A Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) diz que a decisão do governo do Estado de
premiar municípios que atingirem metas de vacinação é uma fuga do que deveria ser o foco da mobilização de todos os poderes atualmente: conseguir mais doses dos imunizantes para os gaúchos. O presidente da entidade, Maneco Hassen, conversou com o Jornal do Comércio na manhã desta sexta-feira (25) e salientou que a novidade "passa a ideia errada de que a vacinação está lenta por causa dos municípios".
A realidade, de acordo com Hassen, é bem diferente. "O Rio Grande do Sul só está na dianteira entre os estados que mais vacinam graças ao trabalho de cada município e das equipes de saúde", disse.
Para a Famurs, o prêmio "tenta mostrar que o governo do Estado precisa intervir para impulsionar a vacinação". "Ao incentivar uma 'corrida do bem' o governador passa para a sociedade, mais uma vez, que o atraso na vacinação é culpa dos municípios. E não é", publicou, em nota.
Para Hassen, o Executivo deveria estar se movimentando em busca de mais doses, tanto cobrando o governo federal quanto batalhando pelo direito de compra dos imunizantes, a exemplo do outras unidades da federação. "Queremos o governador (Eduardo Leite) nos defendendo, dialogando, e não colocando em dúvida nosso trabalho. Para acelerar a vacinação, como deseja o Estado e as 497 prefeituras do Rio Grande do Sul, é preciso ter mais vacinas", completou o também prefeito de Taquari.
Procurado pela reportagem, o governo do Estado ainda não se manifestou sobre as críticas tecidas pela entidade representativa.