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Coronavirus

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2021 às 18:48

Em alerta, São Leopoldo tem aumento da Covid-19 no esgoto e intensificará fiscalização

Resultado na ETE que atende a cinco bairros de São Leopoldo surpreendeu pesquisadores

Resultado na ETE que atende a cinco bairros de São Leopoldo surpreendeu pesquisadores


DIGUE CARDOSO/SEMAE/DIVULGAÇÃO/JC
Fernanda Crancio
O sinal de alerta foi acionado na cidade de São Leopoldo, no Vale do Sinos, após divulgação do último boletim da pesquisa que monitora a presença do coronavírus nas águas de arroios e do esgotamento sanitário. Segundo o levantamento, houve um aumento de mais de 2000% na carga viral encontrada nas amostras retiradas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vicentina, que atende cerca de 54 mil habitantes de cinco bairros da cidade. Por conta desse resultado, a prefeitura decidiu intensificar as orientações preventivas e de conscientização à população, e não descarta a possibilidade de ampliar as testagens, ação que deve ser analisada na próxima terça-feira (23), em reunião do Comitê de Atenção ao Coronavírus do município.
O sinal de alerta foi acionado na cidade de São Leopoldo, no Vale do Sinos, após divulgação do último boletim da pesquisa que monitora a presença do coronavírus nas águas de arroios e do esgotamento sanitário. Segundo o levantamento, houve um aumento de mais de 2000% na carga viral encontrada nas amostras retiradas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vicentina, que atende cerca de 54 mil habitantes de cinco bairros da cidade. Por conta desse resultado, a prefeitura decidiu intensificar as orientações preventivas e de conscientização à população, e não descarta a possibilidade de ampliar as testagens, ação que deve ser analisada na próxima terça-feira (23), em reunião do Comitê de Atenção ao Coronavírus do município.
Segundo o prefeito Ary Vanazzi, os dados apresentados no estudo serão considerados nas próximas medidas emergenciais de enfrentamento ao coronavírus a serem adotadas. O executivo municipal já emitiu comunicado com estado de alerta aos moradores e ampliará a atuação na fiscalização de descumprimentos dos decretos de enfrentamento à pandemia. “Os números, combinados com o aumento de óbitos, demonstram que as pessoas não estão testando, mesmo com sintomas. A situação segue crítica, afinal estamos num ritmo muito lento de vacinação no Brasil", comenta o gestor.
Desenvolvida desde maio do ano passado pela Feevale, em parceria com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul(CEVS) e instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e a Fiocruz, a pesquisa analisa 19 pontos de coleta de Porto Alegre e da Região Metropolitana - 10 ETEs, três Estações de Bombeamento de Esgoto (EBE) e seis arroios.
De acordo com a coordenadora do projeto, a bióloga Caroline Rigotto, ainda não foi possível identificar se esse aumento de carga viral registrado em São Leopoldo reflete também no incremento de casos no município, no entanto, segundo ela, o dado comprova a importância do estudo e sua eficácia no auxílio aos gestores municipais. "O resultado nos preocupou e imediatamente acionamos a Secretaria de Saúde de São Leopoldo, que é nossa parceira na realização da pesquisa. Os gráficos apontaram esse aumento significativo em um período de 20 dias", comenta a pesquisadora.
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Caroline afirma ainda que há relatos de surtos de Covid-19 em indústrias da região do Vale do Sinos nesse mesmo período e que os resultados de amostras positivas pode também ser reflexo da maior concentração de moradores nos bairros de São Leopoldo, ao contrário do que ocorre na Capital, onde há intensa migração populacional para as cidades do Litoral Norte. Por conta desses deslocamentos às praias, a concentração de vírus oscilou ao longo de janeiro em Porto Alegre, demonstrando, inclusive, queda da carga viral na ETE Serraria, que havia registrado maior disseminação do vírus entre novembro e dezembro.
Também houve queda nos registros da ETE Mato Grande, em Canoas, na ETE Freeway, em Cachoeirinha, e oscilações nos resultados da ETE Estocolmo, de Alvorada. Já na ETE Parque dos Anjos, em Gravataí, após pico ocorrido em dezembro, os resultados de carga viral se mantiveram baixos, chegando a valor próximo de zero na primeira semana de fevereiro.
Iniciado em janeiro de 2021, para verificar se a migração populacional para as cidades litorâneas também incidirá sobre o aumento da carga viral nessa região, o monitoramento do esgoto de Capão da Canoa e Torres apresentou oscilações no período, com valores altos na primeira e quarta semanas de análise. No entanto, o estudo mostrou baixa carga viral na ETE Mampituba (Torres) e números mais elevados na ETE Guarani (Capão), ainda sem razão identificada, em função do curto período de análise.
Segundo o engenheiro químico André Jarenkow, da equipe do programa Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) do CEVS, no geral as coletas desta fase da pesquisa apresentaram valores mais baixos do que os observados no final do ano passado, quando os números de casos positivos estavam em um patamar mais alto no Estado, refletindo na Região Metropolitana. O que o estudo pretende verificar nas próximas coletas, no final de fevereiro e início de março, é se os números mudarão e refletirão as aglomerações notadas em algumas cidades durante o Carnaval.
Sobre o aumento da carga viral das amostras de água registradas em São Leopoldo, ele aponta que comprova que o vírus está ativo e circulando pela cidade, o que requer atenção maior nas próximas coletas do estudo. "Nos surpreendeu um pouco, vamos ter de verificar se as próximas amostras manterão essa tendência de crescimento na região e na ETE Vicentina. O importante é esclarecer para as pessoas que pesquisamos o esgoto e arroios, que não há relação com a água potável tratada que é consumida, mas também deixar claro a elas que a pandemia permanece e que é importante manter as medidas preventivas à contaminação", esclarece Jarenkow.
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