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Saúde

- Publicada em 03 de Junho de 2022 às 15:36

Oferta da vacina contra Covid na rede privada tem pouco interesse em Porto Alegre

As clínicas particulares já podem aplicar doses do imunizante da AstraZeneca

As clínicas particulares já podem aplicar doses do imunizante da AstraZeneca


Christof STACHE / AFP/ Divulgação/ JC
Luciane Medeiros
Embora a venda de vacinas contra a Covid-19 na rede privada esteja liberada, a movimentação nas clínicas de Porto Alegre para adquirir o imunizante ainda é pequena. A comercialização do produto por empresas particulares tornou-se possível com a queda da Lei 14.125/2021, que impedia a oferta pelo setor.
Embora a venda de vacinas contra a Covid-19 na rede privada esteja liberada, a movimentação nas clínicas de Porto Alegre para adquirir o imunizante ainda é pequena. A comercialização do produto por empresas particulares tornou-se possível com a queda da Lei 14.125/2021, que impedia a oferta pelo setor.
Inicialmente, apenas a vacina produzida pela AstraZeneca poderá ser vendida nas clínicas particulares, que importarão as doses direto do fabricante. De acordo com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), devem ser disponibilizados dois milhões de doses na rede privada.
Em Porto Alegre, a MDC Vacinas já está fazendo o cadastro de clientes interessados em se vacinar contra a Covid. Guilherme Doernte, um dos sócios da clínica, conta que, desde a última semana de maio, quando abriram as inscrições, cerca de 60 pessoas já se apresentaram. Para adquirir as vacinas, a clínica precisa ter 100 interessados. “Acreditamos que, ainda em junho, tenhamos o número fechado. A partir daí, entraremos em contato com os clientes e daremos início à vacinação”, diz Doernte.
O sócio da MDC Vacinas diz que a demanda ainda é um pouco baixa. “A opção de buscar uma clínica privada para se imunizar é para quem não quer esperar o momento de receber a dose de reforço pelo SUS ou que não está com o esquema vacinal completo”, explica. A dose da vacina contra a Covid vai custar R$ 287,00 na MDC.
Em outras clínicas, ainda não foi batido o martelo sobre a compra das doses. Mesmo com a procura de algumas pessoas pelo produto, os proprietários acreditam que só clientes muito fiéis vão optar por pagar para receber a imunização, oferecida gratuitamente pelo SUS.
Segundo Danielle Abadi, enfermeira da Imunitá, a direção da clínica optou por não comercializar a vacina neste primeiro momento. “Como a liberação para a venda na rede privada ficou muito próximo do término da data de validade das vacinas disponíveis para compra, que é até agosto, fica apertado para fazer o pedido mínimo de 100 doses, divididos em 10 frascos com 10 doses cada”, esclarece.
Farmácias e hospitais que oferecem vacinação contra vários tipos de doenças também não decidiram ainda se vão comprar o imunizante da AstraZeneca. É o caso da rede de farmácias Panvel, sem definição se vai adquirir ou não as doses. O Hospital Moinhos de Vento também ainda não tem previsão de quando vai oferecer a vacina contra a Covid.
O Jornal do Comércio contatou o Ministério da Saúde questionando sobre o posicionamento da pasta em relação ao início da venda das vacinas contra a Covid na rede privada, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. 

Oferta na rede privada é reivindicação antiga do setor

Passado mais de um ano do início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, apenas agora as clínicas privadas podem oferecer o produto. Empresas de São Paulo e Belo Horizonte já começaram a vender doses de AstraZeneca.
Segundo a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), desde o começo da imunização a entidade se disponibilizou a participar, mas isso não ocorreu inicialmente devido à escassez de doses, e depois em função da lei que dificultava a venda das vacinas.
A ABCVAC considera que o setor poderia ter colaborado muito mais, porém foram acatadas as diretrizes do Ministério da Saúde. A partir do término da vigência da Lei 14.125/2021, o segmento pode cumprir o papel de complementar o programa nacional de imunizações.
“Esperamos que, com o passar do tempo e o controle total da pandemia, a vacina de Covid venha a se tornar uma vacina de rotina, como a de gripe, por exemplo. Acreditamos que em algum momento haverá um estreitamento da faixa etária e grupos vacinados pelo PNI, e assim as clínicas atuarão como complemento e para aqueles não elegíveis, como já acontece na vacina de gripe”, diz Geraldo Barbosa, presidente da associação.
O preço de venda do imunizante será definido por cada clínica e de acordo com cada região. A estimativa é que varie em média entre R$ 300,00 e R$ 350,00 para o consumidor final, devido aos custos com logística, armazenamento, seguro, aplicação e etc.
Além da imunização contra a Covid, a ABCVAC lembra da importância de manter o calendário vacinal em dia em relação a outras doenças. Atualmente, são mais de 3 mil pontos de vacinação espalhados pelo Brasil.

Como vai funcionar a aplicação da vacina contra a Covid nas clínicas particulares

  • Será oferecida a vacina produzida pela AstraZeneca, a mesma vacina dada na rede pública (Fiocruz), porém importada diretamente da fabricante.
  • Como 3ª dose, todos acima de 18 anos podem tomar, independentemente do esquema primário, desde que faça pelo menos 4 meses que recebeu a 2ª dose.
  • Para a 4ª dose, pacientes de 18 a 60 anos que não estejam elegíveis nas orientações do PNI, devem aguardar orientação médica para reforço.
  • Cada paciente deve entrar em contato com sua clínica de confiança, se informar e fazer agendamento conforme a disponibilidade de doses, pois os frascos após abertos tem 48 horas de validade, dessa forma, deve haver um planejamento para não haver desperdício.
  • As clínicas também devem checar as doses que o paciente já tomou e efetuar as devidas orientações.
  • Todas serão registradas no programa de informações do governo federal, o ConecteSUS, como já acontece com as outras vacinas.
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