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Saúde

- Publicada em 12 de Janeiro de 2022 às 20:12

Região Covid de Capão da Canoa tem a maior média móvel na pandemia

Cerca de 22% de uma média de 700 atendimentos por dia na UPA de Capão da Canoa são de positivados para a Covid-19

Cerca de 22% de uma média de 700 atendimentos por dia na UPA de Capão da Canoa são de positivados para a Covid-19


Luiz Moraes/DIVULGAÇÃO/CIDADES
Adriana Lampert
Resultado das aglomerações de Natal e Ano Novo, o número de atendimentos nas Unidades de Saúde da região Covid de Capão da Canoa pulou de 50 por dia em dezembro para 700 por dia nesta terça-feira (11). Para se ter uma ideia, o volume de atendimentos diários por sintomas gripais no auge da pandemia foi de 90 pessoas em 2021. Mas a procura aumentou bastante, desde o dia 01 de janeiro.
Resultado das aglomerações de Natal e Ano Novo, o número de atendimentos nas Unidades de Saúde da região Covid de Capão da Canoa pulou de 50 por dia em dezembro para 700 por dia nesta terça-feira (11). Para se ter uma ideia, o volume de atendimentos diários por sintomas gripais no auge da pandemia foi de 90 pessoas em 2021. Mas a procura aumentou bastante, desde o dia 01 de janeiro.
Outro agravante é que enquanto apenas 5% dos 50 atendimentos positivava para Covid em dezembro, no dia 03 já se detectava aumento dos casos entre as 355 pessoas que procuraram atendimentos na Unidade Covid do município. O mesmo ocorreu no dia 05 (407 atendimentos) e dia 08 (425 atendimentos). Nesta quarta, a o número de atendimentos caiu para 642 pessoas. 
Deste total de usuários que procuraram atendimento em postos do município do Litoral Norte, 22% positivaram para o novo coronavírus, afirma o secretário de Saúde de Capão da Canoa, Josiel Matos. "Somente no último final de semana, de sexta (7) a domingo (9), 496 turistas testaram positivo para Covid, emenda o diretor de Turismo da cidade, Everson Michel.
A média móvel da região é a maior desde o início da pandemia. "Estávamos preparados para um crescimento progressivo, mas esta terceira onda aumentou duas vezes e meia o número de casos, frente a segunda quinzena de fevereiro de 2021", quando também houve uma explosão de positivados, destaca Matos. "Isso que não estamos calculando o número de positivados em testes particulares, feitos em farmácias."
Segundo dados divulgados pelo governo do Estado, toda a região Covid de Capão da Canoa, que reúne os municípios do Litoral Norte gaúcho, atingiu, nesta semana, a maior média móvel de novos casos confirmados de toda a série histórica: 471,9 nesta desta quarta-feira (12). O ápice da pandemia havia sido registrado em 10 de março de 2021, com média móvel de 385,3 casos.
"Se a onda passada foi enorme, essa consegue ser maior, ainda que menos agressiva até o momento", pondera Matos, ao destacar que os casos graves estão mais raros. "A grande maioria de casos graves é de pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19 ou que não completaram o esquema vacinal", observa o secretário da Saúde de Capão da Canoa. Matos alerta que, ainda que os leitos clínicos e de UTI reservados para Covid não estejam lotados (média de dois ocupados para seis disponíveis), o sistema em si está sobrecarregado. Além disso, somente nesta quarta, 31 trabalhadores da Saúde de Capão da Canoa estavam afastados do trabalho por conta de contaminação pela doença.
"Quem puder, recomendamos que fique em casa, e, se sair, use máscara. O ideal é procurar um posto de saúde para testagem somente se tiver sintomas", reforça Matos. Um dos problemas que o município tem enfrentado é a falta de comprometimento dos turistas com o cumprimento dos protocolos. "É preciso evitar aglomerações, mas as pessoas parece que estão relaxando", comenta o secretário da Saúde. 
O diretor de Turismo de Capão da Canoa concorda: "Infelizmente, quase ninguém respeita: tem veranista e turista positivando e recebendo diagnóstico de Covid, e que seguem indo para a beira da praia, ao invés de fazerem a quarentena", comenta. Para evitar maiores alastramentos do vírus, o município cancelou eventos públicos na Orla e em praças da cidade, que estavam programados para serem feitos pela Prefeitura (a exemplo de shows com artistas locais na praia, mateada nas praças e até mesmo as comemorações de Carnaval). "Até segunda ordem, estão suspensos", ressalta Michel, ponderando que eventos menores (ginástica e happy hour) ocorrerão na Central de Turismo de Capão, localizada na beira da praia.
Nestes casos, haverá limite de público e exigência de protocolos, além da obrigatoriedade de apresentação da carteira de vacinação quando houver apresentações musicais. Capão da Canoa, assim como Torres, foi a única cidade do Litoral que realizou queima de fogos no Réveillon. "Mas não houve shows", pondera Michel. Ele destaca que os protocolos do município exigem o uso de máscara também no caso de haver circulação na beira da praia. "Poucas pessoas respeitam isso", admite. Ressaltando a necessidade de distanciamento obrigatório entre grupos que não sejam de uma mesma família por exemplo, o diretor de Turismo de Capão da Canoa diz que há fiscalização, mas é mais no sentido de conscientizar a população. 
"Estamos notando que, por conta das notícias, o público reduziu um pouco, mas a praia segue lotada", comenta Michel. Segundo ele, a estimativa do município era de que 700 mil pessoas iriam passar as festas de final de ano no município. "Mas os Bombeiros informaram que o número foi de 1 milhão de pessoas." 
Lembrando que as cidades litorâneas "precisam dos turistas", mas emendando que a população precisa agir com consciência, o presidente da Associação de Turismo do Litoral Norte Gaúcho (ATL-Norte), Flavio Holmer, pondera que há mais de 20 postos de Saúde nos 22 municípios da região. "Somente em Tramandaí são oito postos. Existe uma estrutura para enfrentar a Covid-19, mas ninguém sabe até onde vai ser viável, se o número de casos seguir aumentando", admite. Holmer afirma que além de Capão da Canoa outras dez cidades litorâneas cancelaram shows e suspenderam atividades, como o Carnaval e eventos esportivos, para evitar um aumento da transmissão do vírus. 
"Nesta sexta-feira (14) deve sair uma nova portaria da Associação dos Prefeitos do Litornal Norte", adianta Holmer. "Imaginamos que para evitar aglomerações haverá regras mais rígidas", opina. O dirigente afirma que a Associação vem trabalhando na "educação" do turista e também no receptivo dos veranistas, para que os protocolos sejam respeitados durante o verão. 
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