Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Tecnologia

- Publicada em 02 de Junho de 2022 às 21:46

Agronegócio é alternativa na produção de biocombustíveis

Futura planta da Petrus, no município de Triunfo, deverá produzir biometano tendo como fonte principal o capim-elefante

Futura planta da Petrus, no município de Triunfo, deverá produzir biometano tendo como fonte principal o capim-elefante


/Petrus Bio-Energy/divulgação/jc
Eduardo Torres
Já que o agro impulsiona a economia gaúcha, nada mais natural que o setor também seja visto como um protagonista na busca de alternativas energéticas mais sustentáveis para o futuro imediato. O Rio Grande do Sul lidera o ranking brasileiro na produção de biocombustíveis.
Já que o agro impulsiona a economia gaúcha, nada mais natural que o setor também seja visto como um protagonista na busca de alternativas energéticas mais sustentáveis para o futuro imediato. O Rio Grande do Sul lidera o ranking brasileiro na produção de biocombustíveis.
A maior parte do produto (76%) tem como fonte primária a soja, mas outras origens como a gordura animal ou a casca de arroz aparecem como matéria-prima para a produção que tem como objetivo gerar biodiesel, biometano (ou o GNVerde, que movimenta a indústria em substituição ao GNV) ou energia elétrica. A estimativa, de acordo com um estudo encomendado pelo governo estadual à Univates, é de que o Estado tem potencial de produção superior a 4 milhões de m³ de biomassa por dia.
De acordo com Eduardo Cereja, diretor-executivo da empresa Petrus Bio-Energy, o biometano resultante dos processos de biomassa de origem agrícola ou de resíduos gera uma taxa aproximada de 1% de gases causadores do efeito estufa na atmosfera, enquanto o diesel fóssil tem uma taxa de 58% de gases.
A Petrus é uma das empresas que pretende inovar neste setor nos próximos anos. Está em fase de licenciamento o seu projeto para produzir, em Triunfo, biometano a partir do chamado capim-elefante. Uma matéria-prima de fácil plantio, mas de destinação inédita no Brasil. A expectativa dos empreendedores é conseguir iniciar as operações ainda no final deste ano.
"Foi resultado de uma produção que eu conheci e me encantei na Tailândia. Lá, a partir de uma tecnologia alemã, eles produzem energia elétrica por este processo. Ora, o Brasil é um continente agriculturável. Foram pouco mais de um ano desenvolvendo o projeto para implantarmos, primeiro, aqui no Rio Grande do Sul", explica Cereja.
A produção deve ir para a rede da Sulgás e servir como combustível para a produção industrial gaúcha. Potencial para isso, no que depender das projeções da empresa, não falta. Serão 10 mil hectares plantados de capim-elefante em um primeiro momento, envolvendo em torno de dois mil produtores em um raio de até 100 quilômetros da futura planta industrial. O capim-elefante permite até três cortes por ano, com capacidade para 70 toneladas por hectare.
De acordo com Cereja, a indústria terá capacidade de processar 6 mil toneladas por dia de biomassa. O processo ainda vai gerar em torno de 4 mil toneladas por dia de resíduos que vão virar biofertilizante _ parte será destinada ao plantio do capim-elefante, outra, será doada a agricultores familiares, e ainda sobrará para a venda a cooperativas. E há ainda estudos para a geração de CO² líquido, que pode abastecer a indústria farmacêutica, alimentícia e de bebidas.
"Tudo poderá ser aproveitado, e diferente de outras matérias-primas que ficam sujeitas aos resultados das colheitas, com o capim-elefante, a produção pode ser estimada e planejada a partir exatamente do que se planta. Serão três cortes ao ano", aponta Eduardo Cereja.
Também em Triunfo, onde se encontra o Polo Petroquímico e, por consequência, grande parte das indústrias consumidoras do gás combustível distribuído pela Sulgás, está em fase de implantação uma Central de Tratamento Integrado de Resíduos (CTIR). O local deverá receber, a partir de 2024, resíduos da agroindústria gaúcha para gerar biometano.
A partir do primeiro ano de produção, a estimativa dos empreendedores é garantir 15 mil m³ por dia de biometano à Sulgás. Em seis anos, a proposta é dobrar esta produção.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO