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REPORTAGEM ESPECIAL

- Publicada em 04 de Junho de 2019 às 15:40

Compostagem como alternativa para restos de alimentos

Colocar as mãos na terra trouxe reconexão pessoal para Alessandra

Colocar as mãos na terra trouxe reconexão pessoal para Alessandra


ARQUIVO PESSOAL ALESSANDRA NAHR/DIVULGAÇÃO/JC
Além das hortas dentro casa, outro assunto que tem chamado a atenção de quem busca um estilo de vida que contribui para o meio ambiente e para a saúde é a compostagem, um conjunto de atividades para promover a decomposição de materiais orgânicos, como restos de frutas, legumes e verduras, com a finalidade de obter adubo. A graduanda de engenharia agronômica Kim Folador, 25 anos, e o engenheiro ambiental Leonardo Quintela, 28, criaram o Projeto Raiz, uma empresa que constrói e acompanha compostagem doméstica, hortas urbanas, sistema de irrigação automatizada e consultoria ambiental.
Além das hortas dentro casa, outro assunto que tem chamado a atenção de quem busca um estilo de vida que contribui para o meio ambiente e para a saúde é a compostagem, um conjunto de atividades para promover a decomposição de materiais orgânicos, como restos de frutas, legumes e verduras, com a finalidade de obter adubo. A graduanda de engenharia agronômica Kim Folador, 25 anos, e o engenheiro ambiental Leonardo Quintela, 28, criaram o Projeto Raiz, uma empresa que constrói e acompanha compostagem doméstica, hortas urbanas, sistema de irrigação automatizada e consultoria ambiental.
Em seu trabalho de conclusão de curso, Quintela testou a compostagem como alternativa fácil de ser realizada e possível de ser feita em qualquer lugar. "A compostagem é nossa essência e o que nos motivou, que nos abriu as portas", afirma o engenheiro. Segundo ele, a partir da decomposição, as pessoas que fazem o uso das caixas, conhecida como minhocário, acabam tendo interesse em ter uma pequena horta em casa, uma vez que produzem adubo sólido e o líquido biofertilizante, saudável para a criação de plantas.
Para Kim, a ideia é diminuir a quantidade de lixo enviada ao aterro sanitário. "Nós que pagamos o custo de transporte, transbordo e destino final dos resíduos. São custos pagos por toneladas", lembra. Outra questão importante, para a estudante é que as pessoas que fazem o uso da composteira tomam consciência sobre o que consomem: "As pessoas se dão conta do quanto elas se alimentam de produtos naturais, como frutas e legumes, porque no dia a dia perdemos essa noção. E também percebem que o tipo de comida está em falta na rotina. Então comem mais, também, porque precisam abastecer as caixas", explica.
Quanto ao serviço de compostagem prestado pelo Projeto Raiz, os valores variam entre R$ 200,00 e R$ 360,00. "Depende da quantidade de comida que é feita em casa, se gostam de verduras e vegetais, por exemplo. Além do minhocário, entregue em domicílio, é explicado como funciona, o que pode colocar dentro, como retirar os adubos etc.", completa Kim.
A plantadora urbana e pesquisadora de agricultura urbana e agroecologia Alessandra Nahra Leal, 49 anos, descobriu a horta em casa e se encantou. "Quando comecei as primeiras colheitas, eu ficava emocionada, eu dizia o quanto aquilo era lindo, maravilhoso, dizia 'não acredito que fui eu que fiz', mas dei conta que não fui eu quem fiz nada, mas simplesmente sou uma facilitadora das maravilhas da natureza", lembra.
Como maior benefício, ela aponta a reconexão pessoal de colocar as mãos na terra: "A gente, enquanto ser humano, está desconectada dos ciclos naturais. Nós nos retiramos da natureza e não sabe mais que somos natureza. Quando começamos a plantar em casa, o maior dos benefícios é a gente se enxergar como natureza de novo", ressalta.

Para fazer compostagem

  • Espaço: Decida se fará a compostagem em baldes ou se vai adquirir um minhocário, de preferência com minhocas californianas. Em um minhocário, não é preciso revolver o composto, pois as minhocas fazem tudo sozinhas;
  • Compostos verdes: São aqueles úmidos e ricos em nitrogênio - cascas e talos de frutas, legumes, verduras, borra de café, chá, folhas verdes, capim verde e erva de chimarrão;
  • Compostos marrons:  São os secos e ricos em carbono - folhas secas, palha, papel e serragem -, para se ter o composto ideal é aconselhado triturá-los, para que entrem menores na composteira e não demorem muito tempo para se desmancharem. É possível conseguir serragem em marcenarias, só se certifique de que a madeira não é tratada quimicamente;
  • Montagem: Alterne camadas de compostos marrons com os verdes (duas partes marrom para uma parte verde), a composteira deve ficar na sombra e em local que não pegue chuva, para ter adubo pronto; O tempo varia conforme o tamanho dos materiais, tipo de compostagem, temperatura e umidade. Caso não sejam usadas minhocas, é preciso lembrar de revolver o material uma vez por semana.

Como montar uma horta

  • Espaço: Quintal não é requisito para ter uma horta, você pode plantar na varanda, na sacada, ou até mesmo no parapeito de uma janela;
  • Luminosidade: Para a maioria das plantas é preciso pelo menos cinco horas de sol por dia;
  • Vasos e canteiros: Os de cerâmica são ideais, porque são porosos e permitem que a planta respire, porém, os de plástico são mais baratos e mais leves;
  • Drenagem: É preciso garantir que a água não fique parada embaixo da planta, pois pode causar fungos e apodrecer as raízes. O ideal é fazer furos nos vasos;
  • Substrato: Solo rico é importante para que as plantas cresçam e deem frutos. É necessário misturar terra com areia e adubo (seis partes terra, três partes adubo - húmus ou composto - e uma ou duas partes de areia);
  • Montagem do canteiro: É preciso fazer uma camada de galhos mais grossos, depois mais finos, para garantir a drenagem e, depois, virar solo. Cubra com uma camada fina de folhas secas e complete com o substrato;
  • Cobertura: Palha, folhas e restos de poda protegem o solo - que deve estar sempre coberto - da perda de nutrientes.
*Fonte: Alessandra Nahra Leal, plantadora urbana, jornalista, pesquisadora de agricultura urbana e de agroecologia e criadora do site http://herbivora.com.br