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Editorial

- Publicada em 24 de Maio de 2022 às 17:30

Otimismo sem descuidar da inflação


MERCEDES BENZ/DIVULGAÇÃO/JC
Cristiano Vieira, editor de Economia
Cristiano Vieira, editor de Economia
Neste mesmo espaço, no ano passado, o especial Dia da Indústria tratava da recuperação da economia passados os efeitos mais fortes da pandemia de Covid-19 no setor produtivo. O avanço da vacinação, em 2021, permitiu o retorno gradual das atividades, com maior movimento nas ruas, empresas e nas fábricas.
Agora, em 2022, dirigentes de entidades, executivos e economistas veem a inflação como maior obstáculo para o crescimento do Brasil neste ano. No acumulado de 12 meses até abril, o IPCA, medido pelo IBGE, soma 12,13%. Um dos principais custos que têm puxado a alta inflacionária são os combustíveis, mais precisamente o óleo diesel, que registra variação positiva de 47% em um ano.
Outra face desse quadro inflacionário é o aumento da taxa de juros. O Banco Central ajusta a Selic para tentar frear a alta de preços e, assim, conter o descasamento entre a oferta e a demanda. É um remédio amargo, mas visto como necessário por muitas empresas. A taxa Selic está em 12,75% ao ano, e o Comitê de Política Monetário (Copom) já indicou que deve seguir aumentando os juros para segurar a inflação.
A esse cenário somam-se fatores cujas consequências ainda serão percebidas, como a Guerra da Ucrânia (que já dura três meses), a forte estiagem que devastou a safra gaúcha neste ano (com perda de 50% na colheita da soja) e o ainda nebuloso quadro das eleições presidenciais e estaduais, que promete dominar o noticiário nos próximos meses.
Em uma entrevista exclusiva, o governador Ranolfo Vieira Júnior defende o programa gaúcho de concessões de estradas e lembra que o Estado tem o desafio de tirar do papel um volume histórico de R$ 6,3 bilhões em investimentos com recursos próprios. Segundo o governador, nas finanças públicas, a adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal será concluída em junho.
Na edição deste ano, o caderno Dia da Indústria também abre espaço para matérias mostrando a realidade do setor econômico no Rio Grande do Sul, que não parou de contratar mesmo com os efeitos da pandemia. Alguns dos maiores investimentos em andamentos no Estado são de indústrias como a CMPC, que destinou R$ 2,5 bilhões para a sustentabilidade e a modernização da fábrica de Guaíba.
Por outro lado, uma matéria especial destaca o desafio de seguir crescendo em um cenário no qual a escassez de insumos e a alta de matérias-primas encarecem o dia-a-dia das fábricas. A maior preocupação concentra-se no campo dos eletroeletrônicos. Esse segmento tem apresentado reprogramações e prazos de entregas muito longos em razão das dificuldades de abastecimento, sobretudo de semicondutores, que são materiais básicos de qualquer componente eletrônico.
E é neste cenário de desafios para a indústria e a economia como um todo que o Jornal do Comércio começa a contagem regressiva para as comemorações dos 90 anos, marcadas para 2023. Boa leitura!
 
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