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Indústria metalmecânica

- Publicada em 17 de Dezembro de 2021 às 03:00

Retomada de operações deve continuar em 2022

O ano que termina tem sido considerado um dos melhores da história, com alta de até 100%

O ano que termina tem sido considerado um dos melhores da história, com alta de até 100%


/CLAITON DORNELLES/ARQUIVO/JC
Após conviver em 2020 com os desafios impostos pela Covid-19, que levou à adoção de uma série de medidas restritivas no funcionamento normal da atividade produtiva, resultando em queda de produção e receita, a indústria metalmecânica de Caxias do Sul e demais municípios da serra gaúcha retomou, gradualmente, as operações, podendo fechar 2021 com um dos melhores da história. Esta reação, que pode chegar a índices de até 100% em alguns setores e empresas, deve seguir em 2022, ainda que com percentuais bem menores. "Por natureza sou um otimista. Acredito que possamos crescer até 2% sobre uma base elevada, como será a de 2021", afirma Paulo Spanholi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, que tem base territorial em mais 16 municípios, além de Caxias do Sul.
Após conviver em 2020 com os desafios impostos pela Covid-19, que levou à adoção de uma série de medidas restritivas no funcionamento normal da atividade produtiva, resultando em queda de produção e receita, a indústria metalmecânica de Caxias do Sul e demais municípios da serra gaúcha retomou, gradualmente, as operações, podendo fechar 2021 com um dos melhores da história. Esta reação, que pode chegar a índices de até 100% em alguns setores e empresas, deve seguir em 2022, ainda que com percentuais bem menores. "Por natureza sou um otimista. Acredito que possamos crescer até 2% sobre uma base elevada, como será a de 2021", afirma Paulo Spanholi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, que tem base territorial em mais 16 municípios, além de Caxias do Sul.
Este sentimento está fortemente sustentado pelo desempenho das atividades agrícola e rodoviária, principais pilares do setor. As indicações são de que indústrias ligadas ao setor de transporte de carga, sejam fabricantes de implementos, sejam fornecedores, já estão com carteira de pedidos comprometida até a metade do próximo ano. "O crescimento da indústria de máquinas e equipamentos agrícolas desde 2019 é um absurdo. E a perspectiva segue promissora diante do desempenho do agronegócio. Isto tem reflexos em toda a cadeia", assinala.
Sandro Trentin, diretor executivo da Randon Implementos, entende ser difícil superar o ano de 2021, que define como excepcional. Além do agronegócio e da construção civil, o executivo cita as oportunidades que devem surgir na infraestrutura primária em razão das concessões e privatizações. Trentin concorda que o primeiro semestre será bom, enquanto o segundo ainda merecerá muita atenção. "Ano eleitoral é sempre mais sensível à confiança do consumidor", avalia.
O processo eleitoral, por sinal, é uma das preocupações do presidente do Simecs. Para ele, medidas essenciais para garantir evolução mais consistente podem demorar além do necessário. Também manifesta preocupação com a elevação da taxa de juros, que pode inibir o mercado de bens de capital, e com a variação cambial, com reflexos nas exportações.
Também vê problemas com a alta carga tributária, que retira a competitividade da indústria, que a cada ano perde espaço no mercado externo. "Ocupamos o 14º lugar no ranking da indústria mundial. Isto é inaceitável, considerando todo o potencial que o País tem", lamenta.
Outra preocupação é a carência de mão-de-obra especializada para fazer frente à modernização tecnológica das empresas. "A indústria investe em máquinas para melhorar sua competividade, mas não tem quem as programe", conta Spanholi. Para reverter este quadro, o Simecs une-se ao Sebrae, Senai, Sesi e Hélice (organização mantida pelo setor empresarial e academia) em torno de uma campanha que atraia jovens para a indústria, principalmente aqueles da periferia, com mais dificuldade de colocação no mercado. "Vamos atuar de forma a oportunizar a formação deste público, que precisa de mais atenção", sinaliza.

