Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Direito de Seguros

- Publicada em 19 de Julho de 2021 às 20:30

Cobertura relacionada à Covid-19 impulsiona segmento de seguros de vida em 2021

É importante não omitir informações no questionário de avaliação de risco

É importante não omitir informações no questionário de avaliação de risco


RAWPIXEL.COM/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Passado mais de um ano do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, um dos setores mais movimentados nos cinco primeiros meses de 2021 é o segmento de seguros de pessoas, que apresentou aumento de 26,6% em relação ao mesmo período de 2020. Dentro desse segmento, o seguro de vida é o que aponta maior variação, com um crescimento de 18,4%. Diante dos aumentos nos casos da doença e as mais de 540 mil mortes, tem sido normal o brasileiro começar a se preocupar mais em relação ao assunto.
Passado mais de um ano do início da pandemia de Covid-19 no Brasil, um dos setores mais movimentados nos cinco primeiros meses de 2021 é o segmento de seguros de pessoas, que apresentou aumento de 26,6% em relação ao mesmo período de 2020. Dentro desse segmento, o seguro de vida é o que aponta maior variação, com um crescimento de 18,4%. Diante dos aumentos nos casos da doença e as mais de 540 mil mortes, tem sido normal o brasileiro começar a se preocupar mais em relação ao assunto.
Desde a chegada da Covid-19, as seguradoras passaram a cobrir os riscos relacionados à pandemia em suas apólices, que não previam a cobertura. O diretor de Varejo da MAG Seguros, Marcio Batistuti, explica o porquê de geralmente ser excluída esse tipo de cobertura nas apólices em geral: "Quando você tem um evento que é muito aleatório e de dimensões muito grandes, é muito difícil de se precificar. E se você precifica, torna o produto caro por uma coisa que é muito eventual. Então num contrato de seguro, você exclui e, portanto, não precifica".
No âmbito nacional, a MAG foi uma das primeiras seguradoras a indicar a cobertura por Covid-19. Batistuti lembra que, na época, foi necessário todo um planejamento para incluir a doença, mas acredita ter sido a melhor decisão. "Somos uma empresa quase bicentenária e com foco em seguros de vida. Imagine que temos muitos clientes com seguros de vida há mais de décadas conosco. Como nesse momento iríamos dizer para essa pessoa que a família dela não estaria protegida?", ressalta.
Foi também o caso da Prudential do Brasil, atualmente responsável por mais de 2,6 milhões de vidas seguradas no País. Segundo o vice-presidente Comercial & Regional da seguradora, André Paiva, até o momento, a companhia já pagou mais de R$ 192 milhões em benefícios pela Covid-19. Além disso, em 2020, a Prudential teve a menor taxa de cancelamento de seguros de vida dos últimos anos. Nos cinco primeiros meses de 2021, a seguradora obteve um crescimento de 15% em prêmios em relação ao mesmo período de 2020.
"Podemos dizer que esse período desafiador de crise estimulou ainda mais a conscientização e reflexão das pessoas a respeito da vulnerabilidade e finitude da vida, abrindo espaço para que a conversa sobre a importância de seguros como os de vida seja ainda mais ampliada", completa Paiva.
O último levantamento feito pelo Ibope em 2019, encomendado pela Prudential, mostrou que apenas 15% dos brasileiros tinham seguro de vida. Na época, ainda antes da pandemia, a pesquisa apontou que 20% dos entrevistados afirmaram ter interesse pela compra do produto.

Que cuidados ter ao contratar um seguro de vida?

Diante de uma grande variedade de seguros de vida oferecidos no País, a pessoa que deseja contratar o serviço deve tomar alguns cuidados. Vitor Boaventura, advogado especializado em Direito do Seguro e sócio do escritório Ernesto Tzirulnik Advocacia, aconselha que as pessoas interessadas e que tenham dificuldades para entender as questões relacionadas à apólice do seguro, busquem orientação de um corretor.
Boaventura destaca que o contratante deve estar atento a alguns detalhes, como a relação do preço do prêmio (valor pago para ter direito ao seguro) e a indenização. "Às vezes pode acontecer de ser contratado um seguro com indenização muito alta na hipótese de morte acidental ou até em decorrência de doença, mas ao mesmo tempo, ele acabar tendo uma cobertura baixa em relação à invalidez, por exemplo", explica.
Antes disso, segundo o especialista, também é importante checar se determinada seguradora é credenciada na Superintendência de Seguros Privados (Susep), se o corretor de seguros consultado é habilitado para realizar a função e, até mesmo, conversar com pessoas que eventualmente contrataram o produto.
Em relação ao preço do prêmio pago, para a advogada do escritório Garcia & Garcia Advogados Associados Viviane Garbini, é importante que o segurado tenha ciência de reajustes anuais geralmente previstos. "Ao longo dos anos, o seguro pode acabar ficando oneroso ao segurado".
Acontecido o sinistro, ou seja, a ocorrência de todo evento que tem cobertura e esteja especificado na apólice, eventualmente uma seguradora pode acabar negando o pagamento da indenização por alguma questão documental ou factual. Nesses casos, os dois especialistas ressaltam ser importante procurar orientação jurídica, seja de um advogado, do Procon ou da Defensoria Pública.
“Um argumento recorrente é de que o evento morte pode ser decorrente de uma causa preexistente que a seguradora alega não ter sido declarada no momento da contratação. Por isso é importante não omitir nenhuma informação ao responder o questionário de avaliação de risco”, explica Boaventura.