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CRÉDITO

- Publicada em 16 de Julho de 2018 às 18:50

Setor varejista observa o comportamento da inadimplência

Consumidor está comedido no momento da compra por impulso e mais consciente na hora de contrair dívidas, o que estabiliza a negativação

Consumidor está comedido no momento da compra por impulso e mais consciente na hora de contrair dívidas, o que estabiliza a negativação


LUIZA PRADO/JC
O nível de empregabilidade em baixa aliado à queda da renda familiar pode ter efeitos perversos no bolso do consumidor e na quitação de seus compromissos. Levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, em maio, houve uma alta de 1,08% no total de pessoas físicas inadimplentes na Região Sul, na comparação com igual período de 2017. Os três estados somaram 8,15 milhões de consumidores com CPF restrito para compras a prazo ou contratação de crédito, o que representa 36% da população adulta da região. Houve, no entanto, uma queda de 3,90% no volume das dívidas. No caso do Rio Grande do Sul, o percentual de famílias com dívidas, em maio, foi de 67,5%, mais elevado que a média histórica, de acordo com a Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul - Fecomércio-RS. No entanto, o índice é mais baixo do que os 71,1% de maio do ano passado.
O nível de empregabilidade em baixa aliado à queda da renda familiar pode ter efeitos perversos no bolso do consumidor e na quitação de seus compromissos. Levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que, em maio, houve uma alta de 1,08% no total de pessoas físicas inadimplentes na Região Sul, na comparação com igual período de 2017. Os três estados somaram 8,15 milhões de consumidores com CPF restrito para compras a prazo ou contratação de crédito, o que representa 36% da população adulta da região. Houve, no entanto, uma queda de 3,90% no volume das dívidas. No caso do Rio Grande do Sul, o percentual de famílias com dívidas, em maio, foi de 67,5%, mais elevado que a média histórica, de acordo com a Pesquisa Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul - Fecomércio-RS. No entanto, o índice é mais baixo do que os 71,1% de maio do ano passado.
Embora o cartão de crédito seja a modalidade de crédito mais popular, está se tornando um problema para uma parcela dos consumidores. A pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Diretores Lojistas (CNDL) aponta que um em cada cinco usuários de cartão de crédito (20%) utilizam o meio de pagamento como extensão da própria renda. Desta forma, acabam recorrendo a esse tipo de crédito para continuar comprando quando o salário acaba. É por isto que o cartão de crédito continua com o maior peso no endividamento dos gaúchos (82,9%), seguido por crédito pessoal (19,5%), carnês (15,6%) e cheque especial (9,0%), como mostra a Peic.
O presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Ricardo Luís Diedrich, afirma que diante da situação atual, o consumidor está mais consciente na hora de contrair dívidas e este comportamento leva à estabilização da negativação. "As pessoas estão mais comedidas na compra por impulso", analisa o dirigente. Na avaliação do presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre - Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, a inadimplência não apresenta mudanças e a crise tem ensinado boas lições de consumo. O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, observa que toda a incerteza com relação ao futuro do País se reflete na confiança dos empresários e dos consumidores. "Como as pessoas vão consumir bens duráveis, investir em negócios, empregar pessoas, em um cenário desfavorável e incerto?", observa. "Há bons indicadores e a expectativa é de recuperação, mas isso ainda não ocorreu da forma que o setor precisa", complementa.
A economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Marianne Hanson, considera que está havendo uma reversão na tendência de crescimento do endividamento das famílias e também do comprometimento médio da renda com o pagamento das dívidas. "É um bom sinal em um momento de incertezas da economia", avalia. Porém, ela destaca que a reversão do endividamento significa também que as pessoas estão demandando menos crédito, justamente por causa do cenário ainda cheio de dúvidas. "Para continuar comprando é preciso ter confiança, por exemplo, na manutenção do emprego." Marianne acredita que a regularização dos débitos abrirá espaço no orçamento das famílias para um consumo maior no segundo semestre.
Para evitar os dissabores de uma lista de clientes inadimplentes, os lojistas adotam precauções. "Contingenciamos melhor o crédito e o resultado são índices controlados", conta o presidente da Lojas Lebes, Otelmo Drebes, que tem a experiência de uma carteira com mais de 1 milhão de clientes.

Comprar e não se endividar, eis a questão

A planejadora financeira e sócia da Par Mais, Annalisa Dal Zotto, dá dicas para evitar o endividamento:
  • O ideal seria não comprar a prazo. Quando se quer algo, se economiza para pagar à vista. Se não tiver alternativa, é necessário pesquisar. Parcelar a compra no cartão não costuma incidir juros, daí é válido. Veja que é parcelar no cartão. Parcelar o pagamento do cartão é caríssimo, pode chegar a 200% ao ano. No crediário da loja, muitas vezes incide juros. Se em ambos os casos não incidir juros, convém parcelar no cartão para evitar cair em tentação quando for pagar a parcela na loja.
  • Todas as modalidades de pagamento atrasado na fatura do cartão são caríssimas. Se não se tem dinheiro para pagar o cartão, o ideal é buscar uma linha de crédito mais barata. Pedir dinheiro emprestado para parentes, crédito consignado, CDC, nessa ordem. Se não der, é melhor parcelar a fatura do que ficar inadimplente.
  • A mesada pode ensinar muito aos filhos. Inicie com a semanada. Depois prolongue o prazo e inclua no valor um pouco a mais, para que ele compre algo que deseja "com o dinheiro dele", mas que para isso terá que economizar. Assim, eles aprendem a poupar para atingir seus objetivos.