O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Edilson Deitos, concorda que entre os principais tópicos do setor elétrico que dominarão as manchetes em 2020 estará a geração distribuída. O empresário sustenta que o estímulo dado a esse segmento já cumpriu a sua parte. "A Aneel, quando permitiu esse incentivo, exagerou na dose", aponta.
Deitos alerta que as desonerações concedidas a essa área recaem para os outros consumidores que se encontram no mercado cativo. Para o coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, se o governo entender que deva manter qualquer espécie subsídio, isso deve ser feito através de um programa que utilize recursos do tesouro público.
O dirigente destaca que se muitos usuários migrarem para a geração distribuída, mais onerosa ficará a conta dos consumidores cativos. Esse cenário ocorre, pois as distribuidoras repassam para as tarifas desses clientes o custo do uso da rede por parte da geração distribuída, que tem regras distintas dos outros consumidores. Deitos compara a rede elétrica a um condomínio. "Quem está no condomínio precisa ratear os custos", defende. Contudo, ele sustenta que os contratos de quem ingressou no mercado de geração distribuída antes das alterações das normas precisam ser respeitados. Uma hipótese é que as mudanças sejam feitas de forma escalonada.