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Perspectivas

- Publicada em 17 de Dezembro de 2021 às 03:00

Pandemia se encaminha para o fim, mas cuidados devem ser mantidos

Ampliação da vacinação para crianças e no mundo todo é fundamental para o controle da crise sanitária

Ampliação da vacinação para crianças e no mundo todo é fundamental para o controle da crise sanitária


ANDRESSA PUFAL/JC
Juliano Tatsch
No próximo dia 26 de fevereiro, completam-se dois anos do início oficial da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Quando, naquele 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde comunicou o primeiro caso registrado da doença no País, não se tinha ideia do que estava por vir. Hoje, o Brasil ainda conta diariamente seus mortos. Ao todo, já se aproximam de 620 mil as vítimas fatais da Covid-19 em território brasileiro.
No próximo dia 26 de fevereiro, completam-se dois anos do início oficial da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Quando, naquele 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde comunicou o primeiro caso registrado da doença no País, não se tinha ideia do que estava por vir. Hoje, o Brasil ainda conta diariamente seus mortos. Ao todo, já se aproximam de 620 mil as vítimas fatais da Covid-19 em território brasileiro.
No Rio Grande do Sul, a pandemia já matou mais de 36,3 mil gaúchos e gaúchas. O cenário atual, no entanto, é positivo, e os indicadores e projeções apontam para um 2022 muito melhor no Estado e no País.
Se 2020 marcou o início da crise sanitária e 2021 foi o ano do pico da doença no Brasil, 2022 deverá ser o ano do controle e, quem sabe até, do fim da pandemia. Ao menos é isso que projetam profissionais da saúde especialistas na área.
O Jornal do Comércio ouviu cinco especialistas - epidemiologistas e infectologistas - para saber o que esperar para o próximo ano no que diz respeito à Covid-19.
  • Pedro Curi Hallal – Epidemiologista da Universidade Federal de Pelotas. Doutor em Epidemiologia e coordenador do EpiCovid-19, o maior estudo epidemiológico sobre o novo coronavírus no Brasil.
  • Alessandro Comarú Pasqualotto – Médico infectologista. Chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
  • Jair Ferreira – Médico epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
  • Alexandre Zavascki – Médico infectologista. Chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Moinhos de Vento.
  • Paulo Petry – Doutor em Epidemiologia e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Confira abaixo o que cada um deles projetou:
Jornal do Comércio - Diante do cenário atual da pandemia no Brasil e no RS, como analisa as perspectivas para o ano de 2022 no Estado e no País?
Pedro Curi Hallal - Com base nos dados epidemiológicos que tenho acompanhado desde o começo da pandemia, tenho uma visão otimista para 2022, tanto para o Brasil quanto para o Rio Grande do Sul. Acredito que o pior já tenha passado e que estejamos mais próximos do final do que do início da pandemia. Apesar da lentidão inicial na compra das vacinas e da postura negacionista de alguns líderes políticos, a verdade é que a vacinação venceu o negacionismo, e será por meio da vacina que venceremos a Covid-19.
Alessandro Comarú Pasqualotto - A epidemia está em franco declínio. É só contemplarmos a liberdade que hoje temos, em comparação com nosso passado recente. Os hospitais esvaziaram seus leitos de Covid-19, a economia já dá alguns sinais de recuperação e o povo sai às ruas com menos medo do contágio. Passamos todos por momentos muito difíceis, os quais felizmente se abrandam. Minha previsão é que 2022 será um ano muito mais tranquilo a todos, ao incrementarmos a vacinação com a segunda dose e ao imunizarmos crianças.
Jair Ferreira - O cenário atual projeta epidemia em declínio. Entretanto, como houve recrudescimento em muitos países da Europa (especialmente da Europa Oriental, mas também, em alguns da Europa Ocidental) e nos EUA, algo semelhante pode vir a acontecer no Brasil.
Alexandre Zavascki - As perspectivas ainda são incertas no Brasil. Na verdade, todo mundo ainda está esperando para ver o real impacto da recente variante de preocupação, que é a Ômicron, no mundo inteiro. Mas, acredito que, para o Brasil, é possível que tenhamos um cenário de aumento de casos, porém, devido à vacinação mais ampla, talvez não tenhamos um impacto, e muito provavelmente não tenhamos um impacto em hospitalizações e mortes. Seria importante termos um cenário definido, sobretudo sobre a vacinação, programação de vacinação de crianças. Isso é muito importante na continuidade do controle da pandemia no País. Mas, infelizmente, nós não temos uma diretriz muito clara sobre isso e temos de fazer projeções somente de curto prazo.
Paulo Petry - A minha previsão é de que estamos vendo indicativos fortes de fim da pandemia para 2022. Os indicadores são todos positivos, temos diminuição de internações, de mortes e, sublinhando, o aumento da vacinação que está cumprindo o seu papel. Apesar de todas as sandices contra as vacinas, elas se mostraram eficientes. O avanço da vacinação junto com esses indicadores me autoriza a dizer isso.
           
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Hallal, Pasqualotto, Ferreira, Zavascki e Petry projetam o que ocorrerá com a crise sanitária no próximo ano
               
JC - O ano de 2022 ainda exigirá uma atenção permanente em relação à Covid-19?
Pedro Curi Hallal - Sem dúvida que exigirá atenção, pois a Covid-19 funciona em ondas. No entanto, o ano de 2022 tem tudo para ser um ano muito mais próximo da normalidade do que os anos de 2020 e 2021. As aulas presenciais precisam ser retomadas, tanto no ensino básico quanto nas universidades. Quase todos os empregos já voltaram e os restantes voltarão à presencialidade em breve. Mas isso não significa que, em situações específicas, não haja a necessidade de rever os protocolos, adaptando-os à realidade epidemiológica.
Alessandro Comarú Pasqualotto - Estamos saindo da pandemia para entrar em uma fase endêmica, na qual a infecção segue a circular a comunidade, mas em baixa quantidade. Isto pode durar alguns anos, na dependência do quão eficiente formos em vacinar nossa população. Até lá, é recomendável que evitemos aglomerações, especialmente na presença de não vacinados, e sigamos usando máscaras em ambientes fechados, sempre que não houver adequada ventilação e onde o distanciamento social não for possível.
Jair Ferreira - Sim, porque a epidemia segue muito intensa em dezenas de países e sempre existe a possibilidade do surgimento de uma nova cepa com maior poder de transmissão e/ou maior virulência, como aconteceu no início deste ano com a cepa Gamma que provocou o pico de mortes no primeiro semestre no Brasil.
Alexandre Zavascki - Enquanto houver circulação de vírus, a Covid estiver com alta incidência, qualquer lugar do mundo, todo o planeta vai ter de ficar em vigilância. A alta circulação de vírus é que promove o aparecimento das mutações. Eventualmente, uma dessas mutações favorece muito o vírus, e hoje as fronteiras não existem. Elas chegam em qualquer lugar. Precisamos fazer um esforço para o controle da pandemia em todos os locais para podermos sair desse estado de atenção permanente.
Paulo Petry - O vírus não desapareceu. A tendência é a Covid-19 virar uma doença endêmica, tipo a gripe sazonal. A Covid vai se tornar uma doença comum. Mas, por enquanto, precisamos continuar com as medidas tradicionais não farmacológicas. Uso de máscara e evitar aglomerações. Enquanto o mundo não estiver imunizado, não vamos estar 100% tranquilos. É preciso cuidar e ampliar a vacinação em termos globais.
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