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TENDÊNCIAS

- Publicada em 20 de Agosto de 2018 às 23:00

Self checkout: mais autonomia e praticidade no atendimento

Com interface dinâmica e autoexplicativa, selfchekout  funciona desde 2017 no Comercial Zaffari, em Passo Fundo

Com interface dinâmica e autoexplicativa, selfchekout funciona desde 2017 no Comercial Zaffari, em Passo Fundo


MARCELO PARIZZI/DIVULGAÇÃO/JC
Em operação no Brasil há mais de 10 anos, o self checkout começou a ganhar espaço nos supermercados por conta dos avanços da tecnologia - que tornaram o sistema mais seguro - e, principalmente, pela conscientização do varejista, que passou a entender melhor o custo-benefício em ter o equipamento nas lojas. Conforme especialistas, com a instalação dos terminais de autoatendimento a empresa ganha agilidade, sem aumentar os custos.
Em operação no Brasil há mais de 10 anos, o self checkout começou a ganhar espaço nos supermercados por conta dos avanços da tecnologia - que tornaram o sistema mais seguro - e, principalmente, pela conscientização do varejista, que passou a entender melhor o custo-benefício em ter o equipamento nas lojas. Conforme especialistas, com a instalação dos terminais de autoatendimento a empresa ganha agilidade, sem aumentar os custos.
A ideia é oferecer essa opção como mais uma alternativa para que o consumidor realize as compras como preferir. Segundo a Visual Mix - uma das mais importantes empresas fornecedoras de tecnologia para os supermercados no Brasil, entre 10% e 15% da população já prefere esse tipo de atendimento nas lojas. O sistema do self checkout possui uma série de mecanismos que o tornam eficiente e confiável, como balança de precisão, câmeras e escâneres.
"Pela nossa experiência, não temos relato de tentativa de fraude do equipamento. O consumidor recebe e usa bem. Então acreditamos que esse formato seja até mais seguro que o checkout convencional", ressalta Silvio Sousa, diretor comercial da Consinco, fornecedora de sistemas de gestão corporativa para empresas de atacado e varejo alimentar. A tecnologia da empresa está presente em 37% dos maiores supermercadistas do País e em 56% dos maiores atacadistas de autosserviço, e a companhia já trabalha com o self checkout há três anos, tendo mais de 400 equipamentos espalhados pelo País, em mais de 100 lojas.
No Rio Grande do Sul, já são diversos estabelecimentos que aderiram à tecnologia. A Comercial Zaffari instalou, no ano passado, o primeiro equipamento em Passo Fundo, no Bella Città Shopping, e já expandiu o serviço para Santa Cruz do Sul e Ijuí. "Com a novidade, a redução de espera na fila pode chegar a 30%", segundo o diretor comercial da rede, Roberto de Andrade.
Mesmo com um ano difícil em relação à economia, o Asun Supermercados tem buscado investir em serviços com foco no cliente e que priorizem o atendimento, o ambiente e a qualidade. A rede já possui um equipamento de self checkout em operação na loja de Gravataí, na Região Metropolitana, e investe em outras ações diferenciadas.
"O time Asun busca meios para inovar e obter destaque no setor. Uma das novidades é a parceria com a empresa Rappi, disponibilizando uma plataforma para que os clientes realizem suas compras através do smartphone e, em até uma hora, recebam seus produtos em mãos", conta o presidente da rede, Antonio Ortiz.
Normalmente com uma interface dinâmica e autoexplicativa, o equipamento de self checkout proporciona autonomia e praticidade e é bastante simples de usar. Primeiro, o cliente posiciona o cesto na base e abre a sacola no suporte. Através de escâneres óticos ou a laser, os códigos de barras são registrados, e o monitor exibe as compras escaneadas. Os produtos são armazenados nas sacolas na medida em que são registrados, e então o cliente finaliza a compra e efetua o pagamento. É emitido um cupom eletrônico (nota fiscal) no término do procedimento.
Além das máquinas de self checkout, a Consinco lançou em maio, na Apas Show, o Parcel Locker, armário inteligente para retirada de compras feitas via e-commerce, sem a intervenção de um funcionário no local. A ideia é que os armários sejam instalados pelo supermercadista em um local de grande fluxo de pessoas, como postos de combustíveis, estacionamentos e condomínios. A novidade ainda está em fase piloto. "Essa é outra tendência que a gente entende que vai acontecer, porque ela facilita ao varejista a operação de entrega, porque o ponto mais crítico do comércio eletrônico de alimentos é justamente levar o produto até a porta do cliente. O Locker é uma forma inteligente de melhorar a entrega do e-commerce", reforça o diretor comercial da Consinco.

