O ano de 2021 foi difícil, mais uma temporada marcada pela pandemia, mas chega ao fim com boas notícias: o avanço consistente da vacinação contra a Covid-19 e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e do Rio Grande do Sul.
Eram ações e resultados esperados - a vacina é o caminho para superarmos a crise do coronavírus e retomarmos a normalidade; a alta expressiva da atividade econômica estava nas expectativas de todos os economistas, considerando o tombo que tivemos em 2020.
Ainda assim, esses feitos devem ser celebrados já que, com a imprevisibilidade que tem marcado os últimos anos, conseguir tirar do papel o mínimo esperado já pode ser considerado um feito.
A vida praticamente voltou ao normal no segundo semestre deste ano, com algumas adaptações que vieram para ficar: trabalho, reuniões e eventos híbridos, além de convívio social e profissional com alguns cuidados.
Setores da economia mais castigados nos últimos dois anos, como turismo e aviação, vão se aproximando do patamar pré-pandemia, também com novos protocolos. As aulas já são presenciais, assim como as sessões de cinema e teatro.
Agora, 2022 já vai começar neste ritmo, e deve ser um ano de transição, que vai consolidar essa nova normalidade. Com a reabertura, a tendência é um aquecimento do mercado, de uma forma geral. Iniciativas e projetos que estavam represados por causa da pandemia começam a sair do papel.
Um bom indicador desse fenômeno foi registrado no Anuário de Investimentos do Rio Grande do Sul - 2021, publicado pelo Jornal do Comércio no início de dezembro. A soma de aportes anunciados ou realizados no Estado neste ano chegou a R$ 50 bilhões, soma que supera os anos de 2018 e 2019, anteriores à pandemia.
Outro fator que concorre para o crescimento é o bom momento do agronegócio, que segue impulsionando o Rio Grande do Sul e o Brasil, com supersafras e grandes volumes de exportações, embora o clima possa atrapalhar o desempenho da próxima safra.
Será um ano desafiador. Com a comparação de uma base alta de crescimento em 2021, ter alguma expansão da atividade econômica no próximo ano já será um avanço.
O Brasil vive o mais intenso ciclo de alta dos juros dos últimos 20 anos e a inflação resiste na casa dos dois dígitos, em um contexto em que analistas temem uma recessão.
Além disso, uma parcela expressiva da população está desempregada, e milhões de pessoas enfrentam algum grau de insegurança alimentar, ou seja, estão passando fome. Assim, não bastasse o desafio de fazer crescer a economia, gerar empregos e garantir auxílio emergencial aos mais necessitados em um contexto adverso para as contas públicas do País, também pesa no cenário de 2022 o fato de termos eleições gerais, que vão definir presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais.
A polarização política foi um fator de instabilidade nos últimos anos, que inegavelmente afetou a confiança e, por consequência, a economia do Brasil. Por isso, o respeito às instituições e a manutenção da estabilidade política serão fatores fundamentais para o País avançar no próximo ano.
Editor-chefe