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Coronavirus

- Publicada em 10 de Março de 2021 às 10:52

Coronavírus: Letalidade hospitalar no RS é maior entre analfabetos e pretos

Pacientes pretos internados acabam falecendo em 37% dos casos

Pacientes pretos internados acabam falecendo em 37% dos casos


ALAIN JOCARD/AFP/JC
Juliano Tatsch
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, uma das coisas que mais se ouviu falar foi sobre como o novo coronavírus era democrático, atingindo a todos da mesma maneira, independentemente de cor, sexo ou classe social. Entretanto, passado pouco mais de um ano da chegada da doença no Brasil e, mais especificamente, no Rio Grande do Sul, os números mostram que a suposta democracia da Covid-19 não é tão democrática assim.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, uma das coisas que mais se ouviu falar foi sobre como o novo coronavírus era democrático, atingindo a todos da mesma maneira, independentemente de cor, sexo ou classe social. Entretanto, passado pouco mais de um ano da chegada da doença no Brasil e, mais especificamente, no Rio Grande do Sul, os números mostram que a suposta democracia da Covid-19 não é tão democrática assim.
Os índices de letalidade hospitalar no Rio Grande do Sul mostram como a pandemia atinge com mais força aos menos privilegiados na sociedade. Um percentual de 46% das pessoas sem escolaridade ou analfabetas que foram hospitalizadas em razão da doença acabaram falecendo no Estado. O índice cai para 37% quando se analisam os pacientes que possuem da 1ª a 5ª série do Ensino Fundamental. Avançando na escolaridade, observando-se pessoas com formação entre a 6ª e a 9ª série do Ensino Fundamental, a letalidade hospitalar foi de 33%.
Quando a faixa de escolaridade sobe para o Ensino Médio (1º ao 3º ano), o percentual de pacientes que perderam a vida em hospitais foi de 21%, caindo para 17% em pessoas que possuem o Ensino Superior.
Ou seja, a cada 100 pessoas analfabetas ou sem escolaridade hospitalizadas no RS por causa do novo coronavírus, 46 morreram. Já no caso de pacientes com Ensino Superior, a cada 100 internados, 17 foram à óbito.
A letalidade hospitalar 2,7 vezes superior em pessoas sem educação formal comparativamente a quem esteve nos bancos acadêmicos, é um dos dois indicadores disponibilizados no último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-RS).
A outra análise trata da desigualdade de raça/cor. De todas as pessoas brancas que foram hospitalizadas por causa da Covid-19, 32% morreram. Quando a análise foca nas pessoas pardas, a letalidade hospitalar sobe para 35%. Já quando se foca em pacientes pretos, o percentual sobe ainda mais: 37%.
A própria Secretaria Estadual da Saúde salienta, em seu último boletim epidemiológico, que os números sofrem uma distorção, na medida em que pessoas brancas possuem maior média de idade. Assim, ainda que possuam média de idade maior – o que aumenta o risco de morte para a doença -, brancos morrem proporcionalmente menos quando hospitalizados: enquanto de cada 100 pessoas brancas internadas 32 perdem a vida, de cada 100 pretos, 37 morrem.
Do total de casos de contaminação registrados no Estado, 75,6% são em pessoas brancas (532.235), enquanto 3,8% são pretas (27.270).
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