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Porto Alegre 250 anos

- Publicada em 24 de Março de 2022 às 20:19

Onde estão as melhores regiões para abrir comércio em Porto Alegre

Áreas como a avenida Franklin Roosevelt voltam a despontar como promissoras para comércio

Áreas como a avenida Franklin Roosevelt voltam a despontar como promissoras para comércio


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Onde abrir um varejo na Porto Alegre de dois séculos e meio de vida e que pode ser garantia de sucesso?
Onde abrir um varejo na Porto Alegre de dois séculos e meio de vida e que pode ser garantia de sucesso?
A coluna foi atrás de respostas que podem valer alguns bons meses ou anos de retorno e que já permitem maior precisão, com uso de tecnologia e inteligência na análise, além de um faro para perceber movimentos e mudanças.

VÍDEO: Conheça três varejos que abriram em lugares diferentes em Porto Alegre

Nos 250 anos da Capital, que tem praticamente uma população permanente que se estabilizou em 1,4 milhão de habitantes há três décadas, cita o sócio fundador da Space Hunters, Francisco Zancan. A Space Hunters é uma consultoria especializada em reunir dados para ajudar nas respostas a perguntas como onde abrir um negócio ou erguer empreendimento.
Zancan observa que há regiões, como o Centro Histórico e entorno, que indicam mais restrições devido a fatores que entram em qualquer estudo de implantação de negócios. O sócio da consultoria elenca o envelhecimento da população residente e renda menos atrativa e a perda de habitantes para outras áreas da cidade.
Já outras regiões se mostram emergentes, por terem atributos de renda mais elevada, mais moradores jovens e possibilidade de ocupação no futuro, além de facilidades de mobilidade, como a área dos bairros Bela Vista, Petrópolis e regiões da avenida Carlos Gomes e 4º Distrito, alvo de iniciativas para resgate da antiga área industrial e de varejo da Capital.
Estes achados então em levantamento que a consultoria preparou especialmente para o conteúdo da coluna sobre os 250 anos da Capital. A Space Hunters traçou algumas pistas os destinos, que, atenção, não excluem o Centro.
A seguir, estão três exemplos de varejos que recorreram a dados e estudos da consultoria para definir os passos futuros, seja em um negócio de tradição familiar com décadas de operação ou para abrir novos tipos de atividade e mesmo de aposta de mercado.

Onde se instalar?

Endereços no Centro como a Galeria Chaves atraem novos negócios devido ao alto fluxo

Endereços no Centro como a Galeria Chaves atraem novos negócios devido ao alto fluxo


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
  • Áreas mais centrais registraram esvaziamento de negócios de serviços e varejos nas décadas recentes.
  • O Centro Histórico ainda tem como trunfo o alto fluxo, mas pode melhorar o status a partir da revitalização do Cais Mauá e da atração de novos residentes e negócios corporativos, o que estará vinculado à oferta de imóveis.
  • A avenida Carlos Gomes é uma conectora para outras regiões e está próxima de bairros populosos, como Bela Vista e Petrópolis.
  • A rua Anita Garibaldi tem ritmo forte de crescimento na última década e está no centro de regiões populosas com expansão imobiliária.
  • Avenidas como Assis Brasil e vizinhança, na Zona Norte, e Wenceslau Escobar e Otto Niemeyer, na Zona Sul, mantêm atratividade e recebem novos empreendimentos e comércio de bairro.
Fonte: curadoria do sócio da Space Hunters, Francisco Zancan

"Faltava um lugar que desse comodidade para os clientes", diz criador da Motu

Tegon aposta em um tipo de mercado com marcas premium e muita curadoria para clientes

Tegon aposta em um tipo de mercado com marcas premium e muita curadoria para clientes


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
O paulista Luiz Marcelo Tegon foi executivo de grandes empresas multinacionais por 25 anos. Em 2019, decidiu que abriria um negócio e de varejo.
"Não tinha experiência na área, mas queria empreender".
O percurso de Tegon, até abrir a delicatessem Motu, em setembro de 2021, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, teve muita pesquisa sobre demandas de consumidores, conversas com outros varejistas de segmentos que lidam com gastronomia e preocupação em acertar o ponto, literalmente.
O nome Motu foi inspirado no povo polinésio e identifica as ilhas que se formam em áreas de corais. A ideia é que o negócio seja realmente um paraíso de marcas desejadas, do café a doces, pães e bebidas. Mas tudo com muita curadoria feita pela Motu.
Para tomar a decisão sobre o endereço, buscou um estudo de localização e sobre a vizinhança.
"O local escolhido, na rua Luiz Só, 215, em um novo empreendimento residencial no bairro, foi a terceira opção que melhor pontuava, mas Tegon queria uma praça por perto, que melhora a mobilidade e opções para estacionar, imóvel de esquina, para separar os acessos da loja e do delivery, e o público alvo", enumera o criador da Motu.
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A loja oferta mais de 1,2 mil produtos de quase 200 marcas. "Mais de 80% delas são nacionais", indica o agora empreendedor de varejo, que investiu R$ 3 milhões em todo o negócio, que emprega quase 20 pessoas. O resultado deu tão certo, que o retorno previsto em um ano já ocorre em seis meses.
"Meu projeto é ter 15 lojas em cinco anos, entre o Estado e Brasil. Vamos usar inteligência de dados para buscar os locais", comenta. "Vai ser uma franquia financeira, para quem quiser investir. Eu monto a loja."

