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Carta do editor

- Publicada em 21h38min, 17/12/2020.

Vacina da confian�a ser� decisiva para a retomada em 2021

Ter seguran�a de que a crise foi superada ser� fundamental; s� assim os neg�cios retomar�o

Ter seguran�a de que a crise foi superada ser� fundamental; s� assim os neg�cios retomar�o


CLAITON DORNELLES/ARQUIVO/JC
Guilherme Kolling
Chegamos a dezembro, mais uma vez, com grandes expectativas sobre uma reação da economia no próximo ano. As projeções de crescimento do mercado para o Brasil em 2021 vão de 3,5% a 4% de alta na atividade econômica. Há bons argumentos e fatos objetivos que respaldam essa expectativa de otimismo.
Chegamos a dezembro, mais uma vez, com grandes expectativas sobre uma reação da economia no próximo ano. As projeções de crescimento do mercado para o Brasil em 2021 vão de 3,5% a 4% de alta na atividade econômica. Há bons argumentos e fatos objetivos que respaldam essa expectativa de otimismo.
O primeiro é o cenário do ano atual. A pandemia afetou a todos os setores da economia e o efeito é uma forte retração do PIB, a maior das últimas décadas - o cenário já foi pior, falava-se em queda de mais de 6% e agora estamos em cerca de -4,5%.
Outra constatação é a reação da economia nos últimos meses. Depois do fundo do poço no segundo trimestre, houve melhora no período entre julho e setembro de 2020. Além disso, indicadores mostram avanços, como a atividade da indústria e o saldo na criação de empregos, positivo há meses, embora ainda não tenha recuperado perdas do ano.
Mais um ingrediente que dá esperança é a força de setores como o de alimentação, com números positivos ao longo de toda a pandemia, e a construção civil, que registra melhora nas vendas.
No Rio Grande do Sul, a estiagem volta a preocupar o agronegócio, mola propulsora da nossa economia, mas não com a força com que afetou a safra passada. Além disso, grandes investimentos no Estado, represados com a pandemia, poderão sair do papel em 2021.
Na conjuntura geral, também ajudam a taxa Selic baixa, com juros de 2% ao ano, e uma inflação que, embora tenha ido além do projetado, ainda está sob controle. Como vemos, há razões para acreditar que o próximo ano será melhor. Apesar de tudo, é bom lembrar que um fator-chave para a retomada da economia será a confiança. A crença de que as coisas irão melhorar move o consumo e as empresas.
Evidentemente, isso passa por uma solução para a crise do coronavírus. Além das medidas de prevenção para evitar a disseminação do vírus, o fator decisivo será a aplicação em massa de uma vacina que nos permita ter a segurança de que o problema, ao menos em parte, estará superado. São várias vacinas em testes. Independentemente da escolha do governo, é importante tirar do papel, o quanto antes, o plano de vacinação. Será uma injeção de ânimo no País.
Ainda que tudo saia como planejado, é razoável ter cautela. Nos últimos quatro anos, o Brasil tinha ótimas expectativas para o período seguinte e, como foi dito nesse mesmo espaço, no ano passado, se acreditava em altas do PIB superiores a 3% para o ano subsequente.
As razões também eram boas, mas foram quatro temporadas de baixo crescimento, cerca de 1% ao ano entre 2017 e 2019, e agora uma queda superior a 4% (expectativa). Fatores imprevisíveis, pesaram nessa conta: a gravação no caso JBS em 2017, a greve dos caminhoneiros em 2018, a polarização política e a guerra comercial entre Estados Unidos e China em 2019, e a pandemia em 2020.
Talvez a única certeza seja de que a imprevisibilidade estará presente. E a saída, de novo, é buscar estabilidade no País, para retomar a confiança e fazer a roda da economia voltar a girar.
Editor-chefe
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