Com a lotação de leitos e os casos de infectados pelo novo coronavírus subindo, a prefeitura de Porto Alegre vai reforçar a estrutura de UTIs para a demanda de Covid-19. Quase 30 novas vagas serão ativadas até a semana que vem, segundo o secretário da Saúde, Pablo Stürmer.
As UTIs de hospitais privados e públicos alcançaram, no fim da tarde desta quinta-feira (10), 296 internações pelo novo coronavírus. Também são 26 suspeitos de estarem com o vírus nas unidades de cuidados intensivos.
Serão 27 vagas. Nesta sexta-feira (11), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) abrirá mais oito leitos. Na segunda-feira (14), o Hospital Conceição ofertará mais 10. Outros nove leitos serão ampliados pelo complexo Santa Casa na semana que vem. Todos são nas áreas exclusivas de Covid-19.
Porto Alegre chegou a ter cinco UTIs com 100% de ocupação nesta quinta, segundo painel da Secretaria da Saúde que é atualizado diariamente. A mais recente unidade a atingir ocupação total é a do Instituto de Cardiologia. As outras instituições com UTIs no limite são os hospitais Moinhos de Vento e Porto Alegre.
O Ernesto Dornelles e o Independência estavam com 100% da capacidade ocupada, mas tiveram liberação de vagas no fim da tarde. Mesmo assim continuam a manter nível acima de 90%.
Cenário de setembro se repete em dezembro nas UTIs
São 722 pacientes nas unidades, que somam 805 leitos. Com isso, a ocupação é de quase 92%, nível considerado crítico e semelhante ao do auge da pandemia.
Houve recuo da oferta total de vagas. No auge da demanda por leitos na crise sanitária, a rede chegou a ter um total de 849 vagas. Com o recuo de casos graves de Covid-19, as instituições voltaram a receber doentes de outras especialidades nas unidades.
Segundo o secretário, as limitações enfrentadas pelas UTIs e no fluxo de pacientes nos grandes hospitais privados, que atendem convênios e particulares, não estão gerando dificuldades para acolher a demanda de pacientes nas diversas áreas. "Por enquanto, o sistema privado está dando conta", garante.
Stürmer previne que a ampliação de leitos não significa que fica afastada a adoção de mais restrições.
"Ampliar leitos e restringir atividades não são opostos. Pelo contrário, costumam andar juntos e serem respostas à aceleração da pandemia", explica o secretário.
Sobre mais medidas que possam mexer com horários e operação de segmentos, Stürmer adianta que o comitê do novo coronavírus avalia periodicamente "a necessidade de restrições".
Os 296 casos nas UTIs repetem o que se verificou durante a semana, na retomada do nível mais alto de internações, e retoma o padrão de setembro, um pouco antes de reduzir a velocidade de transmissão. O número recorde de doentes com Covid-19 em UTIs na Capital foi de 347, em 4 de setembro.
Em 22 de setembro, havia 296 casos, depois disso começou a ocorrer a redução de internações em leitos de cuidados intensivos. Há duas semanas, o alerta voltou, com a reativação de restrições desde a semana passada.