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SAÚDE

- Publicada em 08 de Março de 2022 às 18:34

Porto Alegre inicia nesta quinta debate sobre retirada de máscaras ao ar livre

Cenário da pandemia nos próximos 10 dias definirá se liberação de máscaras ao ar livre será possível

Cenário da pandemia nos próximos 10 dias definirá se liberação de máscaras ao ar livre será possível


Marcelo Camargo/Agência Brasil/JC
Fernanda Crancio
A avaliação do contexto local da pandemia nos próximos 10 dias deverá balizar a decisão da prefeitura de Porto Alegre de liberar o uso de máscaras em locais abertos. A flexibilização do acessório, já defendida pelo prefeito Sebastião Melo em outras oportunidades, será tratada nesta quinta-feira(10), em reunião da gestão municipal com especialistas em saúde e representantes de universidades e da Região Metropolitana 
A avaliação do contexto local da pandemia nos próximos 10 dias deverá balizar a decisão da prefeitura de Porto Alegre de liberar o uso de máscaras em locais abertos. A flexibilização do acessório, já defendida pelo prefeito Sebastião Melo em outras oportunidades, será tratada nesta quinta-feira(10), em reunião da gestão municipal com especialistas em saúde e representantes de universidades e da Região Metropolitana 
A intenção de Melo é se antecipar ao debate pela desobrigatoriedade das máscaras nos espaços abertos da cidade, que vem ganhando força, principalmente após outras capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e o Distrito Federal terem liberado a população do uso.
Pesam por aqui o fato de o Executivo gaúcho não ter se posicionado a respeito- principalmente após a judicialização da questão da retirada das máscaras para as crianças-, a estabilização dos indicadores da pandemia ainda em patamares altos e os fatores volta às aulas presenciais e retomada das atividades após o Carnaval, que podem impactar em uma nova onda de casos de Covid-19 nos próximos dias.
Em novembro do ano passado a possibilidade de flexibilização das máscaras começou a ser questionada no Estado, mas a orientação da Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi para a necessidade de aguardar mudança na lei federal, que obriga desde julho de 2020 a adoção do acessório para circulação em espaços públicos e privados em todo o território nacional.
Segundo o prefeito, o não uso de máscaras já é frequente em eventos, na praia e em outros locais mais movimentados, o que justificaria a intenção de liberá-las oficialmente, pelo menos ao ar livre. No entanto, convém analisar e debater a ideia com o meio científico. "Esse prazo, nos próximos dez dias, vai ser muito decisivo do ponto de vista da pandemia. Então, a prefeitura está adiantando o debate. Já expressei isso em outros momentos, penso que nos espaços livres nós já não devíamos usar mais máscaras. Está na hora de fazermos um debate científico sobre isso, não vamos fazer uma coisa no achismo. Porto Alegre tem a obrigação de fazer esse debate, e vamos fazê-lo", comentou Melo.
De acordo com a prefeitura, o debate técnico de quinta-feira contará com a participação de especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Pontifícia Universidade Católica (PUC), da Universidade Feevale e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Ufcspa).
Coordenadora da Rede Análise Covid-19, a biomédica e professora da Unisinos Mellanie Fontes Dutra é uma das principais vozes em defesa das manutenção das máscaras. Por meio de postagens nas redes sociais, ela tem destacado que "desobrigação não significa deixar ser recomendado" e que o uso do acessório deveria ser reforçado. "As máscaras seguem importantes, reduzem o risco de exposição, a chance de transmissão, protegem as crianças na volta às aulas e, se todos usam, os locais são mais seguros", destacou por meio do Instagram.
 Já a reitora da Ufcspa, Lucia Pellanda, fez uma alusão ao futebol para expressar a necessidade de permanência dos cuidados com a Covid-19. "Cada vez que as coisas começam a melhorar, paramos de jogar. E aí o vírus faz mais um 7x1. Estamos cansados, mas é justamente para evitar essa prorrogação interminável que precisamos manter a estratégia de jogo: vacina, máscaras, ventilação e cuidados. Depois de apanhar tanto, já era pra gente ter aprendido como funciona esse jogo: é jogo coletivo, não individual", enfatizou também pelas redes sociais.
 À reportagem, ela avaliou que em atividades ao ar livre sem aglomeração o risco de contaminação é menor, o que pode dar margem ao avanço do debate pela retirada das máscaras em ambientes externos. "É possível liberar ao ar livre, mas com alguns cuidados e bom senso, e pensando sempre que não ser obrigatório não quer dizer que não seja recomendado. As pessoas devem continuar usando e não deveriam ser discriminadas por causa disso", reforça.
Lucia destaca que "em um mundo ideal", o uso de máscaras não deveria ser considerado uma obrigação, mas sim um cuidado em relação ao outro, e lembrou o costume comum em alguns países asiáticos de adotar a máscara ao primeiro sinal de uma simples gripe.
"É um aprendizado, que nem foi com o cinto de segurança e o não fumar em local fechado, fomos aprendendo e se precisou de alguma legislação. Acho que no futuro vamos ter lugares em que continuaremos usando máscara e outros com mais flexibilidade, e isso sempre vai depender do raciocínio do risco da atividade e do lugar", completa.
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