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bolsa de valores

- Publicada em 18/12/2020 �s 03h00min.

Mercado aposta em aumento do n�mero de investidores

Em um ano, total de pessoas f�sicas investindo na bolsa passou de 3,1 milh�es de usu�rios

Em um ano, total de pessoas f�sicas investindo na bolsa passou de 3,1 milh�es de usu�rios


ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOLHAPRESS/JC
Roberta Mello
Com a taxa Selic em 2%, menor nível da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1986, os investidores mantiveram um movimento iniciado ainda no ano anterior de mudança na alocação dos seus recursos em produtos com maior rentabilidade. De dezembro de 2020 até o final deste ano, a taxa Selic caiu de 4,5% para os atuais 2%.
Com a taxa Selic em 2%, menor nível da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1986, os investidores mantiveram um movimento iniciado ainda no ano anterior de mudança na alocação dos seus recursos em produtos com maior rentabilidade. De dezembro de 2020 até o final deste ano, a taxa Selic caiu de 4,5% para os atuais 2%.
Depois de chegar a um patamar de 14,25% entre agosto de 2015 e outubro de 2016, a taxa seguiu em leve queda ao longo dos anos, mantendo-se estagnada entre março de 2018 e julho de 2019. Foi em meados de 2019 que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) respondeu ao desejo do mercado de ver a taxa de juros que influencia as principais taxas dos juros de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
"O mercado de capitais teve mais um ano bom" na avaliação do head de renda variável da corretora gaúcha Messem Investimentos, William Teixeira. Devido à pandemia e seus reflexos, como o fechamento de lojas, bares e restaurantes, e a instauração do home office em muitas empresas, as classes média e alta acabaram consumindo menos. Mesmo com a alta na inflação, principalmente nos alimentos, um volume grande de dinheiro passou a ser poupado e investido.
Segundo o último balanço da B3, o número de investidores na Bolsa brasileira ultrapassa os 3,173 milhões de pessoas físicas - alta de aproximadamente 80% na comparação com 2019. A maior parte (73%) são homens com 26 a 45 anos (25%). E Teixeira acredita que o "crescimento em V" esperado para a economia nacional deve se repetir no número de investidores também. 
As emissões das empresas brasileiras no mercado de capitais alcançaram volume acumulado no ano de R$ 305 bilhões. O resultado fica 19,8% abaixo do mesmo período do ano passado, mas já supera os resultados totais de 2018 e 2017. De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), até o encerramento de 2020 o montante ainda pode subir, pois há ofertas registradas com volumes esperados de R$ 11,4 bilhões (em andamento) e de R$ 6,4 bilhões (em análise, sem considerar as ofertas de ações).
Em novembro, as captações por instrumentos de renda variável atingiram R$ 6,7 bilhões. Os IPOs (ofertas iniciais de ações) captaram R$ 6,1 bilhões (contra R$ 10 bilhões em outubro) enquanto os follow-ons (ofertas subsequentes) somaram R$ 598 milhões (contra R$ 13,3 bilhões do mês anterior).
No ano, as ofertas de ações estiveram em alta e chegaram a R$ 99,3 bilhões, o maior volume desde 2010, quando a Petrobras fez uma emissão de R$ 120,2 bilhões. "Mesmo com a pandemia de Covid-19, o mercado de renda variável continuou aquecido, primeiro com os follow-ons e, a partir do segundo semestre, com a retomada dos IPOs", afirma o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni.
As debêntures levantaram R$ 8,7 bilhões em novembro, 15,4% abaixo de outubro. No ano, esses papéis acumulam R$ 93,5 bilhões, volume inferior aos R$ 166,8 bilhões do período anterior. A maior parte dos recursos foi destinada à manutenção do capital de giro (36,7%) e ao refinanciamento de passivo (31,2%, incluindo a recompra ou resgate de debêntures de emissões anteriores).
"Este ano tivemos uma série de desafios ligados à pandemia e seus impactos na atividade econômica, e as emissões de debêntures refletem, em alguma medida, o ambiente de incertezas do cenário econômico", diz Laloni.
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