A atualização semanal do cenário da pandemia do novo coronavírus em Porto Alegre realizada pelo Jornal do Comércio aponta duas notícias alvissareiras: a capital gaúcha apresentou, nos últimos sete dias, uma queda no percentual de aumento de óbitos –
depois de um aumento na semana anterior – e, a principal delas, teve uma forte redução no total de pacientes com Covid-19 internados em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
A diminuição do ritmo de aumento das mortes em razão da pandemia foi discreta entre os dias 9 e 16 deste mês, de 1,4 ponto percentual, mas reverte o quadro observado na semana anterior, entre 2 e 9 de setembro, quando um aumento de 0,34 ponto percentual tinha sido percebido (confira na tabela).
Ainda assim, os acréscimos superiores a 10% por semana, com 90 novos óbitos ou mais - tendem a fazer o total de vítimas fatais na cidade bater em mil – ou se aproximar muito disso - na semana que vem.
O outro indicador que traz uma perspectiva positiva para os próximos dias é o que mostra o número de pessoas que estão atualmente hospitalizadas em UTIs com diagnóstico confirmado de Covid-19.
Após uma substancial redução na semana passada, quando passou de 347 para 327 (-5,77%), a Capital teve mais uma semana de decréscimo no total de pessoas em leitos intensivos em razão do novo coronavírus, passando de 327 para 298 – uma diminuição de 8,87%.
É a primeira vez desde o dia 24 de julho que a cidade tem uma quantidade inferior a 300 pessoas em UTIs por causa da doença. As duas semanas de forte queda nesse indicador, podem indicar não somente a chegada em um platô, mas o início de uma queda na curva de casos graves da Covid-19 em Porto Alegre (confira na tabela).
Outro dado importante dado importante quando se analisa o cenário da pandemia em um local é o dos novos casos confirmados. Ainda que esse número não seja o melhor balizador para indicar um cenário da pandemia, na medida em que não há uma testagem em massa da população, havendo, assim, grande subnotificação de ocorrências, ele pode apontar para uma aceleração ou desaceleração dos contágios.
Nesse sentido, Porto Alegre, diferentemente dos outros dois indicadores, teve um aumento percentual no número de novos casos da doença na última semana em relação à anterior. O acréscimo foi muito pequeno, de apenas 0,13 ponto percentual. No entanto, reverte uma sequência de, ao menos, quatro semanas seguidas de queda (confira na tabela).
A variação nas confirmações de casos está diretamente ligada a quantidade de testes que são realizados. Até esta quinta-feira (17), a capital gaúcha testou 125.068 pessoas – por volta de 8,4% do total da população. Ou seja, com menos de 10% da população testada, o número real de pessoas já contaminadas pelo novo coronavírus tende a ser muito maior. A última etapa da pesquisa Epicovid, realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no Estado e divulgada no dia 10 deste mês, apontou que,
no Rio Grande do Sul, há um caso de infecção para cada 72 habitantes. Em Porto Alegre, considerando uma população projetada de 1.488.252 conforme o IBGE, e o total oficial de casos já reportados, esse número é maior – de uma infeção a cada 50,4 pessoas.