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saúde

- Publicada em 25 de Maio de 2020 às 03:00

Empresas precisaram adotar medidas sanitárias e de segurança

CMPC implantou protocolo para manter a operação em Guaíba funcionando

CMPC implantou protocolo para manter a operação em Guaíba funcionando


CMPC/DIVULGAÇÃO/JC
Desde o final de março, as políticas adotadas pelo governo estadual e pelas prefeituras sobre a manutenção de atividades industriais durante a pandemia sofreram diversas modificações. As restrições variaram muito dependendo se o segmento de atuação era considerado essencial ou não, por diferenças de decisões das prefeituras de cada município e pelo avanço do status sanitário das regiões gaúchas. No entanto, todas as indústrias do Estado tiveram que realizar ações semelhantes de higienização e restrição de pessoas voltadas para proteger a saúde de seus funcionários e combater a transmissão do novo coronavírus.
Desde o final de março, as políticas adotadas pelo governo estadual e pelas prefeituras sobre a manutenção de atividades industriais durante a pandemia sofreram diversas modificações. As restrições variaram muito dependendo se o segmento de atuação era considerado essencial ou não, por diferenças de decisões das prefeituras de cada município e pelo avanço do status sanitário das regiões gaúchas. No entanto, todas as indústrias do Estado tiveram que realizar ações semelhantes de higienização e restrição de pessoas voltadas para proteger a saúde de seus funcionários e combater a transmissão do novo coronavírus.
Por exemplo, quando as empresas calçadistas - um dos segmentos mais atingidos pela crise da pandemia - começaram a parar atividades, foi criada uma cartilha de cuidados, seguindo orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), para estabelecer regras para o retorno ao trabalho com segurança. Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira, cerca de 70% da indústria calçadista estava operando no começo de maio, porém com apenas 30% de sua capacidade ocupada. Os trabalhadores estão atuando com máscaras, utilizando álcool em gel e mantendo distanciamento, afirma o dirigente.
Uma das pioneiras na aplicação de regras para conter a pandemia foi a fabricante de celulose CMPC, instalada em Guaíba, que implementou um protocolo com mais de 20 medidas de prevenção e cuidados. No plano de ação envolvendo a operação, por exemplo, foram distribuídas máscaras e luvas, e está sendo realizada a aferição de temperatura dos colaboradores e prestadores de serviços, além de revezamento das equipes de turnos. "Isso para que cada grupo tenha condição de manter o isolamento social, para diminuir o risco de uma contaminação e ajudar na identificação de possíveis sintomas", afirma o diretor-geral da CMPC no Brasil, Mauricio Harger.
Todos os colaboradores e prestadores de serviços das áreas administrativas estão em home office, informa Harger. Além disso, foram colocados mais ônibus para respeitar o limite de distância entre as pessoas, sem contar que eles passam por uma forte higienização e sua limpeza foi intensificada com a aplicação de ozônio, assim como em todos os ambientes comuns. A CMPC também instalou dispensadores de álcool em gel em diversos pontos. "Entendemos que, agora, é mais do que necessário adotar todas as ações que visem mitigar os impactos futuros, sempre pensando no bem-estar das pessoas. Na planta industrial, implementamos uma cultura no uso das máscaras cirúrgicas, um dos itens fundamentais que compõem os EPIs no combate à Covid-19", afirma Harger.
Já o grupo automotivo Randon afirma que vem adotando diversas medidas para garantir a saúde e a segurança dos seus colaboradores e familiares e das comunidades nas quais suas unidades estão inseridas. Entre as ações estão o uso de pulverizadores e outros recursos de higienização; manutenção dos profissionais trabalhando de forma remota (home office); higienização dos transportes; uso de recursos visuais para indicar o distanciamento ideal em espaços compartilhados, como restaurantes, vestiários e transporte; maior ventilação em espaços comuns; borrifadores para limpeza de equipamentos de trabalho; maior número de lavatórios nas entradas dos restaurantes; treinamentos de saúde e segurança on-line; e disponibilização de máscaras para colaboradores.
Em Ivoti, o Grupo Fröhlich, fabricante da marca de alimentos Fritz e Frida, buscou seguir as orientações da OMS e dos demais órgãos responsáveis. "Liberamos os colaboradores com mais de 60 anos e os que integram o grupo de risco, bem como os jovens aprendizes", destaca o diretor-presidente da empresa, Lauro Carlos Fröhlich.
Além disso, foi adotada flexibilização de horários e home office quando possível; distanciamento entre pessoas; fornecimento e uso de máscaras, luvas, material de higiene e álcool gel; alteração de escalas de trabalho e horários de utilização de espaços comuns; suspensão de visitas a clientes, fornecedores e reuniões presenciais. "Ainda criamos materiais de comunicação instrutivos de segurança, higiene e prevenção, assim como monitoramento da temperatura corporal dos colaboradores e de terceiros que acessam a empresa, afirma Fröhlich.

