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Coronavirus

- Publicada em 12 de Março de 2021 às 13:14

Coronavírus: Explosão de casos em mais jovens no RS começou em dezembro

Percentual de pacientes mais jovens internados sem comorbidades também cresceu

Percentual de pacientes mais jovens internados sem comorbidades também cresceu


SILVIO AVILA/HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
Juliano Tatsch
A superlotação nos hospitais gaúchos não para de crescer. Nesta sexta-feira (12), o percentual de ocupação dos leitos em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Rio Grande do Sul é de 106,4% - 3.286 pacientes para 3.088 leitos.
A superlotação nos hospitais gaúchos não para de crescer. Nesta sexta-feira (12), o percentual de ocupação dos leitos em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no Rio Grande do Sul é de 106,4% - 3.286 pacientes para 3.088 leitos.
Deste total de pessoas hospitalizadas, 2.418 - 73,6% - estão com a Covid-19. Ao todo, somando-se leitos clínicos e intensivos, 7.772 gaúchos e gaúchas estão internados por causa da pandemia. Somente nos últimos três dias, foram 802 vidas perdidas para o novo coronavírus no Estado. Nos últimos sete dias, foram quase 1,2 mil mortes.
Os profissionais da saúde que atuam diretamente no combate ao novo coronavírus já haviam percebido que o perfil dos pacientes que adentravam pelas portas dos hospitais necessitando de internação tinha mudado. A média de idade dos hospitalizados caiu significativamente desde o início do ano. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, por exemplo, a média de idade dos internados, que era de cerca de 60 anos durante todo o ano de 2020, caiu para 48 anos em março.
No Moinhos de Vento, as internações de pessoas com menos de 60 anos representam atualmente 44% dos casos no hospital. No boletim do dia 8 de dezembro, essa proporção era de 25%. Uma análise detalhada dos dados disponibilizados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), mostra que a mudança começou ainda no mês de dezembro do ano passado.
Até o término da Semana Epidemiológica 50, no dia 12 de dezembro do ano passado, o Rio Grande do Sul tinha registrado 10.259 hospitalizações em razão da Covid-19 desde o início da pandemia. Destes pacientes, 873 (8,51%), tinham menos de 40 anos de idade, sendo que 272 (30,15%) não apresentavam comorbidades (doenças ou problemas de saúde prévios).
No boletim epidemiológico seguinte, com dados até a Semana Epidemiológica 51, no dia 19 de dezembro, os números dispararam. As hospitalizações saltaram para 29.703, indicando o crescimento da curva da pandemia no Estado. O que chama a atenção nos números é o significativo crescimento no percentual de pacientes internados com idade inferior a 40 anos: passou para 12,33% do total (3.664 pessoas), sendo que 50,43% deles (1.848) não tinham comorbidades.
Ou seja, em uma semana, a fatia de pessoas com menos de 40 anos de idade que precisaram ser hospitalizadas por causa do novo coronavírus no Rio Grande do Sul passou de 8,51% para 12,33%. O aumento da força do vírus Sars-Cov-2 se percebe também pela significativa alta na quantidade de pessoas abaixo dos 40 anos sem nenhum tipo de problema de saúde prévio que necessitaram ser internadas, índice que passou de 30,15% para 50,43% em uma semana.
Os percentuais se mantiveram desde meados de dezembro de 2020 até o fim de fevereiro de 2021, data do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS), quando o índice de pacientes com menos de 40 anos hospitalizados caiu um pouco, ficando em 11,77%, mas a fatia destes que não tinham comorbidades também aumentou registrando 50,69%.
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No que diz respeito aos óbitos, a alteração do perfil das vítimas não se deu de modo significativo, apontam os dados oficiais. No boletim relativo à semana 50 de 2021 (12 de dezembro), as mortes de pessoas com menos de 40 anos representavam 3,30% do total. No documento da semana 8 de 2021 (27 de fevereiro), o índice foi de 3,12%.
O crescimento do número de pessoas mais jovens hospitalizadas pressiona os hospitais de duas maneiras. A primeira é pela quantidade por si só. Mais gente necessita de mais leitos. A segunda se dá pelo maior tempo que pacientes com idade menor permanecem internados. Por possuírem organismos com maior capacidade de lutar contra a Covid-19, esses pacientes, ainda que evoluam à óbito, acabam ficando mais tempo no hospital.
Conforme boletim divulgado Fiocruz na quinta-feira (11), o Brasil enfrenta o pior cenário desde o início da pandemia, sendo que o país nunca alcançou uma redução significativa de sua curva de transmissão. Os pesquisadores defendem como principal medida de controle e redução da transmissão, assim como para a diminuição do crescimento de óbitos diários, a adoção de medidas de supressão ou bloqueio, com incorporação de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, além do uso de máscaras em larga escala social.
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