Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Futebol

- Publicada em 15 de Março de 2022 às 03:00

Uma cidade com dois campeões do mundo

Desde que foram fundados, Inter e Grêmio fazem parte do dia a dia do porto-alegrense

Desde que foram fundados, Inter e Grêmio fazem parte do dia a dia do porto-alegrense


ITAMAR AGUIAR/AFP/JC E JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Deivison Ávila
Dos 250 anos de história de Porto Alegre, o clássico Grenal convive há 113 anos ao lado dos gremistas e colorados. Não tem como não pensar nas ruas da cidade sendo tomadas pelas camisetas dos dois clubes, seja em dia de enfrentamento entre eles ou em confrontos com outras equipes.
Dos 250 anos de história de Porto Alegre, o clássico Grenal convive há 113 anos ao lado dos gremistas e colorados. Não tem como não pensar nas ruas da cidade sendo tomadas pelas camisetas dos dois clubes, seja em dia de enfrentamento entre eles ou em confrontos com outras equipes.
Desde que Grêmio e Inter iniciaram suas atividades, os dois clubes ocuparam pontos que se tornaram marcantes para quem vive pelas ruas da capital dos gaúchos.
Primeiro a se erguer, em 1903, o Grêmio Football Porto-Alegrense começou a disputar seus jogos na Baixada dos Moinhos de Vento, onde está localizado, hoje, o Parcão. Depois de lá, o Tricolor foi para o bairro da Azenha, onde construiu o Estádio Olímpico Monumental, inaugurado em 19 de setembro de 1954.
Com o passar dos anos, o Velho Casarão, como é chamado carinhosamente pelo seu torcedor, começou a ficar defasado. Sentindo a necessidade de se modernizar, o clube fechou parceria com uma construtora e ergueu a Arena, em 8 de dezembro de 2012, mudando-se da área central para a entrada da cidade, no bairro Humaitá, ao lado da freeway, uma das principais vias de acesso ao município.
O Colorado também mudou de endereço desde a sua fundação, em 1909. Os primeiros treinos e jogos foram realizados na Azenha, ao lado do Hospital Porto Alegre. No ano seguinte, houve a mudança para o Campo da Várzea, atual Parque da Redenção. Mas a estadia no bairro não durou muito. Em 1912, o clube alugou a Chácara dos Eucaliptos, se tornando o primeiro local de jogos exclusivos do Colorado.
A partir de 1927, iniciou a construção do Estádio dos Eucaliptos, que foi inaugurado em 1931. Com o crescimento, a direção se viu obrigada a erguer uma casa ainda maior. E, em 1969, mais precisamente no dia 6 de abril, também no Menino Deus, foi erguido o Gigante da Beira-Rio. Ao passar dos anos, o estádio também sentiu a necessidade de ser reformado. E, com a realização da Copa do Mundo no Brasil, o Beira-Rio foi remodelado e reinaugurado no mesmo 6 de abril, só que de 2014.
Por ser o pioneiro, o Grêmio manteve sua hegemonia nos primeiros anos de confrontos com o Inter. A primeira partida entre os maiores rivais do Estado ocorreu no dia 18 de julho de 1909, em um domingo, às 15h10min, no Estádio da Baixada. O placar até hoje é motivo de flauta entre as duas torcidas, já que o Tricolor aplicou um sonoro 10 a 0 sobre os Colorados.
Depois desse encontro, houve ainda outros 436 Grenais. O Inter é o maior vencedor, com 160 vitórias, contra 139 do Grêmio. Outros 138 acabaram empatados. Alguns duelos entraram para a história, como o Grenal do Século, vencido pelo Colorado por 2 a 1, em 12 de fevereiro de 1989. A partida ganhou este significado porque deu ao vencedor a vaga na final do Campeonato Brasileiro, além de classificar para a Libertadores do próximo ano. Marcos Vinicius abriu o marcador para o Tricolor, aos 26 minutos do primeiro tempo, mas Nilson, aos 16 e 26 minutos da etapa final, decretou a virada colorada.
Outro embate que entrou para a história foi o Grenal do gol 1000. A partida disputada em 10 de julho de 2004 também ficou marcada pela estreia de um dos maiores nomes colorados de todos os tempos, o eterno capitão e ídolo Fernandão. Ele saiu do banco de reservas e fez o segundo gol da vitória do Inter por 2 a 0 sobre o Grêmio - o zagueiro Vinícius tinha aberto o placar -, naquela tarde fria de inverno, no Beira-Rio.
Em 2009, o clássico 377 também entrou para a história, como sendo o Grenal do Centenário. A partida foi válida pela 12ª rodada do Brasileirão. Depois de sair perdendo, com um gol de Nilmar, o Grêmio virou o jogo com gols de Souza e Maxi López.
Mais dois confrontos ficaram marcados pela elasticidade no placar. Em 1997, o badalado Grêmio, vindo de conquistas da Copa do Brasil, Brasileirão e Libertadores, recebeu um Inter, comando por Celso Roth e bastante questionado. Em pleno Estádio Olímpico, o Colorado fez 5 a 2, pela 10ª rodada do Nacional. Christian, Sandoval, Marcelo Rosa e Fabiano, duas vezes, marcaram para o Inter. Sérgio Manoel e Gilmar descontaram.
Já em 2015, foi a vez do Grêmio marcar cinco vezes e humilhar o maior rival. Em jogo válido pelo Brasileirão, o então presidente colorado, Vitorio Piffero, demitiu o técnico Diego Aguirre na véspera do jogo para criar o "fato novo". Alheio a isso, os comandados de Roger Machado foram avassaladores e fizeram 5 a 0. Giuliano, Fernandinho, Luan, duas vezes, e Réver, contra, anotaram os gols. O meia Douglas ainda perdeu um pênalti.
Um dos últimos clássicos a entrar para os anais do embate gaúcho foi o primeiro válido por uma Libertadores da América. Inter e Grêmio duelaram pela fase de grupos do torneio continental. O jogo terminou sem vencedor e o empate sem gols ficou marcado pela briga generalizada dos jogadores dentro de campo, que acabou em oito expulsões. O Grenal 417 foi disputado em 12 de março de 2020, na Arena.
Não importa a competição, a série ou o momento vivido por cada clube. Quando se trata de Inter e Grêmio, a cidade para e todos os olhares se voltam para os dois clubes que construíram seus nomes junto à cidade que se veste de azul e vermelho para viver uma de suas maiores paixões, o futebol. 
Outros clubes de futebolNão foram apenas Grêmio e Inter que colocaram seus nomes na história do futebol de Porto Alegre. A capital gaúcha teve alguns outros times que seguem em atividade, saíram da cidade ou foram extintos. Da Zona Norte, mais precisamente do Passo D'Areia, o São José segue em atividade. Na elite do futebol gaúcho e na terceira divisão nacional, o Zequinha é um clube que conta com a simpatia de todos e é reconhecido por ser o segundo clube dos porto-alegrenses.
Já o Cruzeiro trocou de endereço. Abandonou o Morro Santana, Zona Leste da Capital, e se transferiu para Cachoeirinha. O Cruzeirinho, como é carinhosamente chamado, ao lado da dupla Grenal, era um dos principais clubes do Estado. Entretanto, uma crise na década de 1960, fez o time entrar em decadência. Ainda fizeram história os extintos Força e Luz, Renner e, por último, o Porto Alegre, que tinha como proprietário, Roberto de Assis Moreira, irmão de Ronaldinho.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO