Porto Alegre tem semana com avanço mais lento da pandemia em relação à anterior

Os especialistas ainda discutem, muitos deles divergindo, se o momento atual do novo coronavírus no Brasil e, mais especificamente, no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, é de uma segunda onda ou de reaquecimento da primeira onda da crise sanitária. Não há consenso sobre isso, mas o fato é que os números seguem subindo, ainda que, no caso da capital gaúcha, nesta semana, em uma velocidade menor do que na anterior.

Nesta quinta-feira (17), a capital gaúcha chegou a 301 pessoas internadas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) em razão da Covid-19. Desde o dia 21 de setembro, quando havia 306 pacientes internados em estado grave por causa da doença, a cidade não tinha um cenário tão ruim.

Ainda conforme o monitoramento em tempo real da prefeitura, 11 pessoas estão em Emergências hospitalares aguardando vagas em UTIs na Capital - cinco no Hospital Conceição, uma no hospital São Lucas da Pucrs, uma no Ernesto Dornelles, e quatro no Hospital Restinga.

Porto Alegre tem seis semanas seguidas de aumento no número de pacientes hospitalizados em UTIs em razão da pandemia. Entre o dia 5 de novembro e 17 de dezembro, a quantidade de pessoas internadas passou de 197 para 301 na cidade – um crescimento de 52,7%.

Na última semana, o total de pacientes em leitos intensivos por causa do novo coronavírus passou de 275 para 301, um aumento pequeno, de 1,6%, se comparado com o da semana anterior, que foi de 7,6%. No início desta semana, o secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Pablo Stürmer, afirmou que a cidade passa por um momento de reativação da primeira onda, mas há epidemiologistas que apontam uma segunda onda na Capital.

No que diz respeito aos novos óbitos, houve a manutenção de uma estabilidade no ritmo de crescimento na última semana. Entre 10 e 17 de dezembro, o percentual de aumento no total de mortes causadas pela Covid-19 na Capital foi de 4,2%, com o número de vítimas fatais passando de 1.660 para 1.731. Na semana anterior (de 3 a 10 de dezembro), a taxa de acréscimo nos óbitos havia sido de 4,7% e, na anterior, de 26 de novembro a 3 de dezembro, havia sido de 4,8%.

No último mês, entre os dias 17 de novembro e 17 de dezembro, foram 302 mortes relacionadas ao novo coronavírus na capital gaúcha – uma média de 10,06 óbitos diários. Na semana que passou, foram 71 óbitos em Porto Alegre pela doença – média de 10,1 por dia. Na semana anterior, de 3 a 10 de dezembro, haviam sido 75 mortes.

Outro dado importante quando se analisa o cenário da pandemia é o dos novos casos confirmados. Ainda que esse número não seja o melhor balizador para indicar um cenário, na medida em que não há uma testagem em massa, havendo, assim, subnotificação de ocorrências, ele pode apontar para uma aceleração ou desaceleração dos contágios.

A última semana foi a segunda seguida com diminuição no ritmo de novos contágios em Porto Alegre. Em relação aos sete dias anteriores, ocorreu um aumento de 6,9% no total de casos confirmados, passando de 66.212 para 70.838 – 4.626 novos casos, uma média de 660,8 confirmações por dia. Na semana anterior, foram 4.993 novos casos, uma média de 713,2 por dia.

A variação nas confirmações de casos está diretamente ligada a quantidade de testes realizados. Até o dia 17 de dezembro, haviam sido aplicados 275.395 testes – cerca de 18,5% da população porto-alegrense. Nos últimos sete dias, foram feitos 13.751 testes, quantidade inferior aos 19.206 aplicados no decorrer da semana anterior.

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