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Meio Ambiente

- Publicada em 03 de Junho de 2021 às 21:00

Aterros sanitários geram mais de 3 milhões de crédito

Minas do Leão é uma das principais geradoras de energia limpa da região

Minas do Leão é uma das principais geradoras de energia limpa da região


JONATHAN HECKLER/JC
Pedro Carrizo
A Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que administra diversos aterros sanitários em solo gaúcho, entre eles o Aterro Minas do Leão, que trata os resíduos orgânicos de Porto Alegre, é uma das grandes agentes de descarbonização do Estado. Desde que entrou no mercado de carbono, em 2006, a CRVR já gerou mais de 3 milhões de créditos através da queima controlada do gás metano, que é 20 vezes mais poluente que o carbônico.
A Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que administra diversos aterros sanitários em solo gaúcho, entre eles o Aterro Minas do Leão, que trata os resíduos orgânicos de Porto Alegre, é uma das grandes agentes de descarbonização do Estado. Desde que entrou no mercado de carbono, em 2006, a CRVR já gerou mais de 3 milhões de créditos através da queima controlada do gás metano, que é 20 vezes mais poluente que o carbônico.
Antes de ser aterro, a área de Minas do Leão era usada para mineração da empresa Copelmi, mas a partir de 2001, quando o terreno foi adaptado para o tratamento de resíduos, o aterro tem investido em desenvolvimento sustentável.
Hoje, Minas do Leão é uma das principais geradoras de energia limpa da região, com a transformação do metano em biogás, capaz de abastecer uma cidade de até 100 mil habitantes.
“Em 2005 o mercado de carbono estava em alta. Os valores eram muito atrativos, com o crédito sendo vendido por cerca de US$ 15, então, ele se viabilizou tanto ambientalmente como economicamente. Foi assim que decidimos certificar nossa mitigação”, lembra o superintendente técnico da CRVR, Biotérmica e Essencis, Rafael Salamoni.
Naquela época, explica, a consultoria responsável pela certificação já fez o processo com a venda antecipada. Ou seja, já haviam clientes de fora dispostos a comprar os créditos da CRVR antes do montante ser certificado. Os primeiros compradores vieram do Japão e da Índia. Hoje são vendidos diretamente para o Banco Mundial e empresas norueguesas.
Antes de ser instalada a biotérmica, a mitigação do metano no aterro era feita pela queima controlada em flare, o que evita a emissão, mas não gera energia. Em 2015, com a chegada da biotérmica, o desenvolvimento sustentável ganhou mais corpo. A partir de então, o metano passou a ser canalizado para seis motores austríacos que o transformam em energia e, além da geração de créditos, abastecem toda a operação do aterro com energia limpa, e ainda sobra para ela também ser comercializada.
Há também certificação de créditos no aterro de São Leopoldo, gerando na faixa de 50 mil créditos por ano e nos demais aterros administrados pela CRVR. “Temos quatro projetos em andamento a nível de licença de instalação: em Santa Maria, em Giruá e Victor Graeff. Em São Leopoldo, temos a intenção de instalar mais quatro motores de biogás”, acrescenta Salomoni.
Porém, mesmo que o negócio ainda seja lucrativo e, mais do que isso, sustentável, houve uma grande desvalorização do crédito. Isso porque o Acordo de Paris de 2015 deixou os países que assinaram praticamente obrigados a comprar créditos do próprio país e o valor do crédito aumentou nessas regiões. Como o Brasil ainda não assinou, a CRVR consegue vender apenas para países que não estão vinculados ao tratado. Isso ajudou a desvalorizar o crédito no mercado voluntário.
“No início vendíamos a US$ 15 e hoje está sendo vendido na média de US$ 3. Ainda se viabiliza, pois não olhamos só para o valor econômico. Sabemos da sua importância na valorização dos resíduos”, diz o superintendente. Atualmente, a CRVR gera cerca de 250 mil créditos por ano, o que significa 250 mil toneladas a menos de gases de efeito estufa emitidos. Vendidos a US$ 3, a empresa tem aumento na receita de US$ 750 mil ao ano.
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