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Elei��es

Not�cia da edi��o impressa de 14/12/2018. Alterada em 13/12 �s 23h00min

Ano-chave para a esquerda latino-americana

Juliano Tatsch
Se, em 2018, a direita venceu as eleições presidenciais no Brasil, maior potência da América Latina, após quatro vitórias seguidas do Partido dos Trabalhadores (PT), em 2019, dois dos últimos bastiões da esquerda do continente - Uruguai e Bolívia - irão mostrar se a onda conservadora que se espalhou pelo continente ganhará corpo e, definitivamente, criará um novo cenário político na região.
 

Frente Ampla busca se manter no poder no Uruguai

Principal reduto do pensamento de esquerda progressista na Am�rica Latina, o Uruguai ir� eleger seu novo presidente em outubro de 2019. Ap�s tr�s mandatos seguidos conquistados pela Frente Ampla - Tabar� V�zquez (2005-2010), Jos� "Pepe" Mujica (2010-2015) e novamente Tabar� V�zquez (2015-2020) -, a uni�o de partidos de esquerda uruguaios ter� de encontrar uma nova lideran�a para tentar manter o comando nacional. Para isso, a Frente Ampla precisa aparar as arestas internas e se mostrar coesa para o pleito. A vit�ria de Jair Bolsonaro no Brasil pode ajudar a manter a uni�o de esquerda uruguaia.

At� o momento, dois nomes surgem como poss�veis candidatos da Frente Ampla: o prefeito de Montevid�u, Daniel Mart�nez; e a atual ministra de Ind�stria, Energia e Minera��o, Carolina Cosse.

Pelo Partido Colorado, o economista liberal Ernesto Talvi � a principal aposta, mas n�o se descarta um nome conhecido, como o do ex-presidente por duas ocasi�es (1985-1990 e 1995-2000) Julio Mar�a Sanguinetti. J� pelo Partido Blanco, o nome do tamb�m ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995) � o mais forte.

Na Argentina, ser� Macrismo versus Kirchnerismo

Mauricio Macri assumiu a Casa Rosada em dezembro de 2010 com o aval do mercado financeiro e um discurso de uni�o nacional, equil�brio das contas p�blicas, combate � pobreza e � corrup��o. A guinada liberal que a Argentina deu em seu governo ap�s 12 anos de kirchnerismo, por�m, n�o deu o resultado esperado. O pa�s entrou em uma profunda crise econ�mica, teve de pedir um empr�stimo emergencial de US$ 50 bilh�es do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), viu o valor do peso argentino despencar em rela��o ao d�lar, uma infla��o galopante corroer os sal�rios e um aumento da taxa de juros (passou de 45% para 60% em agosto).

� nesse cen�rio que os argentinos ir�o �s urnas em 27 de outubro para eleger o novo presidente, que assumir� o cargo em dezembro. Mesmo diante do quadro ruim e com a aprova��o girando na casa dos 30%, Macri deve buscar um novo mandato pelo partido Cambiemos. Se ele n�o for para a disputa, quem deve assumir a posi��o deve ser a governadora da prov�ncia de Buenos Aires Mar�a Eugenia Vidal.

A principal advers�ria de Macri deve ser a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que quer retornar ao comando da na��o ap�s quatro anos. Atual senadora, Cristina mudou sua postura agressiva e, nos �ltimos dois anos, tornou-se uma figura mais ponderada, buscando recuperar o terreno perdido junto aos eleitores. Foi no combate direto com a antiga Cristina que Macri cresceu e venceu o pleito de 2015. Assim, n�o se sabe ainda muito bem o que esperar da campanha do ano que vem.

Evo quer o quarto mandato seguido na Bol�via

Evo Morales fez hist�ria ao ser eleito o primeiro presidente de origem ind�gena da Bol�via em dezembro de 2005, com 53,7% dos votos. Quatro anos depois, em 2009, foi reeleito, com 64,22%. Em 2014, conquistou seu terceiro mandato, vencendo o pleito com 61,36% dos votos. Agora, Evo quer mais quatro anos no comando da Bol�via.

Com uma pol�tica nacionalista e de fortalecimento da atua��o do Estado, Evo, de 59 anos, � o l�der de esquerda h� mais tempo no poder na Am�rica Latina. Seu pensamento pol�tico completar� 14 anos no comando do pa�s no ano que vem - ficando atr�s apenas do chavismo venezuelano, no poder desde 1999.

O pleito do ano que vem, por�m, promete ser mais disputado do que os anteriores e ir� exigir do presidente uma for�a maior de convencimento da popula��o boliviana em dar a ele mais um mandato. Seu principal advers�rio � o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005). O historiador e jornalista de 65 anos � apontado como o �nico capaz de unir a oposi��o contra a candidatura de Evo.

Com um discurso de renova��o, apontando o atual presidente como "parte de um passado" que decidiu que "o poder � mais importante que o projeto", Mesa tende a insistir na ideia de que Morales quer se manter no comando da Bol�via indefinidamente, contrariando, para isso, at� a decis�o de um referendo nacional convocado para dizer se poderia postular um quarto mandato.

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