A Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirma estar monitorando todos os registros de reação da vacina contra o novo coronavírus. Dor de cabeça, febre, fadiga e inchaço no local da injeção são alguns dos efeitos colaterais mais comuns nas primeiras 48h após a aplicação do imunizante. Caso as reações persistam ou se aproximem dos sintomas de síndrome gripal, especialistas apontam para a necessidade de testagem para Covid-19.
Apesar de não existirem dados concretos sobre os eventos adversos das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca no Rio Grande do Sul, a chefe da divisão de vigilância epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, afirma que o Estado tem um sistema de notificação que monitora e acompanha esses casos. Segundo ela, a maioria dos eventos acontecem até 15 dias depois de a pessoa receber a dose, mas o Cevs monitora os pacientes por até 30 dias.
“Hoje, se um profissional da saúde ou população em geral ligar para o telefone 150, o disque vigilância, existe a opção de a ligação ser transferida para o telessaúde, onde essa pessoa vai notificar o evento adverso, ser atendida e monitorada”, explica Tani. A pessoa com reação vacinal também pode ir até a unidade de saúde na qual recebeu a vacina contra o coronavírus para notificar e receber atendimento.
No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), onde cerca de 7,1 mil profissionais de saúde já foram vacinados com uma das duas vacinas e 2,9 mil já receberam a segunda dose, a maioria dos eventos adversos apareceram em até 48h depois da aplicação. “Os sintomas mais comuns são cefaleia (60%), dor no local de aplicação (49%) e febre ou calafrios (45%)”, afirma o Chefe do Serviço de Medicina Ocupacional do HCPA e professor da Unisinos, Fábio Dantas, com dados aproximados.
O especialista sugere que o paciente faça um teste de coronavírus caso os sintomas persistam por mais de 48h. “Sempre que tiverem sinais que possam sugerir síndrome gripal, como dor de garganta, coriza, fadiga, tosse e falta de ar, é importante testar, porque a pessoa pode estar com Covid-19 e não ser só uma reação vacinal”, acrescenta. Nesses casos, deve-se procurar a atenção primária.
Tani conta que muitos dos casos notificados são, na verdade, casos de Covid-19. “Alguns dos sintomas compatíveis com os de síndrome gripal estamos classificando como Covid-19. Pessoas que fizeram a vacina, mas pegaram a doença. Isso não é um evento adverso”, completa.
Segundo Dantas, isso acontece porque
a vacina não garante imunização. “Todas as vacinas foram produzidas para evitar, principalmente, que as pessoas adoeçam de forma grave, porque é isso que quebra o sistema de saúde. Então as vacinas não impedem que a infecção ocorra. Ainda pode ocorrer, mas de forma menos grave.”
Quais os efeitos adversos que as vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca podem causar?
Coronavac
- No local da injeção: dor, inchaço, vermelhidão, caroço duro, coceira, mancha roxa e infecções no local.
- O vacinado também pode apresentar dor de cabeça, dor nos músculos, diarreia, náusea, cansaço e, mais raramente, febre.
Oxford/AstraZeneca
- Sensibilidade no local da injeção, dor local, dor de cabeça, fadiga, mialgia, mal-estar, febre, calafrios e artralgia, náusea.
- A maioria das reações adversas foram leves a moderadas e se resolveram dentro de poucos dias após a vacinação. As reações adversas foram menos frequentes após a segunda dose do que a primeira.
Como notificar o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) - telefone 150, o disque vigilância