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Not�cia da edi��o impressa de 19/12/2019. Alterada em 04/01 �s 14h09min

Expectativa � consolidar recupera��o do polo metalmec�nico na Serra

Simecs estima que setor feche 2019 com faturamento pr�ximo a R$ 20 bilh�es

Simecs estima que setor feche 2019 com faturamento pr�ximo a R$ 20 bilh�es


MARCO QUINTANA/JC
Roberto Hunoff
Após queda de quase 50% no faturamento nos anos de 2015 e 2016, derrubando o valor para pouco mais de R$ 12 bilhões, a atividade metalmecânica de Caxias do Sul e da região da Serra iniciou uma reação tímida nos períodos seguintes, tendo fechado 2018 com R$ 15 bilhões. Em relação à média histórica dos primeiros anos da década atual, o resultado é ainda 40% inferior.
Após queda de quase 50% no faturamento nos anos de 2015 e 2016, derrubando o valor para pouco mais de R$ 12 bilhões, a atividade metalmecânica de Caxias do Sul e da região da Serra iniciou uma reação tímida nos períodos seguintes, tendo fechado 2018 com R$ 15 bilhões. Em relação à média histórica dos primeiros anos da década atual, o resultado é ainda 40% inferior.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), Paulo Spanholi, o ano de 2019 foi marcado por forte recuperação. "Viramos a curva negativa e voltamos a crescer de forma consolidada", assinala. A expectativa é que o faturamento se aproxime dos R$ 20 bilhões.
O dirigente sindical também lembra que a indústria de transformação, de forma geral, perdeu representatividade nos últimos anos e reduziu drasticamente os seus quadros. Em Caxias, por exemplo, o setor emprega 37 mil pessoas, número 25% abaixo dos anos anteriores à última crise. "Embora o cenário ainda seja de adversidades, o pior ficou para trás. A confiança está retornando, e os empresários já preparam investimentos na produção", assinalou. O entendimento é que a recuperação de empregos deva ser mais intensa a partir do segundo semestre de 2020.
O consultor econômico da entidade, Rogério Gava, reforçou a ideia da recuperação, destacando a expansão do PIB nos últimos trimestres e a expectativa de elevação ainda maior no próximo ano. "As notícias são boas, é hora de acreditar", frisou.
Gava ressalta que o sindicato tem região de abrangência sobre 17 municípios, que concentram 3,3 mil empresas, a maioria de micro e pequeno portes, e responsáveis por 50 mil empregos formais. O faturamento de 2018 foi de R$ 21,2 bilhões. Caxias do Sul tem 2,6 mil empresas, geradoras de 37 mil vagas e de R$ 15,2 bilhões de faturamento.
Na composição da receita, o setor automotivo participa com 73,5%, com destaque para as atividades de transporte de cargas e passageiros. As projeções para esses segmentos são de continuidade da expansão já sobre uma base forte. A indústria de implementos rodoviários deve aumentar as vendas deste ano em 25%, devendo alcançar 115 mil unidades. Para 2020, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Norberto Fabris espera repetir a alta de dois dígitos. "Deveremos alcançar números semelhantes aos anos anteriores do período da crise", estimou.
Wilson Ferri, diretor comercial de implementos das Empresas Randon, projeta para 2020 incremento de 2% no segmento de veículos rebocados, girando em torno de 64 mil a 65 mil unidades. Já os modelos leves, as carrocerias sobre chassis, que não tiveram a recuperação desejada em 2019, deverão ter alta expressiva diante da expectativa de recuperação do consumo com o PIB crescente. Este segmento atende, especialmente, a demandas da construção civil, prestação de serviços e distribuição urbana.
