Quando o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus no Brasil no distante 26 de fevereiro, ninguém imaginava que, oito meses depois, em 26 de outubro, o País ainda estaria vivendo sob a sombra da Covid-19. De lá para cá, 5.394.128 brasileiros foram infectados pelo vírus e 157.134 perderam a vida. A trajetória da pandemia no Brasil até agora foi bastante acidentada. Depois das polêmicas sobre a cloroquina, da queda de dois ministros da saúde, da disputa entre presidente e governadores sobre a necessidade ou não do isolamento social, o ruído da vez diz respeito à vacina que ainda não chegou, mas é aguardada ansiosamente.
Quase um consenso entre as entidades e profissionais médicos, a vacinação é a única forma de se obter uma imunização em massa da população e, assim, garantir que a vida volte ao normal sem riscos de novas ondas da doença, como a que vem sendo observada na Europa, que vê seus
números de novas infecções e óbitos dispararem nas últimas semanas.
No Brasil, enquanto institutos de pesquisa como o Butantan, a Fiocruz e o Adolfo Lutz estudam diuturnamente em busca de uma vacina segura e eficaz, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem batido na tecla de que a imunização não é obrigatória, sem usar a mesma verve para incentivar a população a se imunizar quando for possível.
Enquanto nos gabinetes as disputas políticas e ideológicas prevalecem, a população segue sendo infectada. Somente na última semana, entre os dias 18 e 25 de outubro, foram 158.784 novos casos de contaminação no País – uma média diária de 22,6 mil novas ocorrências.
A última semana, inclusive, foi de aumento no ritmo de novas contaminações no País, em comparação com as semanas anteriores (confira na tabela). Na semana compreendida entre os dias 11 e 18 de outubro, houve um aumento de 2,7% no total de pessoas infectadas no Brasil. No período mais recente, entre 18 e 25 de outubro, o crescimento foi de 3%.
Já no que diz respeito aos óbitos, o País apresenta uma lenta desaceleração, com o percentual de novas mortes estando em diminuição nas últimas quatro semanas (confira na tabela). Ainda assim, somente nos últimos sete dias, foram 3.229 óbitos causados pelo novo coronavírus no País. A média de 461,2 mortes por dia é bem menor do que aquela de mais de mil óbitos diários que se viu no pico da pandemia, no entanto, segue alta.
Atualmente, a letalidade da doença é de 2,9% no Brasil. Ou seja, a cada 100 pessoas contaminadas, 2,9 morrem. A mortalidade, por sua vez, é de 74,8 falecimentos a cada 100 mil habitantes.