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Coronavirus

- Publicada em 29 de Março de 2021 às 17:45

Vacina contra a Covid-19: veja as respostas para dúvidas mais comuns

Comitê reforça que vacinação é poderosa ferramenta de saúde coletiva para controle de epidemias

Comitê reforça que vacinação é poderosa ferramenta de saúde coletiva para controle de epidemias


ANDREAS SOLARO/AFP/JC
Fernanda Crancio
Para sanar as principais dúvidas da população sobre as vacinas contra a Covid-19, em aplicação desde janeiro no País e no Estado, o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia no Rio Grande do Sul lançou nota técnica para esclarecer pontos fundamentais sobre a ação dos imunizantes que vêm sendo administradas nos grupos prioritários incluídos no Programa Nacional de Vacinação (PNI) do Ministério da Saúde.
Para sanar as principais dúvidas da população sobre as vacinas contra a Covid-19, em aplicação desde janeiro no País e no Estado, o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia no Rio Grande do Sul lançou nota técnica para esclarecer pontos fundamentais sobre a ação dos imunizantes que vêm sendo administradas nos grupos prioritários incluídos no Programa Nacional de Vacinação (PNI) do Ministério da Saúde.
O material explica pontos como a chamada "imunidade de rebanho", a proteção coletiva, que ocorre apenas quando o total da população está imune a uma determinada doença, o que, na maioria dos casos, só pode ser atingido por meio da vacinação. Também ressalta que "todas as vacinas contra a Covid-19 em uso passaram por estudos rigorosos para garantir que são seguras".
De acordo com o Comitê, composto por especialistas da área da Saúde e de universidades, "a melhor vacina é aquela que tivermos disponível e acessível à população, para imunizar o maior número de pessoas, o mais rápido possível".
Em todo o Estado já foram recebidas 2,2 milhões de doses de vacinas, distribuídas a todos os 497 municípios, para imunização de cerca de 5 milhões de gaúchos que pertencem ao grupo. No entanto, reportagem do Jornal do Comérciou apurou que quase 40% dessas doses ainda não foram aplicadas.
Em Porto Alegre, cidade com o maior fluxo de imunização, mais de 13,5% da população já foram vacinados. Nesta segunda-feira (29), de acordo com dados do painel oficial de monitoramento das vacinação na Capital, mais de 201 mil pessoas, cerca de 80% do público alvo, já tinham recebido a primeira dose, enquanto que 73,4 mil já tiveram as duas doses aplicadas.
Com isso, a cidade desponta como a melhor colocada no ranking das 27 capitais brasileiras. Nesta segunda-feira (29), o calendário de imunização de idosos está atendendo a população com 69 anos ou mais.

Principais dúvidas sobre as vacinas:

