parando de escrever no jornal por causa disso. Começaram a atacar as minhas redes sociais e tive que bloquear e trancar tudo", conta.
 

Projetos para o futuro

Natalia Borges Polesso celebra volta dos eventos híbridos ou presenciais

Natalia Borges Polesso celebra volta dos eventos híbridos ou presenciais


/ARQUIVO PESSOAL NATALIA BORGES POLESSO/REPRODUÇÃO/JC
Para Natalia Polesso, estar comprometida com a escrita já é algo político. "Por exemplo, a minha obsessão agora é o fim do mundo. Por fim do mundo eu penso na era do capital, conforme a Donna Haraway, e a minha escrita está comprometida com isso, porque essa é a minha visão do mundo", diz. Essa obsessão se reflete em alguns dos escritos mais recentes, como o conto Perfeita Tecnologia (que integrou a série Botão vermelho uma parceria da Revista Pernambuco com o Instituto Serrapilheira) e o livro A extinção das abelhas, de 2021.
A trama da sua obra mais recente é dividida em três partes em que se acompanha Regina, órfã e moradora na casa dos pais, que estão ausentes há muito tempo. Ela acaba se relacionando com outras personagens, como Eugênia e Denise, casal de mulheres que a adota; Aline, irmã adotiva; Paula, sua ex-namorada; e a gata, Paranoia. "Foi um livro que eu entreguei uma semana antes de estourar a pandemia da Covid-19, e fui viajar. Ficou tudo parado na editora e aí peguei de novo, acho que em maio daquele ano, e fiz algumas inserções de situações da pandemia. A segunda parte tem uma narrativa de várias vozes do colapso, que passa por uma ideia de narrador não humano e múltiplo, como se fosse uma grande timeline", diz. Agora, ela diz que não vê o livro como uma distopia, e sim mais como um livro de realismo especulativo, na ideia de Timothy Morton, filósofo ligado à ecologia.
Para Luciany Aparecida, os romances da autora têm como destaque a voz narrativa. "A extinção das abelhas leva isso a um lugar do absurdo, tanto o temático do livro, mas também no cuidado que ela tem de elaborar em quem está contando aquela história." Natalia diz que o escritor Leo Tavares sempre faz a leitura de seus livros e vice-versa. É comum pedirem críticas um ao outro. A amizade nasceu em 2011, uma conexão instantânea, movida pelo magnetismo das afinidades e, especialmente, do riso, conta Tavares. "Ela é a primeira leitora de todos os meus escritos. É uma medida estética. Um senso de orientação quando o caminho é turvo e instável. Mais que isso tudo, uma parceira", afirma.
Por exemplo, na Extinção das abelhas, um capítulo foi modificado pela sugestão de Leo. O conto Perfeita tecnologia, para Luciany, diz muito da tendência dos romances, principalmente do A extinção das abelhas. "Eu acho talvez até de algo futuro, um caminho que Natalia pode estar tramando em seguir", diz.
Agora, com o retorno de eventos híbridos ou presenciais, ela conta que a ideia é voltar a encontrar o público, até porque seu mais recente livro foi lançado durante a pandemia. "Estou feliz com essa possibilidade de volta dos eventos. Agora os casos de Covid-19 aumentaram, mas mantendo a vacinação e as doses de reforço, para a gente ficar seguro, essas atividades vão voltar a acontecer", diz. Natalia avisa que está com um projeto de romance novo, mas deve demorar a sair, por estar no início. Entre as novidades, ainda há o trabalho na continuação de Corpos secos. "Estou com um livro de contos, mas não sei aonde ele vai, estou com várias coisas... Eu sou a pessoa de vários projetos, mas preciso de tempo para conseguir sentar e encaminhar eles", conclui.
 

Livros de Natalia Borges Polesso

Capa do livro 'Amora', de Natália Borges Polesso

Capa do livro 'Amora', de Natália Borges Polesso


/N/DIVULGAÇÃO/JC
? 2013 | Recortes para álbum de fotografia sem gente - contos (Modelo de Nuvem)
? 2015 | Coração à corda - poesia (Patuá)
? 2016 | Amora - contos (Não Editora)
? 2018 | Pé atrás - poesia (Fresta)
? 2019 | Controle - romance (Cia das Letras)
? 2020 | Corpos Secos - romance escrito com Samir Machado de Machado, Marcelo Ferroni e Luisa Geisler (Alfaguara)
? 2021 | A extinção das abelhas - romance (Cia das Letras)
 
 
* Rafael Gloria é jornalista, mestre em Comunicação pela Ufrgs, editor fundador do Coletivo de Jornalismo Cultural Nonada – Jornalismo Travessia e sócio da agência Riobaldo