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Dia do Produtor Rural

- Publicada em 27 de Julho de 2021 às 15:39

Produtor deve ficar olho nos custos da próxima safra

Paulo Pires, da Fecoagro: ano de safra cheia não significa ano mágico

Paulo Pires, da Fecoagro: ano de safra cheia não significa ano mágico


CLAITON DORNELLES /arquivo/JC
O produtor rural Rafael Fontana, de Joia, explica que a prudência é uma realidade: o investimento que fez com os valores restantes da safra passada tem como objetivo garantir os insumos ao próximo ciclo. Já tem 80% deles armazenados. Ele sabe que a conjunção de fatores que garantiu a supersafra em 2021 tende a desequilibrar para 2022. "Em outros anos, investi em maquinário; agora, priorizei o adubo e o cuidado com o solo para garantir boa produtividade e um custo ainda em conta, porque os preços, com a alta do dólar, estão assustadores", comenta o produtor.
O produtor rural Rafael Fontana, de Joia, explica que a prudência é uma realidade: o investimento que fez com os valores restantes da safra passada tem como objetivo garantir os insumos ao próximo ciclo. Já tem 80% deles armazenados. Ele sabe que a conjunção de fatores que garantiu a supersafra em 2021 tende a desequilibrar para 2022. "Em outros anos, investi em maquinário; agora, priorizei o adubo e o cuidado com o solo para garantir boa produtividade e um custo ainda em conta, porque os preços, com a alta do dólar, estão assustadores", comenta o produtor.
Como reforça o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires, a safra 2020/2021 garantiu a conjugação de fatores que há muitos anos o Rio Grande do Sul precisava: preços bons com produtividade alta. Conforme o índice de inflação de custos de produção e preço, calculado pela Farsul, os preços pagos ao produtor subiram 90,99%, enquanto os custos da produção, ainda não afetados pelo dólar, acumularam alta de 14,57%. A maior diferença favorável ao produtor da história.
"Um ano de seca não é o fim do mundo, assim como um ano de safra cheia não é um ano mágico. A agricultura é um negócio de longo prazo, que precisa sempre projetar o cenário futuro. Porque o agricultor vive de rentabilidade, não de receita. Já sabemos que o custo para a próxima safra vai aumentar muito, então, é hora de garantir o preparo", alerta o economista Antônio da Luz, da Farsul.
O que se sabe, até o momento, é que produtos como combustíveis, fertilizantes e outros químicos, em alguns casos, triplicaram seus preços de um ano para outro, indexados pelo dólar. Logo, o custo de produção, que foi um aliado em 2020/21, tende a passar dos 30% - o dobro na próxima safra.
Já os preços da soja em alta ainda poderão assegurar a lucratividade da próxima safra, mas não há garantia. Se hoje a saca é negociada acima dos R$ 160, como aponta Antônio da Luz, poderá passar dos R$ 200 nos próximos meses, ou mesmo cair.
De acordo com o analista Luiz Fernando Gutierrez, da consultoria Safras & Mercado, não é possível afirmar até quando o preço da soja seguirá em elevação, por uma série de variáveis no mercado internacional do grão. No entanto, segundo ele, para este ano "as perspectivas ainda são bem positivas em relação aos preços. A tendência, inclusive, é chegarmos a um pico de preços talvez no final de outubro, e isso garantirá rentabilidade para quem tem o produto estocado", avalia.
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