"O Empório das Sedas está mais central do que o Centro", diz Artur

Irmãos Daniel (esquerda) e Artur contam como decidiram e buscaram dados para embasar mudança

Irmãos Daniel (esquerda) e Artur contam como decidiram e buscaram dados para embasar mudança


PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Chega um momento em que tudo leva a uma decisão. Foi mais ou menos assim que os irmãos Artur e Daniel Nunes, terceira geração de um varejo familiar de Porto Alegre, resolveram que era hora de trocar o Centro Histórico, depois de 80 anos, pelo Quarto Distrito, na Zona Norte da Capital. 
A pandemia ajudou, admite Artur, mas a ideia já estava se infiltrando há alguns anos entre rolos de tecido fino e fibra pura e rendas da Empório das Sedas.
Os varejistas já tinham comprado um imóvel no novo destino. E foi uma pesquisa para entender onde estava os pontos mais promissores que aportou as respostas definitivas.
"A zona é mais tranquila, com logística fácil e comodidade, além de população com renda atrativa", recorda Daniel, sobre indicadores que embasaram os rumos do varejo.
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Loja se mudou para a avenida São Pedro, que já tem comércio de segmentos na Zona Norte. Fotos: Patrícia Comunello/JC 
A loja deixou a rua Voluntários da Pátria, em meados de 2020, para ocupar um ponto na avenida São Pedro, longe do turbilhão de 400 mil pessoas circulando ao dia, mas mais perto das clientes, do faturamento mais realista e promissor e do negócio que a dupla vem desenhando para atuar.
E não foi só a Empório que migrou para a região do Quarto Distrito. A Achados e Tecidos, braço da família que atua com linhas de tecidos mais populares, também foi atrás, saindo da rua Pinto Bandeira, no Centro, para a avenida Franklin Roosevelt, endereço mais raiz do Quarto Distrito impossível. O imóvel havia sido comprado pelos irmãos anos antes, já antevendo que os ventos podiam soprar para a região.
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Na avenida Franklin Roosevelt, que teve varejo forte no 4º Distrito, abriu a Achados e Tecidos, com itens mais populares
A conclusão, depois de tantas descobertas após a mudança, é da dada por Artur:
"O Empório das Sedas está mais central do que o Centro".

Dose dupla de franquia aposta no fluxo e tradição do Centro

Fabiana fala que a escolha de dois pontos na rua dos Andradas seguiu estudo de fluxo

Fabiana fala que a escolha de dois pontos na rua dos Andradas seguiu estudo de fluxo


/PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A psicóloga Fabiana Demingos atuou 26 anos na rede de consultoras da Natura. Em 2019, decidiu abrir a primeira franquia presencial da marca. Onde?
Na rua dos Andradas, na Galeria Chaves. Isso foi setembro, e, seis meses depois, uma segunda unidade estreou na mesma rua, no número 1.719, mais acima, dias antes da pandemia estourar.
Enquanto muitos vizinhos estão fechando as portas, Fabiana abre mais e já sonha em ter uma terceira, que será, adivinha? No Centro, claro.
"A decisão de abrir no Centro de Porto Alegre ocorreu após estudos que mostraram que a gente precisava de fluxo, até porque era um negócio novo, e encontro aqui", recorda ela.
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Loja na Galeria Chaves foi aberta em 2019, na primeira inserção da marca na região. Foto: Patrícia Comunello/JC
"Muitos me perguntam: 'Mas por que duas na mesma rua? Não divide público' Não, porque o Centro tem uma característica própria: cada quadra é um bairro. Quem está na avenida Borges de Medeiros não vem para a subida da Andradas, e vive e versa", valoriza ela.
"Se abrir a terceira vai ser o Centro. Está definido", garante, mas faz segredo sobre o novo destino. "Não tinha este olhar quando era só cliente, mas hoje, como empresária, digo: quem tá no Centro não sai do Centro."