No segmento de transporte de passageiros, a projeção é menos otimista, com expectativa de manter os volumes deste ano, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus). As estimativas para o fechamento de 2019 são de 18 mil a 19 mil unidades vendidas no mercado interno e em torno de 4 mil no exterior, com produção na casa de 22 mil. O presidente Ruben Bisi alega que existem várias condicionantes, que podem influenciar no resultado do ano que vem. "É recomendável trabalhar com ideia de desempenho interno similar a este ano, na casa de 19 mil unidades, e recuo na produção diante do cenário conturbado na Argentina, principal comprador dos ônibus brasileiros", explica.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq) Regional Sul, Hernane Cauduro, avalia que a atividade tem condições de aumentar seus resultados em 10% no próximo ano, consolidando reação iniciada em 2019. As estimativas para este exercício são de crescer 1,4% no faturamento, impulsionado pelo mercado interno, em alta de 7%, enquanto as exportações encolherão algo em torno de 6%. "Em torno de 95% do desempenho positivo do ano que vem virá das vendas domésticas", assinala. O dirigente lembrou que, durante a crise, o faturamento do setor chegou a cair 40%. "A recuperação existe, mas é lenta", acrescentou.
A visão de Cauduro ganha reforço no entendimento de João Carlos Marchesan, presidente do Conselho de Administração Abimaq/Sindimaq. Ele afirma que a carteira de pedidos do setor está reagindo, sinalizando uma melhora nas encomendas de bens não seriados, voltados para grandes projetos, principalmente para os setores de celulose e mineração. Cita que também o consumo das famílias está aumentando, o que deve gerar aumento no mercado interno. "Acreditamos que o ano de 2020 será de grandes transformações para o País como um todo e para o setor em particular, com a retomada do crescimento", ressalta.
De acordo com Cauduro, a receita externa deverá melhorar pela expansão nos Estados Unidos, que, já neste ano, representarão em torno de 23%, recuperando parcialmente as perdas da Argentina, que terão participação reduzida em oito pontos, para 32%. "A expectativa é de que os negócios com o país vizinho piorem ainda mais", assinala. Segundo o empresário, durante a crise doméstica, as exportações foram fundamentais para a manutenção das empresas do setor. Ele cita o momento atual de câmbio valorizado com inflação em baixa, o que torna o País mais competitivo.
Mas para que o mercado interno efetivamente retome o crescimento, Cauduro atenta para a necessidade de uma mudança na área de financiamentos, que dependerão quase que exclusivamente dos bancos privados. "O BNDES praticamente saiu do mercado de bens de capital, espaço a ser ocupado pelo sistema privado. O problema é que o fornecedor de crédito ainda opera com juros altos e prazos mais curtos de amortização. Isso é um limitante para a expansão do setor de máquinas e equipamentos", analisa.
Outro limitador é específico do Rio Grande do Sul: a crise financeira do Estado. De acordo com Cauduro, a pauta de reformas administrativas proposta pelo atual governo precisa ser assumida pela sociedade como alternativa para mudar a situação atual, sob pena de, mais adiante, não haver solução. "Estamos perdendo empresas e talentos para outros estados porque temos, entre outras questões, custos muito mais elevados, em energia e combustíveis, por exemplo, por conta dos impostos. A incapacidade do Estado em prestar serviços de qualidade contribui para o êxodo", assinalou.
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Editor-chefe: Guilherme Kolling Editores: Cristiano Vieira, Cristine Pires, Caroline da Silva, Daniel Sanes, Juliano Tatsch, Luciana Radicione, Mauro Belo, Marcelo Beledeli, Paula Coutinho e Paula S�ria Quedi Reportagem: Adriana Lampert, Carlos Villela, Deivison �vila, Diego Nu�ez, Fernanda Crancio, Frederico Engel, Igor Natush, Isadora Jacoby, Jefferson Klein, Marcus Meneghetti, Patricia Knebel, Roberta Mello, Roberto Hunoff, Thiago Copetti e Vitorya Paulo Site JC: Amanda Jansson Breitsameter, Bruna Oliveira, L�via Ara�jo, Luciane Medeiros e Patr�cia Comunello Projeto gr�fico: Lu�s Gustavo S. Van Ondheusden Diagrama��o: Ingrid Muller, Juliano Bruni e Lu�s Gustavo S. Van Ondheusden Revis�o: Rafaela Milara