Escassez de insumos pode ser atenuada no segundo semestre

Pouco menos preocupante será o fornecimento de insumos e componentes para a indústria, um dos principais gargalos em 2021, com falta e aumento de preços, que passaram de 100%. Paulo Spanholi, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico, reconhece que produtos como aço, cobre, alumínio, polímeros e componentes eletrônicos, dentre outros, somente terão solução plena a partir do segundo semestre do próximo ano. "A oferta melhorou muito, mas ainda há problemas. Já o preço se manteve nos novos patamares, com poucas perspectivas de recuo", avalia.
O presidente também assinala que as indústrias da região, já operando dentro de seus limites, têm aportado em tecnologias e expansão das áreas fabris. Segundo ele, este movimento teve início nos primeiros meses de 2021 e terá continuidade no próximo ano. "As empresas seguem investindo, porque acreditam em anos melhores. A eleição de 2022 pode até complicar um pouco, mas o setor não deve recuar na sua visão estratégica de crescimento", projetou.
Exemplo é a Randon, que, em 2021, entregou as obras de ampliação da fábrica de Araraquara, interior de São Paulo, e inicia, de forma efetiva, em 2022, a nova operação de Messias, no estado do Alagoas, com foco em produtos leves, mercado em que tem de 2% a 3% de participação. "Não estamos deslocando produção, mas aumentando", observa Trentin.
Ele confirma que a empresa opera acima dos 90% da capacidade, razão para seguir com os investimentos. "Saímos de 130 produtos/dia para 150, pico alcançado em setembro", informa. Aportes em inovação, automação, novos produtos e mais capacidade seguem como prioridades", diz.

Expectativa de crescimento após dois anos de quedas bruscas

Executivo Ruben Antonio Bisi assume a entidade em um ano de retomada das vendas do setor 
Ruben Antonio Bisi foto Julio Soares, Divulgação

Executivo Ruben Antonio Bisi assume a entidade em um ano de retomada das vendas do setor Ruben Antonio Bisi foto Julio Soares, Divulgação


/JULIO SOARES/DIVULGAÇÃO/JC
O transporte de passageiros foi, ao lado do comércio e das atividades de lazer, um dos que mais sentiu os efeitos da pandemia. De forma especial, o segmento urbano, que precisou, por contrato, manter a frota em operação mesmo com baixo volume de passageiros. "A saúde financeira de muitas empresas está debilitada", aponta Ruben Bisi, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus.
A produção de 16.320 unidades em 2020 foi 26,5% abaixo da registrada no ano anterior. Para 2021, a projeção é de queda superior a 20%, considerando números até outubro passado, que somam 10,1 mil unidades. Para 2022, Bisi indica alta de 17% a 18%, atingindo perto de 14,8 mil unidades.
Com acréscimo dos micros destinados ao programa Caminho da Escola, o mercado interno previsto para 2022 deve elevar-se para 19 mil, avanço de 19% sobre a expectativa de 15,9 mil para 2021. Com a introdução da motorização Euro 6 a partir de 2023, Bisi reconhece ser possível um incremento ainda maior por antecipação de compras. "Empresas capitalizadas e com visão estratégica poderão fazer este movimento, melhorando o resultado do ano", indica.
Ricardo Portolan, diretor comercial e marketing da Marcopolo, também revela otimismo para o mercado em 2022, principalmente pelo avanço da vacinação, que tem melhorado o humor do mercado. "Estamos nos aproximamos do desempenho pré-pandemia", salienta.
Para Portolan, neste momento, a inflação tem sido o item mais desafiador do que a própria pandemia, pois são poucas as alternativas para controlar os aumentos de custos. "A opção tem sido repassar ao menos o índice inflacionário, o que não cobre as elevações do processo produtivo", assegura.

O executivo também considera provável, a exemplo de cenários anteriores, a antecipação de compras em função da chegada do Euro 6 no ano de 2023. Até setembro, a receita líquida da Marcopolo cedeu 5,4%, para
R$ 2,4 bilhões, com a venda de 5.603 unidades no mercado interno.