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Tecnologia

- Publicada em 02 de Junho de 2022 às 21:45

Produção sustentável também gera lucro para as empresas

Luiz Gilberto Lauffer, da Sílex, destaca ainda a vantagem com redução de custos

Luiz Gilberto Lauffer, da Sílex, destaca ainda a vantagem com redução de custos


/ANDRESSA PUFAL/JC
Eduardo Torres
Em tempos de relatórios cada vez mais preocupantes apontando para a necessidade de mudar a forma da indústria produzir no mundo, como também mudar parte de outros hábitos da humanidade para evitar uma catástrofe global, fica cada vez mais claro que esta mudança não envolve somente um compromisso social ou cultural, ela precisa ser economicamente vantajosa para provocar uma reação em cadeia no setor produtivo.
Em tempos de relatórios cada vez mais preocupantes apontando para a necessidade de mudar a forma da indústria produzir no mundo, como também mudar parte de outros hábitos da humanidade para evitar uma catástrofe global, fica cada vez mais claro que esta mudança não envolve somente um compromisso social ou cultural, ela precisa ser economicamente vantajosa para provocar uma reação em cadeia no setor produtivo.
Para o coordenador do Conselho do Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Newton Battastini, não há dúvida: "reprocessar gera dinheiro, gera economia, seja pelo retorno que dão ou pelo que deixa de ser gasto nos processos após a produção".
Essa percepção que bateu à porta de uma empresa de Gravataí ainda em 1975. Naquele ano, com o Oriente em guerra, estourou a crise do petróleo e deixou a produção industrial mundial estava diante de um problema de imensa proporção. O fornecimento de combustíveis à base de petróleo entrou em colapso. Gravataí, à época uma cidade com pouco mais de 64 mil habitantes, era sede da produção da Cerâmica Maringá, que se viu diante da inviabilidade. Foi o desafio que precisava para o engenheiro Luiz Gilberto Lauffer promover uma revolução que hoje envolve cada vez mais o setor produtivo do Rio Grande do Sul.
Conforme levantamento da Confederação Nacional da Indústria, pelo menos 76,5% das empresas do setor adotam medidas de economia circular em seus processos. É a forma de atender à tendência mundial, que naturalmente se reflete no Brasil, já que quatro em cada cinco brasileiros preferem consumir produtos de empresas que tenham programas sustentáveis, e 46% dos consumidores estão dispostos inclusive a pagar mais por este compromisso.
Há quase 50 anos, a empresa de Lauffer passou a desenvolver uma tecnologia própria que transformasse resíduos de produções de outras empresas da região, como pneus, móveis e até lixo urbano em óleo combustível, carvão e gás que pudessem movimentar a sua fábrica.
"Até 1980, já tínhamos desenvolvido o processo de pirólise em carvão daqueles materiais. Em uma época em que só se falava da preocupação com fumaça preta, nem se falava em carbono, nós conseguimos reduzir em muito a emissão de enxofre, começamos a fazer a reversão molecular para a regaseificação e a quebra da água em hidrogênio. Fazíamos sem saber. Uma vantagem ambiental e principalmente de custo. Ao invés de pagarmos pelo óleo que antes consumíamos, passamos a ter receita para gerar a nossa energia", comenta Lauffer.
O que ele desenvolveu na empresa que se transformaria na Sílex, hoje com pelo menos 60 projetos de geração de energia limpa em andamento somente no Rio Grande do Sul, é uma tendência de toda produção industrial no País. Inclusive com aquele mesmo desafio que o engenheiro encontrou na década de 1970: o de produzir de maneira mais sustentável e com lucro. As ações de mudança das indústrias gaúchas têm se concentrado especialmente em três fatores: reduzir o consumo de insumos, especialmente água, reaproveitamento de resíduos e alternativas energéticas.
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