Tradicional evento da Expodireto, o Fórum Nacional do Milho ganhou ainda mais relevância neste ano como forma de chamar a atenção para a importância da cultura, uma das mais prejudicadas pela estiagem de 2020.
Apesar de ser um importante grão para dar equilíbrio ao solo, na rotação de cultura com a soja, e alimentar a pecuária de corte, leite, aves e suínos, o Rio Grande do Sul luta há anos contra o déficit de produção. E a compra do insumo fora do Estado, que normalmente já alcançava 1,5 milhão de toneladas, pode ser ampliada para 2,5 milhões em 2020 devido à quebra da safra gaúcha. Alta de quase 70% na aquisição externa, com ainda mais prejuízos ao caixa gaúcho.
“Ao importarmos toda esse volume, já deixamos de gerar aqui no Estado R$ 300 milhões em impostos. Perda que agora será ainda maior”, destacou Ivan Bonetti, diretor de política agrícola e desenvolvimento rural da secretaria da Agricultura do Estado.
A meta do governo do Estado, que apresentou no fórum o Programa Pró-Milho RS, é estimular a concessão de crédito ao produtor que investir na cultura, tanto para plantio e armazenagem, assim como facilitar processos e recursos para irrigação. Hoje são apenas entre 130 mil e 140 mil hectares irrigados na cultura do milho no Rio Grande do Sul, o que represente entre 12% e 13% da área total semeada com o grão. A meta do Pro Milho é ampliar para 210 mil, alcançando 30% do total, o que dará ajudará a reduzir perdas a atual, diz Paulo Lipp, coordenador das câmaras setoriais da Secretaria da Agricultura.
“O milho é tradicionalmente mais sensível a falta d’agua. Mais irrigação daria mais segurança ao produtor para plantar”, ressaltou Lipp.
Organizado pelo ex-ministro da Agricultura Odacir Klein, o fórum deste ano reuniu no parque da Cotrijal o presidente da Apromilho/RS, Ricardo Meneghetti, o chefe-adjunto de transferência e tecnologia da Embrapa, Jorge Lemainski, o pesquisador e consultor José Ruedell e William Weber, representante da multinacional Syngenta.