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setor lácteo

- Publicada em 09 de Março de 2022 às 18:08

Pesquisadores preveem ano desafiador para o leite gaúcho

Região Sul é uma das que registram maior crescimento na produção de leite no País

Região Sul é uma das que registram maior crescimento na produção de leite no País


Ramiro Furquim/@outroangulofoto/jc
Diego Nuñez, de Não-Me-Toque
Diego Nuñez, de Não-Me-Toque
Diversos fatores internos e externos como a alta nos custos de produção, a dificuldade de transportes pós pandemia, a estiagem e a guerra na Ucrânia afetam diversas cadeias econômicas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Com o leite gaúcho não é diferente.
O 17º Fórum Estadual do Leite, realizado nesta quarta-feira (9) na Expodireto, buscou identificar esses desafios e encontrar meios para superá-los. Na visão do professor Paulo do Carmo Martins, da Universidade Federal de Juiz de Fora, há desafios a curto, médio e longo prazo.
Ele avalia que, neste primeiro momento, o produtor de leite precisa superar problemas como o alto custo de produção e a carência de insumos, que já estavam estabelecidos após o gargalo logístico internacional que se formou após a elasticidade de oferta e demanda durante a pandemia e tende a se acentuar com os reflexos da guerra no leste europeu.
Porém, talvez o maior impacto para a cadeia de lácteos não venha de fora, e sim seja um problema interno no Brasil. “A pandemia desorganizou as cadeias produtivas e logísticas de insumos. Mas no caso da receita, a formação de preços é com base no mercado interno. Com isso, vivemos situação difícil porque o mercado interno não está demandando muito leite. Assim, o preço pago ao produtor está baixo, as margens estão estreitas e tem muito produtor que está no vermelho. Então, vai ser um desafio superar isso”, vê Martins.
O desafio de médio prazo tem a ver com os obstáculos para haver ganho de eficiência para melhorar a qualidade do leite produzido no País. “Isso não se resolve de uma hora pra outra. Você tem que estar permanentemente agindo nesse sentido não só com investimento, mas mudando a maneira de pensar, de agir. O que antecede a tecnologia é gestão, ter noção do que se está fazendo”, desenvolve o professor universitário.
Neste sentido, o médico veterinário da Rehagro Matheus Balduino Moreira mostra que mora nas pequenas ações a diferença entre o bom e o excelente. “Todo mundo acorda cedo, ordenha vaca, mas só quem faz isso com gestão e eficiência é que vai ter lucratividade. Está no detalhe mesmo. Mostramos que tem produtores com 78 centavos de lucro na operação e produtores com 18 centavos. Esse intervalo é justamente a eficiência, que permite que se ganhe mais dinheiro”, afirmou Moreira.
O desafio que se apresenta no horizonte é a sustentabilidade. Principal assunto debatido na Europa no último ano, antes da erupção belicosa na Ucrânia, o desafio da sustentabilidade se apresenta para as novas gerações não mais como uma opção saudável, mas de possível questão de sobrevivência. Isso cada vez mais deve impactar as escolhas do consumidor.
“Precisamos fazer um produto que agrade e respeite as características desse novo consumidor. É fazer leite carbono neutro, desde a propriedade até o transporte. A sustentabilidade é uma exigência da nova geração”, diz o professor Martins.
Nem tudo, porém, são problemas. Há esperança, principalmente no Rio Grande do Sul, para o setor. Segundo o diretor executivo da Viva Lácteo, Gustavo Beduschi, “a região Sul do País, e obviamente o RS, é a região onde mais aumenta a produção de leite - e vai se tornando um provedor para outras regiões”.
“A cadeia está fazendo a lição de casa. Está crescendo, mas também não é do dia para a noite que isso vai ocorrer”, afirma Beduschi.
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