2021: dois anos em um

Após um ano conturbado e um calendário maluco que paralisou as modalidades esportivas em todo o planeta, a temporada 2021 será ainda mais intensa para o mundo dos esportes. Devido à pandemia do novo coronavírus, vários campeonatos e torneios que tiveram início em 2020 serão concluídos no próximo ano. O principal deles é os Jogos Olímpicos de Tóquio, que pela primeira vez na história foi adiado. Em outras três oportunidades - 1916, 1940 e 1944 - os Jogos não foram realizados por causa das duas guerras mundiais.

A transferência das Olimpíadas para 2021 provocou acalorados debates entre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Olímpico Local (COL), se cogitando até mesmo o cancelamento do evento programado para o Japão. No entanto, o surgimento de uma vacina para o controle da Covid-19 tranquilizou as partes, que adotarão alguns protocolos sanitários para que público, atletas, comunidade japonesa e turistas possam conviver ao longo da realização dos Jogos, apesar de ainda não ter havido um posicionamento claro sobre a presença de público.

A data será 23 de julho de 2021. Caso se confirme a entrada dos torcedores e admiradores das diversas modalidades em disputa, uma força-tarefa comandada pelas entidades responsáveis será colocada em prática para garantir a segurança sanitária de todos envolvidos. Indicativo de que isso ocorra é a presença de público em jogos de futebol e beisebol no Japão.

Em termos financeiros, o adiamento da Olimpíada levou a incrementos bilionários. O Japão estima que a mudança gere um custo extra de US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 13,7 bilhões, na cotação atual). Tanto o COI como o governo japonês estão tentando amenizar os prejuízos, que poderão ser ainda maiores, com a ameaça da doença afugentando os turistas da terra do sol nascente.

Em relação aos atletas, principais protagonistas do evento, a avaliação é unanime. O prejuízo físico e psicológico é grande, já que esportistas organizam todo um ciclo de quatro anos de preparação e disputa de competições para alcançar os índices exigidos. Soma-se a isso o longo período em que os atletas ficaram sem treinar ou competir devido à quarentena provocada pela Covid-19, além, é claro, da suspensão de diversas etapas nacionais e mundiais, diminuindo o ritmo competitivo.