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Indústria

- Publicada em 06 de Março de 2022 às 19:15

Fabricantes de máquinas projetam bons negócios

Falta de linhas de crédito com juros mais atrativos é uma queixa do setor

Falta de linhas de crédito com juros mais atrativos é uma queixa do setor


/ALEXANDRO AULER/arquivo/JC
A indústria de máquinas e implementos agrícolas também retorna ao Parque da Expodireto a partir de hoje. Apesar dos danos causados na safra deste ano pela estiagem, há um certo otimismo ainda gerado pela colheita 2020/2021, a melhor da história do Rio Grande do Sul, com 37,63 milhões de toneladas de grãos e com os bons preços das commodities.
A indústria de máquinas e implementos agrícolas também retorna ao Parque da Expodireto a partir de hoje. Apesar dos danos causados na safra deste ano pela estiagem, há um certo otimismo ainda gerado pela colheita 2020/2021, a melhor da história do Rio Grande do Sul, com 37,63 milhões de toneladas de grãos e com os bons preços das commodities.
"Infelizmente, a estiagem castigou o produtor gaúcho e impactou nos resultados da safra atual, mas a sustentação dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional deve garantir uma rentabilidade positiva", afirma Alexandre Stucchi, diretor de Vendas Massey Ferguson.
"Além disso, o agricultor sabe que a tecnologia é aliada de melhor gestão da lavoura para garantir maior produtividade. Por isso, temos uma expectativa muito positiva para a Expodireto Cotrijal, com crescimento no volume de negócios em comparação a feira anterior", completou ele. A marca que irá lançar no evento a plantadeira MF500 Solo , a primeira do mercado brasileiro desenvolvida para o cultivo de soja e milho em terras baixas em sistema sulco-camalhão.
Mesmo com a seca, a experiência dos agricultores gaúchos com entraves climáticos semelhantes em anos passados encoraja o sentimento de superação do setor. O fato de a Expodireto já ter sido realizada em períodos de seca no Estado gaúcho, em 2005 e 2020, respectivamente, serve de base para a confiança da indústria de máquinas em relação às vendas.
"Todos os anos o produtor rural enfrenta alguma adversidade. O trabalho no campo não é tarefa fácil, é necessária muita resiliência e amor pelo o que se faz", lembra Anderson Strada, COO da SLC Máquinas. "Os preços das commodities estão atrativos demonstrando oportunidades para o setor. Estamos muito otimistas com a feira", destaca ele que, ao lado das concessionárias marcas Alvorada, Verdes Vales e Veneza Sul Equipamentos, representará a John Deere em Não-Me-Toque.
Contudo, vale lembrar que, na última edição presencial da feira, a estiagem afetou a comercialização do segmento. De acordo com o levantamento da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas referente à 21ª Expodireto Cotrijal, as intenções de compra de máquinas para grãos no evento de 2020 caíram 18%, em relação ao ano anterior. No segmento da armazenagem, a queda foi de 4%. O único segmento que registrou aumento foi o de máquinas para pecuária, com crescimento de 7%.
"A expectativa é de um público abaixo da normalidade. Apesar da pandemia parecer estar se encaminhando para o final, sabemos que muitas pessoas evitam aglomerações. Mas a retomada das feiras é um bom sinal, mostrando que podemos voltar às atividades normais", projeta o diretor-presidente da Stara, Átila Stapelbroek Trennepohl.
"Sem dúvida a estiagem deve afetar as vendas, é inevitável que isso aconteça. A estiagem está influenciando drasticamente na produtividade, impactando o lado financeiro dos agricultores e também deve refletir nas contas do Estado, de um modo geral", lamenta o executivo da Stara. "Acredito que o aumento dos custos não seja o maior impacto na hora das vendas, mas sim a baixa produtividade. A falta de linhas de crédito com juros mais atrativos também traz impactos", conclui Trennepohl.

Setor de máquinas e implementos é um dos que mais emprega no Estado

Representantes da indústria acreditam que a procura por novas tecnologias em um momento em que o público retorna ao evento em que terá a oportunidade de conferir presencialmente as máquinas pode manter o bom faturamento do setor. "Claro que a questão da seca prejudica. Mesmo assim, acho que vamos fazer uma grande feira por que o agricultor está com vontade de ir à Expodireto e conferir as novidades que a indústria das máquinas está lançando", declara Cláudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers). "Estas novidades trazem mais produtividade. Apesar da seca, teremos uma excelente feira. Eu mantenho o otimismo quanto às vendas. Acho que vamos vender bem", enfatiza.
Com 11% da produção do setor absorvida pelo Rio Grande do Sul, o presidente do Simers entende que a demanda proveniente de outros locais do País e do exterior ajudará o segmento a manter um bom ritmo. "Ano passado, por falta de componentes e mãos de obra, deixamos de entregar muitos pedidos para o Brasil inteiro. Eu espero que uma eventual queda de vendas no RS possa ser compensada em outros estadas que estão tendo uma safra muito boa", afirma Bier.
Apesar dos problemas vividos em solo gaúcho, a projeção é de que o agronegócio do Brasil deva crescer 5% em 2022, segundo estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O cenário macro nos apresenta produtores rurais com rentabilidade e o desejo de investir em novas tecnologias e inovações, aumentando assim sua produtividade", explica Alexandre Vinicius de Assis, diretor de Vendas Valtra.
"Interpretamos o momento como sendo positivo para o agronegócio brasileiro e trazemos perspectivas de negócios otimistas", completa Assis. Entre as novidades da empresa para a Expodireto está o lançamento da plantadeira dobrável Momentum.
A indústria de máquinas e implementos agrícolas foi um dos segmentos que mais criou vagas no último ano, de acordo com o levantamento feito pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE). O setor gaúcho gerou 4.747 empregos, entre janeiro e setembro de 2021, um aumento de 3.614 vagas a mais do que no mesmo período de 2020.
O segmento de máquinas e equipamentos agrícolas apresenta ritmo constante de crescimento da produção desde o segundo semestre de 2020. No ano passado, a produção física cresceu 40,6% no Brasil, o que favoreceu a geração de empregos, e em dezembro do mesmo ano, segundo estimativas do DEE-SPGG, o segmento das máquinas mantinha 32,7 mil empregos formais no Rio Grande do Sul.