Tecnologias que surgem como aliadas do varejista

Com uma projeção de crescimento significativo para os próximos anos, o e-commerce é um caminho sem volta para os supermercadistas, que devem estar preparados para atender a essa nova demanda. "Apesar de ainda termos um percentual pequeno de consumidores no Brasil, é preciso ter uma plataforma consolidada, mas isso depende da localidade do mercado. Quando falamos dessas tendências, nos referimos a grandes cidades e regiões metropolitanas. É necessário que sejam áreas em que a pessoa tenha acesso à tecnologia, e isso ainda não é a realidade da grande massa brasileira. De qualquer forma, vale o investimento", explica Rogério Machado, especialista em varejo.
A experiência de compra, no entanto, não deve ficar restrita ao ambiente virtual, pois a tendência é investir em um ambiente convergente, o chamado omnichannel. "Ele aproxima lojas físicas, virtuais e compradores, de modo a explorar melhor o cliente pela possibilidade de interação, seja para promover o crescimento da marca, a venda final ou diferenciar-se da concorrência", assinala o instrutor da Agas, Gustavo Fauth.
A viabilidade desse formato acontece na medida em que o supermercado dispõe de mais canais para integrar os modelos on e off. "Nós entendemos que o processo de omnichannel assessora o cliente de várias formas. Quando surgiu o e-commerce, tinha-se um pensamento de que ele substituiria a loja física, ou que ambos não poderiam coexistir. Hoje, se entende que são canais complementares, e o mercado está apontando para essa tendência de convergência", reforça Silvio Sousa, diretor comercial da Consinco, uma das maiores empresas do País em fornecimento de sistemas de gestão corporativa.
As novidades surgem como diferenciais, mas, uma vez que são copiadas, acabam por igualar os varejistas. Para o cliente, isso é favorável, pois acirra a concorrência e proporciona conveniência. "Quem sai na frente normalmente é mais reconhecido. Entretanto, paga mais caro pelos custos da inovação, que, inicialmente, são mais altos. O mercado é dinâmico e faz as empresas se destacarem positiva e negativamente. Os que realizarem bem a convergência do físico com o virtual irão diluir melhor seus custos e, então, terão esse sistema como um aliado", avalia Fauth.
Para o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, o omnichannel é o modelo ideal para o atual consumidor. "Assim a pessoa não fica refém de horários, que é um grande problema hoje. As famílias estão menores, cada um tem uma atividade e, dificilmente, as pessoas conseguem conciliar seus compromissos com as entregas", comenta. Segundo Longo, essa tendência é a curto prazo, mas não descarta a visita ao ponto de venda. "O toque, isso nunca vai acabar. As pessoas têm essa necessidade", afirma.
O setor está em busca de inovação e estratégias mais inteligentes como aposta de crescimento. O Big Data, seja em relação à concorrência, ao fornecedor ou ao consumidor, é importante na obtenção de insights que resultam em melhores decisões e ações específicas para o negócio. "Além disso, a exploração de Inteligência Artificial para acompanhamento das mídias sociais e toda automação possível nas rotinas das operações, como nas lojas totalmente sem funcionários, e a venda por e-commerce em lojas ou redes que consigam se rentabilizar pelo canal são outros presságios para o setor", conclui Fauth.