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Grãos

- Publicada em 08 de Março de 2022 às 11:12

Safra gaúcha de verão deve ser 41,1% menor que a de 2020/2021

Estimativa, antes da estiagem, era de colher 33,7 milhões de toneladas, entre milho e demais grãos

Estimativa, antes da estiagem, era de colher 33,7 milhões de toneladas, entre milho e demais grãos


EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
Diego Nuñez
A safra de grãos de verão de 2021/2022 no Rio Grande do Sul deve ser 41,1% menor do que a colheita anterior, de 2020/2021, que foi de quase 33,2 milhões de toneladas, um recorde histórico. A projeção feita pela Emater-RS reflete o nível de perdas geradas pela forte estiagem.
A safra de grãos de verão de 2021/2022 no Rio Grande do Sul deve ser 41,1% menor do que a colheita anterior, de 2020/2021, que foi de quase 33,2 milhões de toneladas, um recorde histórico. A projeção feita pela Emater-RS reflete o nível de perdas geradas pela forte estiagem.
A empresa de extensão agropecuária divulgou novos números da safra, nesta terça-feira (8), no segundo dia da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.
Nocauteada pela escassez hídrica, a colheita de verão deve ficar em 19,5 milhões de toneladas, longe da estimativa inicial da Emater-RS de quase 33,7 milhões de toneladas nos principais grãos, de soja, milho, arroz e feijão. O recuo seria de 41,9%.
Se confirmada a marca, a safra interrompe um progressivo aumento da produção, que passou de 12,7 milhões de toneladas em 2013 para 18,5 milhões de toneladas em 2019.
O levantamento da Emater foi realizado entre os dias 16 e 28 de fevereiro e apontou perda 52,1% na soja, 55,1% no milho, 36% no feijão primeira safra 10,7% no feijão segunda safra e 4,5% no arroz.
Na comparação com a produção da safra passada, a perda média estadual fica ainda maior: 53,3% na soja, 37,5% no milho, 27% no feijão primeira safra, 13,5% no feijão segunda safra e 13,1% no arroz.
“É um momento de preocupação em virtude da intensidade da estiagem. Temos regiões com enormes perdas - 126 municípios colheram menos de 20 sacas por hectare. Então, temos muitos produtores que não vão conseguir produzir”, avalia o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri.
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“É um momento de preocupação em virtude da intensidade da estiagem", diz Rugeri, da Emater-RS. Foto: Ramiro Furquim/JC
A perda quantitativa de grãos, porém, não é o único problema enfrentado pelos produtores. O estresse hídrico das plantas causado pela seca não só reduz a quantidade de produção como também afeta a qualidade do grão colhido. “Agora, o que nos preocupa é também a qualidade destes produtos. As primeiras lavouras (a comercializar produtos) estão dando 30%, 40%, 50% de desconto porque o grão não tem qualidade. Temos mais essa dificuldade”, aponta Rugeri.
O milho, grão que é plantado cedo no calendário sazonal, é o cereal que tem as perdas mais consolidadas. A produtividade caiu mais do que a metade - 53,2% em relação à estimativa inicial da Emater. A área plantada também reduziu, em 4%. Os número são parecidos no milho silagem: perda de produtividade em 53,6% e queda na área plantada de 9,2%.
Na soja, plantada mais tarde, os impactos ainda estão sendo sentidos. A produtividade média para o grão que abrange a maior área plantada no Estado (6,3 milhões de hectares) caiu 52%. O município de Santa Rosa foi o mais afetado - deve colher 655 quilos por hectare, enquanto a expectativa média para o Estado era de 3.151 kg/ha. A soja avançou em 3,4% na área plantada em relação à safra 2020/21.
Uma cultura que reduziu significativamente a área plantada foi o feijão. Na primeira safra, as plantações de feijão encolheram 12,4%. Na segunda, a redução da área foi de 17,5%. “O feijão está saindo da propriedade. Está deixando de ser uma cultura, porque precisa haver uniformidade, e a coloração varia entre as lavouras. Aumentaram as áreas irrigadas, mas precisamos recuperar isso”, lamenta Rugeri.
Há quem tenha tido sorte na loteria das chuvas. "Temos oásis no Estado”, definiu o diretor técnico da Emater. Na região de Pelotas, há municípios com 10%, 5% de perda ou até mesmo perda nenhuma. Na região, há apenas um município que registrou perdas maiores do que 40% na produção.
A pesquisa foi realizada em 478 municípios produtores de milho, 453 produtores de milho silagem, 424 de soja, 241 de feijão 1ª safra, 154 de feijão segunda safra e 127 de arroz.
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