Marcopolo fez planejamento já em fevereiro

Uma das primeiras empresas a adotar políticas nesse sentido foi a fabricante de ônibus Marcopolo, de Caxias do Sul. "Como possuímos uma fábrica na China que foi atingida, antes do início da pandemia no Brasil já tínhamos uma certa visão do que poderia acontecer aqui", explica Rodrigo Pikussa, diretor de Negócio Ônibus da empresa. "Em fevereiro, já contratamos um infectologista e havíamos começado a discutir o tema com diretores, a fim de elaborar um plano de ação. Então, quando começaram as restrições, em março, já tínhamos protocolos de segurança e times treinados, sabendo o que iriam enfrentar", explica.
A Marcopolo paralisou as atividades em 23 de março, após a confirmação dos primeiros casos da doença em Caxias do Sul. Com a retomada, em 13 de abril, foi implantada uma série de ações, especialmente na rotina de trabalhadores, que foram divididos em dois turnos, diurno e noturno, nunca permanecendo mais do que 25% da equipe em cada um. Os funcionários passam por triagem para medição de temperatura, foram disponibilizados testes rápidos para casos sintomáticos e instalados processos de orientação e treinamento, como sinalização para não usarem corrimões e espaçamento das áreas de trabalho e vestiários.
"O restaurante teve a capacidade reduzida, e deixamos de oferecer buffet para servir pessoalmente. Além disso, fabricamos em torno de 50 mil máscaras para distribuição aos trabalhadores e suas famílias, e uma parte também foi doada à comunidade", informa Pikussa.

Principais medidas de prevenção à Covid-19 nos estabelecimentos industriais

As indústrias gaúchas, para manterem abertas suas atividades, precisam obedecer às medidas a seguir, estabelecidas pelos decretos do Estado:
  • higienizar, durante o período de funcionamento e sempre quando do início das atividades, as superfícies de toque com álcool em gel 70% ou outro produto adequado;
  • higienizar, preferencialmente após cada utilização ou, no mínimo, a cada três horas, durante o período de funcionamento e sempre quando do início das atividades, os pisos, as paredes, os forros e o banheiro, preferencialmente com água sanitária ou outro produto adequado;
  • manter à disposição, na entrada no estabelecimento e em local de fácil acesso, álcool em gel 70%;
  • manter locais de circulação e áreas comuns com os sistemas de ar-condicionado limpos (filtros e dutos) e, obrigatoriamente, manter pelo menos uma janela externa aberta ou qualquer outra abertura, contribuindo para a renovação de ar;
  • manter disponível "kit" completo de higiene de mãos nos sanitários de clientes e de funcionários, utilizando sabonete líquido, álcool em gel 70% e toalhas de papel não reciclado;
  • manter louças e talheres higienizados e devidamente individualizados;
  • adotar sistemas de escalas, de revezamento de turnos e de alterações de jornadas, para reduzir fluxos, contatos e aglomerações;
  • diminuir o número de mesas ou estações de trabalho ocupadas no estabelecimento de forma a aumentar a separação entre elas, diminuindo o número de pessoas no local e garantindo o distanciamento interpessoal;
  • fazer a utilização, se necessário, do uso de senhas ou outro sistema eficaz para evitar filas;
  • dispor de protetor salivar eficiente nos serviços ou refeitórios com sistema de buffet;
  • manter fixado, em local visível aos clientes e funcionários, de informações sanitárias sobre higienização;
  • afastar, imediatamente, em quarentena, pelo prazo mínimo de 14 dias, todos os empregados que regressarem de localidades em que haja transmissão comunitária da Covid-19.