Principal reduto do pensamento de esquerda progressista na Am�rica Latina, o Uruguai ir� eleger seu novo presidente em outubro de 2019. Ap�s tr�s mandatos seguidos conquistados pela Frente Ampla - Tabar� V�zquez (2005-2010), Jos� "Pepe" Mujica (2010-2015) e novamente Tabar� V�zquez (2015-2020) -, a uni�o de partidos de esquerda uruguaios ter� de encontrar uma nova lideran�a para tentar manter o comando nacional. Para isso, a Frente Ampla precisa aparar as arestas internas e se mostrar coesa para o pleito. A vit�ria de Jair Bolsonaro no Brasil pode ajudar a manter a uni�o de esquerda uruguaia.
At� o momento, dois nomes surgem como poss�veis candidatos da Frente Ampla: o prefeito de Montevid�u, Daniel Mart�nez; e a atual ministra de Ind�stria, Energia e Minera��o, Carolina Cosse.
Pelo Partido Colorado, o economista liberal Ernesto Talvi � a principal aposta, mas n�o se descarta um nome conhecido, como o do ex-presidente por duas ocasi�es (1985-1990 e 1995-2000) Julio Mar�a Sanguinetti. J� pelo Partido Blanco, o nome do tamb�m ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995) � o mais forte.
Mauricio Macri assumiu a Casa Rosada em dezembro de 2010 com o aval do mercado financeiro e um discurso de uni�o nacional, equil�brio das contas p�blicas, combate � pobreza e � corrup��o. A guinada liberal que a Argentina deu em seu governo ap�s 12 anos de kirchnerismo, por�m, n�o deu o resultado esperado. O pa�s entrou em uma profunda crise econ�mica, teve de pedir um empr�stimo emergencial de US$ 50 bilh�es do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), viu o valor do peso argentino despencar em rela��o ao d�lar, uma infla��o galopante corroer os sal�rios e um aumento da taxa de juros (passou de 45% para 60% em agosto).
� nesse cen�rio que os argentinos ir�o �s urnas em 27 de outubro para eleger o novo presidente, que assumir� o cargo em dezembro. Mesmo diante do quadro ruim e com a aprova��o girando na casa dos 30%, Macri deve buscar um novo mandato pelo partido Cambiemos. Se ele n�o for para a disputa, quem deve assumir a posi��o deve ser a governadora da prov�ncia de Buenos Aires Mar�a Eugenia Vidal.
A principal advers�ria de Macri deve ser a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que quer retornar ao comando da na��o ap�s quatro anos. Atual senadora, Cristina mudou sua postura agressiva e, nos �ltimos dois anos, tornou-se uma figura mais ponderada, buscando recuperar o terreno perdido junto aos eleitores. Foi no combate direto com a antiga Cristina que Macri cresceu e venceu o pleito de 2015. Assim, n�o se sabe ainda muito bem o que esperar da campanha do ano que vem.
Evo Morales fez hist�ria ao ser eleito o primeiro presidente de origem ind�gena da Bol�via em dezembro de 2005, com 53,7% dos votos. Quatro anos depois, em 2009, foi reeleito, com 64,22%. Em 2014, conquistou seu terceiro mandato, vencendo o pleito com 61,36% dos votos. Agora, Evo quer mais quatro anos no comando da Bol�via.
Com uma pol�tica nacionalista e de fortalecimento da atua��o do Estado, Evo, de 59 anos, � o l�der de esquerda h� mais tempo no poder na Am�rica Latina. Seu pensamento pol�tico completar� 14 anos no comando do pa�s no ano que vem - ficando atr�s apenas do chavismo venezuelano, no poder desde 1999.
O pleito do ano que vem, por�m, promete ser mais disputado do que os anteriores e ir� exigir do presidente uma for�a maior de convencimento da popula��o boliviana em dar a ele mais um mandato. Seu principal advers�rio � o ex-presidente Carlos Mesa (2003-2005). O historiador e jornalista de 65 anos � apontado como o �nico capaz de unir a oposi��o contra a candidatura de Evo.
Com um discurso de renova��o, apontando o atual presidente como "parte de um passado" que decidiu que "o poder � mais importante que o projeto", Mesa tende a insistir na ideia de que Morales quer se manter no comando da Bol�via indefinidamente, contrariando, para isso, at� a decis�o de um referendo nacional convocado para dizer se poderia postular um quarto mandato.
EXPEDIENTE
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