1. A vacina modifica o DNA da pessoa?
Não. Essa dúvida surgiu recentemente, devido a duas vacinas disponíveis apenas fora do Brasil, que funcionam por meio de um novo mecanismo de RNA mensageiro (mRNA). O mRNA contido nessas vacinas carrega instruções genéticas que permitem nossas próprias células produzirem uma proteína do vírus da Covid-19 (a proteína S, que constitui as espículas ou Spike). Uma vez que a vacina seja injetada, o mRNA contido nela é capturado por células de defesa do organismo (macrófagos), que estão próximas ao local de injeção. No interior dessas células, o mRNA instrui a produção da proteína do vírus em sua superfície. Esse mecanismo vai induzir uma resposta imunológica que mimetiza aquela que ocorre na infecção natural, mas sem possibilidade de causar a doença. O mRNA é degradado e eliminado por enzimas do nosso corpo. O processo acontece no citoplasma da célula, e nenhum material genético entra no núcleo, onde está nosso DNA. Ou seja, esse material não causa mudança permanente e não pode ser reproduzido no processo de divisão celular. Todas as vacinas contra a Covid-19 em uso passaram por estudos rigorosos para garantir que são seguras.
2. A vacina é aplicada a uma temperatura muito baixa?
Algumas vacinas são armazenadas em temperaturas muito baixas durante seu transporte, para garantir sua estabilidade. Uma vez no local de destino, a vacina pode ser mantida em refrigerador comum por um período determinado pelo fabricante. No momento da aplicação a vacina estará próxima à temperatura ambiente.
3. O que é imunidade de rebanho?
Imunidade de rebanho (ou imunidade coletiva) é a proteção indireta contra uma doença infecciosa, que ocorre quando uma população está imune, o que na maioria dos casos só pode ser atingido por vacinação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apoia a busca pela imunidade de rebanho apenas por meio da vacinação, de modo a evitar casos e mortes desnecessárias. Quando as pessoas são vacinadas, seu sistema imunológico é “treinado” para criar anticorpos que as protegem contra uma doença. Assim, as pessoas vacinadas ficam protegidas contra a doença, quebrando as cadeias de transmissão. Desse modo, aqueles que estão vacinados protegem também as pessoas que por algum motivo não podem se vacinar. O percentual de pessoas que devem estar imunes para alcançar a imunidade coletiva varia de acordo com a doença. No caso da Covid-19 esse número é muito difícil de estimar, já que a propagação do vírus depende de fatores que incluem a demografia da população de risco e adoção das medidas preventivas, como uso de máscara e distanciamento. Para o sarampo, por exemplo, 95% da população tem que ser vacinada para que se alcance a imunidade de rebanho. De acordo com a OMS, para Covid-19 esse valor ainda não é conhecido.
4. O que acontece com quem não pode se vacinar?
Se a campanha de vacinação for bem-sucedida, a imunidade de rebanho protegerá até mesmo as pessoas que não podem se vacinar, como as que possuem alguma contraindicação para a vacina. Mas para que isso aconteça, uma proporção significativa da população precisa estar imunizada. Mesmo para uma vacina de menor eficácia, essa proporção mínima pode ser inteiramente atingida, bastando apenas aumentar proporcionalmente o número de pessoas vacinadas. Por isso se diz que, com a vacina, você protege a si mesmo e também aos outros. A vacinação é uma poderosa ferramenta de saúde coletiva para controle de epidemias.
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5. Qual vacina é melhor?
É difícil comparar estudos, pois eles avaliam grupos e desfechos diferentes, e têm tecnologias diferentes. O importante é considerar que todas as vacinas aprovadas para uso no Brasil possuem eficácia suficiente. Deixar de receber uma vacina agora para esperar por outra, no futuro, implica numa exposição prolongada ao risco, que desqualifica as possíveis vantagens de eficácia entre uma vacina e outra. A melhor vacina é aquela que tivermos disponível e acessível à população, para imunizar o maior número de pessoas, o mais rápido possível.
6. A pessoa pode contrair Covid-19 mesmo após ter tomando a vacina?
A vacina evita casos graves da doença e óbitos. Porém, leva algumas semanas para ter efeito. Portanto, é possível que uma pessoa possa ser infectada com o vírus pouco antes ou logo após a vacinação e, depois, adoecer porque a vacina não havia tido tempo suficiente para fornecer proteção. Por isso, recomenda-se aos vacinados que mantenham os cuidados, pois eles podem vir a transmitir o vírus.
7. A vacina pode provocar a doença?
Não. Nenhuma vacina provoca a Covid-19. Isso não é tecnicamente possível, já que nenhuma vacina expõe a pessoa a um vírus ativo com capacidade de reproduzir e causar infecção. O que pode acontecer é a pessoa se infectar antes da vacina fazer efeito ou não desenvolver imunidade total.
8. A vacina pode causar algum efeito colateral?
Toda a vacina pode causar pequenos desconfortos, como uma leve dor, ou, em alguns casos, vermelhidão ou inchaço no local da aplicação. Por alguns dias após a aplicação também pode ocorrer fadiga, leve febre, dor de cabeça e dor nos membros. Essas reações são normais, geralmente suaves, e diminuem após alguns dias. Isso mostra que o sistema imunológico foi estimulado pela vacina.
9. Quais os critérios de priorização das campanhas de vacinação?
A priorização é determinada pelo Programa Nacional de Vacinação (PNI) do Ministério da Saúde, que, por sua vez, segue as orientações da OMS. O grande objetivo da vacinação contra a Covid-19 é a preservação da vida dos que trabalham na manutenção do funcionamento dos serviços de saúde, seguido das pessoas com maior vulnerabilidade e risco de desenvolverem formas graves da doença e vir a óbito. Segundo o PNI, a prioridade em todo o território nacional deverá observar a seguinte ordem:
• Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas;
• Pessoas com deficiência institucionalizadas;
• Povos indígenas vivendo em terras indígenas;
• Trabalhadores de saúde*;
• Pessoas de 80 anos ou mais;
• Pessoas de 75 a 79 anos;
• Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas;
• Povos e comunidades tradicionais quilombolas;
• Pessoas de 70 a 74 anos;
• Pessoas de 65 a 69 anos;
• Pessoas de 60 a 64 anos;
• Comorbidades;
• Pessoas com deficiência permanente grave;
• Pessoas em situação de rua;
• População privada de liberdade;
• Funcionários do sistema de privação de liberdade;
• Trabalhadores da educação do Ensino Básico (creche, pré-escolas, ensino
fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA);
• Trabalhadores da educação do Ensino Superior;
• Forças de segurança e salvamento;
• Forças Armadas;
• Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros;
• Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário;
• Trabalhadores de transporte aéreo;
• Trabalhadores de transporte aquaviário;
• Caminhoneiros;
• Trabalhadores portuários;
• Trabalhadores industriais.
* Como trabalhadores de saúde, entende-se todo profissional da área da saúde que trabalha em uma profissão relacionada às ciências da saúde (médicos, enfermeiros, biólogos, nutricionistas, médicos veterinários, fisioterapeutas, profissional de educação física, assistentes sociais, fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, biomédicos, farmacêuticos, técnicos em saneamento, em análises clínicas, tecnólogos em radiologia, agentes de saúde pública,dentre outros.
10. A idade para se vacinar deve ser considerado dentro do ano que nasceu? No caso da vacinação para 65 anos, por exemplo, a pessoa deve ter feito já aniversário?
Para poder se vacinar de acordo com a faixa etária, é necessário sempre levar em conta a idade completa na data da vacinação. 
 
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