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agronegócios

- Publicada em 06 de Março de 2020 às 18:54

Expodireto tem resultado positivo, apesar da estiagem

Começa na próxima semana uma grande ofensiva para pressionar a União a acelerar o apoio ao setor

Começa na próxima semana uma grande ofensiva para pressionar a União a acelerar o apoio ao setor


ALEXANDRO AULER/JC
Mesmo com público menor, estiagem e incertezas sobre impactos do coronavírus na economia global, o volume de propostas de negócios encaminhadas durante a Expodireto Cotrijal, de acordo com os organizadores, foi 10% superior ao registrado no ano passado. De R$ 2,41 bilhões em projetos e pedidos de crédito encaminhados em 2019, a edição de 2020 teria somado R$ 2,65 bilhões até a tarde de sexta-feira (6), surpreendendo aos próprios organizadores.
Mesmo com público menor, estiagem e incertezas sobre impactos do coronavírus na economia global, o volume de propostas de negócios encaminhadas durante a Expodireto Cotrijal, de acordo com os organizadores, foi 10% superior ao registrado no ano passado. De R$ 2,41 bilhões em projetos e pedidos de crédito encaminhados em 2019, a edição de 2020 teria somado R$ 2,65 bilhões até a tarde de sexta-feira (6), surpreendendo aos próprios organizadores.
Os números, porém, vale lembrar, são a soma das intenções de compra encaminhadas ao longo de cinco dias de feira - que podem ou não ser efetivadas nas próximas semanas e meses. A alta, de 10%, de acordo com o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, seria reflexo, por exemplo, da ação dos bancos, que entraram com mais recursos próprios e linhas pré-aprovadas de crédito em um volume superior aos anos anteriores. Também teria ajudado nos negócios as aquisições feitas por produtores de fora do Estado.
“O vice-governador e o presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, que são produtores rurais, por exemplo, vieram apenas visitar a feira, mas estimulados pelo que viram compram 20 máquinas aqui”, revelou Manica.
Apesar do resultado, lembra Manica, fora do parque o cenário é duro. A estiagem, avalia o presidente da Cotrijal, se encaminha para avançar a uma classificação de seca e até para a situação de calamidade econômica. Os prejuízos que se acumulam preocupam cada vez mais o setor, assim como a falta de apoio federal para amenizar as perdas com a estiagem.
Somando as perdas de todas as culturas, da uva aos grãos, são pelo menos R$ 12 bilhões de prejuízos no Rio Grande do Sul até o momento com a falta de chuva, diz Manica. A pressão por ajuda da União, agora, será reforçada, alerta o líder rural. O foco, no entanto, não será mais a esperada - e não anunciada - prorrogação das primeiras parcelas de financiamentos de custeio, que começam a vencer em breve.
“Não queremos mais falar em prorrogações. Queremos que o governo, via BNDES, libere recursos para que todos os produtores possam pagar as dívidas, com prazo de pagamento até 10 anos e carência de três anos. Existem recursos, sim, no BNDES. Depende apenas de uma decisão do governo”, reforçou Manica
O setor, antecipou o presidente da Cotrijal, começa nos próximos dias uma grande ofensiva para pressionar o governo federal a acelerar o apoio ao setor. Na segunda-feira, um encontro convocado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo, vai debater o tema e mobilizar o legislativo gaúcho em defesa do pleito rural.
Na quarta-feira, representes do setor produtivo devem ir a Brasília pressionar União e Ministério da Economia para agilizar uma solução para a crise nas lavouras do Estado. No discurso de encerramento da feira, Manica deixou claro que o setor deve apertar o tom das críticas ao pouco retorno do governo federal aos pleitos gaúchos.
“Não queremos mais saber o que o governo vai fazer, o governo é que tem que saber o que nós precisamos que ele faça. E tem que ser rápido", alertou o presidente da Cotrijal.

Os números da feira

Público
 
Negócios: R$ 2,65 bilhões (alta de 10%)
Público: 256 mil (- 4%)
 
Intenções de compra
 
Nos bancos comerciais: R$ 2,25 bilhões (46%)
Nos bancos de fábrica: R$ 262 milhões (- 24%)
Com recursos próprios: R$ 125 milhões (- 47%)
No pavilhão internacional: R$ 10 milhões (-97%)
Pavilhão da agricultura familiar: R$ 1,69 milhão (11%)