Fruki vai atrás de clientes em mercados que multinacionais não estão

Há 95 anos no mercado, com cerca de 850 funcionários, a Fruki se baseia em uma empresa familiar. Recentemente, Nelson Eggers, que presidia a companhia, transmitiu o cargo no final de abril para a filha, Aline Eggers Bagatini e passou a ser integrante do Conselho Consultivo. Ela faz parte da quarta geração da família à frente dos negócios. Júlio também assumiu recentemente o cargo de diretor administrativo – antes, tocava o marketing da Fruki.

Sempre voltada ao mercado gaúcho, a Fruki não tem a pretensão de competir em pé de igualdade com gigantes do setor. “São empresas exemplares em suas gestões para todos os segmentos. É importante tê-las próximo de nós, pois também aprendemos”, afirma Júlio Eggers. Uma das estratégias é explorar vazios que não são preenchidos por essas multinacionais, com o objetivo de entregar a demanda necessária aos clientes. Para o diretor, entender quais são as lacunas a serem completadas é um dos movimentos que fez elevar os números da companhia e cair no gosto do cliente.

A nova fábrica, em um espaço de 87 hectares, aumentará a capacidade de produção da empresa. Hoje, em Lajeado, são produzidos cerca de 420 milhões de litros anuais. O aumento de demanda, sobretudo nas bebidas alcoólicas, gerou uma mudança no projeto, cuja dimensão da obra não pode mais ser mensurada, uma vez que há aumento sucessivo na demanda pelo produto. A empresa não fala em valor investido, mas procura trabalhar a gestão de seus diretores para não perder o fio na boa onda que surfa, com resultados sendo batidos a cada trimestre. Júlio conta que nestes primeiros três meses de 2019, novamente o resultado foi acima da expectativa.

Por isso, mais do que se manter ou brigar pelo topo, a Fruki quer se consagrar em termos de gerência e qualidade de produto. “Se fizermos algo errado, pagaremos o preço por tudo que conquistamos até agora”, ressalta Eggers. A própria mudança diretiva feita de maneira a não impactar o mercado para que, segundo Júlio, não houvesse uma “ruptura administrativa”, mas sim uma continuidade do trabalho já realizado.