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Perspectivas

- Publicada em 17 de Dezembro de 2021 às 03:00

Estiagem causa perdas de R$ 2 bilhões no milho

Falta de chuva prejudica produtores e a economia do Rio Grande do Sul

Falta de chuva prejudica produtores e a economia do Rio Grande do Sul


Wenderson Araujo/CNA/JC
Diego Nuñez
A estiagem deve ser, novamente, um problema em 2022. A safra de milho já apresenta quebra devido ao clima seco no Rio Grande do Sul e boa parte da produção está irreversivelmente perdida. O fenômeno La Niña é uma realidade e vai atrapalhar a produção rural nos primeiros meses do ano.

A estiagem deve ser, novamente, um problema em 2022. A safra de milho já apresenta quebra devido ao clima seco no Rio Grande do Sul e boa parte da produção está irreversivelmente perdida. O fenômeno La Niña é uma realidade e vai atrapalhar a produção rural nos primeiros meses do ano.

Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS), o clima seco já causou a perda de 29,6% na produtividade de milho no Estado, em um levantamento realizado no dia 29 de novembro. Desde então, a situação piorou, mesmo com as chuvas que atingiram o Estado na segunda semana de dezembro.

Considerando-se uma perda de 29,6% na produtividade, e levando-se em conta o preço de R$ 81,00 por uma saca de 60 quilos de milho que é pago ao produtor rural, o impacto negativo pode ser de cerca de R$ 2 bilhões.

"A quebra já está estruturada. Eu diria que já deve ter mais de 50% de quebra no milho. Fiz esses dias praticamente 500 quilômetros da BR-285 e da BR-386, que praticamente cortam as lavouras do Rio Grande do Sul, e é muito preocupante", relata o presidente da Fecoagro, Paulo Pires.

A MetSul definiu a precipitação que atingiu o Rio Grande do Sul entre segunda e terça-feira (14) como "loteria da chuva". Algumas cidades receberam boa quantidade de água. Choveu 85 milímetros em Camaquã,

81 mm em Arroio Grande, 55 mm em Candelária, 45 mm em Livramento, 48 mm em Encruzilhada do Sul e 46 mm em Bagé.

Já em muitos municípios da Metade Norte houve registro de baixos volumes, salvo pontos isolados. Em algumas localidades do Noroeste e Norte, sequer choveu.

A continuidade da atuação do fenômeno La Niña é quase uma certeza e o episódio atual do fenômeno tende a se prolongar ao menos até o começo do outono de 2022. A mais recente análise da Universidade de Columbia em parceria com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) mostrou um aumento ainda maior da probabilidade de La Niña no trimestre de verão, que saiu de 87% na última avaliação para 92% na mais recente.

O mesmo levantamento que mostra a extensão da quebra na safra de milho no Estado apresenta outro dado interessante. Se a produção gaúcha, de forma geral, está com quase 30% de perdas na sua produtividade, nas áreas irrigadas, esse percentual cai para 3,7%.

"Se consolida o caminho de que, no Rio Grande do Sul, para produzir milho, tem que ter irrigação. As perdas da produção agora já são altas. Isso é ruim para as cadeias de proteína animal, ruim para a economia gaúcha, além do prejuízo para o próprio produtor", diz Pires.

O setor da proteína animal espera que a alternativa seja a substituição do milho por outros cereais na composição da ração que alimenta aves, suínos e bovinos no Estado. "O que vimos em 2021 foi uma troca de patamar dos custos, tanto de insumos quanto dos próprios produtos. Isso vai se manter em 2022, e uma alternativa pode ser a substituição com cereais de inverno, quando esperamos uma safra boa", afirma o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

 

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