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Tendências

- Publicada em 15 de Julho de 2018 às 23:00

Iniciativas independentes promovem consumo consciente

No Brick de Desapegos é possível encontrar roupas usadas e atrações paralelas, como discos de vinil

No Brick de Desapegos é possível encontrar roupas usadas e atrações paralelas, como discos de vinil


/FREDY VIEIRA/JC
Em uma tarde chuvosa de sábado, enquanto um jogo qualquer da Copa do Mundo passa no telão, homens e mulheres circulam por um espaço repleto de araras de onde pendem roupas de todos os estilos. À primeira vista, mais um brechó. Mas ao percorrer o ambiente se percebe que ali há muito mais do que apenas roupas usadas. Há uma rede de propostas que sugerem um consumo diferente, alternativo e que passa ao largo das estratégias de marketing das grandes corporações. O segredo? As experiências que o espaço proporciona.
Em uma tarde chuvosa de sábado, enquanto um jogo qualquer da Copa do Mundo passa no telão, homens e mulheres circulam por um espaço repleto de araras de onde pendem roupas de todos os estilos. À primeira vista, mais um brechó. Mas ao percorrer o ambiente se percebe que ali há muito mais do que apenas roupas usadas. Há uma rede de propostas que sugerem um consumo diferente, alternativo e que passa ao largo das estratégias de marketing das grandes corporações. O segredo? As experiências que o espaço proporciona.
Assim é o projeto Brick de Desapegos, idealizado pela publicitária Natália Guasso há sete anos. Amante de moda e cansada dos apelos da sociedade de consumo massificado, Natália idealizou o primeiro brick com peças de seu próprio guarda-roupa, selecionadas após uma mudança. A procura foi grande e ela percebeu que havia um público interessado em um consumo mais consciente, fora dos apelos do fast fashion. "Percebi que a moda sustentável poderia ser um business e criei o Brick de Desapegos", relembra. A última edição ocorreu no Píer-X, espaço recém-inaugurado no Shopping Iguatemi, cujo propósito é justamente sediar eventos como esse.
Não demorou muito para que Natália percebesse que a colaboração é uma das chaves para esse tipo de negócio. Viu que, ao convidar outros pequenos empreendedores sustentáveis, enriquecia seu espaço e proporcionava mais experiências aos consumidores. Hoje, além da venda de roupas, feita por várias pequenas empresárias do ramo, os bricks também contam com atrações paralelas, tudo relacionado ao consumo sustentável.
No dia em que o Jornal do Comércio esteve presente, havia uma empresa de cosméticos artesanais, outra de purpurina orgânica, venda de discos de vinil, além da apresentação de banda, serviço de cafeteria, DJ, maquiagem e sorteio de prêmios entre os participantes. "Venho ao Brick para que as pessoas conheçam meu trabalho. As pessoas vêm em busca de experiência, então é a oportunidade perfeita de apresentar o meu produto", comenta Carolina Espíndola, criadora da marca de cosméticos artesanais e naturais Flor de Menta.

Música e beleza para encantar clientes

De olho no público feminino sempre ávido por novidades na área de maquiagem e beleza, uma das líderes do varejo mundial de cosméticos, a Sephora, inaugurou no Brasil um projeto que deu certo em outros pontos da América Latina. O Sephora The Sound of Beauty já tem cinco anos, mas sua primeira edição no País ocorreu há um mês, em Recife (PE). E entre os dias 5 e 8 de julho em Porto Alegre, na loja do Shopping Iguatemi. Na capital gaúcha a programação misturou música e experiências de beleza, com apresentações da banda Yex Music e da DJ Lilly Scott, além de oficinas, workshops, palestras e distribuição de brindes das marcas que participam da ação junto com a Sephora (Sephora Collection, Nars, Biossance, Lancôme, Urban Decay, Make Up For Ever, Dior, Best Bronze, Kat Von D, Shiseido, Giorgio Armani, Paco Rabanne, Too Faced e Smashbox). Passaram pelo evento mais de 5 mil pessoas.
O evento surgiu como uma forma de aproximar o público, formando um circuito de beleza e entretenimento enquanto as marcas parceiras do segmento apresentam novidades, produtos e formas de aplicação, além de oferecer experiências personalizadas. "Estamos muito animadas com a realização deste evento no Brasil. O sucesso em Recife e em Porto Alegre nos mostrou que o formato atrai o público interessado pelo universo da beleza, que é sedento por conteúdo, por se atualizar sobre as novidades do mercado e, além disso, vivenciar experiências promovidas por marcas que são referência e desejo das consumidoras", destaca a vice-presidente de Marketing e Merchandising para a América Latina, Andrea Orcioli.
Além de reunir as clientes fiéis, ações como essa também têm o objetivo de impactar quem não conhece a Sephora. Segundo Andrea, as lojas contam com produtos para todos os estilos e bolsos, daí a importância de chegar a novas praças e públicos, ampliando o espectro de relacionamento da marca. As vendas, objetivo final de qualquer varejista, são uma consequência da interação com as clientes. "Durante os dias de evento, todos os participantes têm acesso diferenciado a maquiadores e especialistas nos beauty moments. Mais do que vender, queremos que as pessoas adquiram produtos adequados aos seus estilos e necessidades e, principalmente, que saibam usá-los. Essas experiências, que já apresentamos diariamente em nossos pontos de venda, são reforçadas nesse tipo de ação"completa Orcioli.
 

Quem tem medo do sistema financeiro?

Em tempos de relacionamento estreito com as marcas e de viver experiências proporcionadas por produtos e serviços, o sistema bancário tradicional parece um contrassenso. Mas até isso está mudando, em velocidade acelerada, em função da tecnologia e da conectividade. Simplificação e ampliação do acesso dos usuários ao sistema financeiro já vêm chacoalhando os bancos, que se movimentam para oferecer serviços cada vez mais personalizados e customizados aos clientes. Um exemplo disso é o Banrisul, que além de investir pesado no sistema de banco digital, recentemente abriu um fundo de corporate venture para incentivar as Fintechs e, no momento adequado, atuar em conjunto com elas.
Mesmo para os não iniciados, é fácil entender o conceito de Fintech. Abreviatura do termo Financial Technology, algo como tecnologia financeira, significa uma startup especializada em oferecer serviços financeiros inovadores e otimizados, com mais agilidade e menos custos do que o sistema bancário convencional. O segredo delas é o uso da tecnologia para simplificar, reduzindo a burocracia. Fintechs podem oferecer, por exemplo, serviços de conta bancária digital, cartão de crédito e até microsseguros. Em todo o mundo, a entrada desse modelo de negócios no sistema financeiro vem gerando discussões acaloradas, pois o seu crescimento já é percebido pelos grandes bancos e instituições financeiras.
É o caso do Banrisul, primeiro banco do país a criar um fundo como esse. De acordo com o diretor de Tecnologia da Informação, Jorge Krug, o objetivo foi trazer a inovação das Fintechs de forma integrada ao banco tradicional, para que todos ganhem - banco e, especialmente, os clientes. Segundo ele, esse tipo de startup já integra o ecossistema de negócios financeiros do País, com o uso cada vez mais intensivo da tecnologia. "Temos que buscar soluções constantemente, para entregar eficiência aos clientes, que estão conectados e têm cada vez mais informações sobre o tipo de serviço que se adapta às suas necessidades. Queremos unir isso à nossa tradição", completa Krug.