Depois de dar indicativos de que poderia estar chegando em uma estabilização da pandemia na cidade, com
duas semanas seguidas de queda nas internações por Covid-19 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), fortes oscilações nos números voltaram a colocar Porto Alegre em um cenário de indefinição a respeito dos rumos do novo coronavírus na Capital. Atualmente, são 27.251 casos confirmados de contaminação pelo vírus e 806 óbitos na cidade.
Em pouco mais de um mês, a Capital foi das portas de um
fechamento total (lockdown) em meados de julho, para um possível início de estabilização no fim de agosto. Agora, porém, no primeiro terço de setembro, os números voltaram a crescer em alguns dos indicadores.
Um deles é o de novos óbitos semanais causados pela doença. Se, nas três semanas compreendidas entre os dias 12 de agosto e 2 de setembro, Porto Alegre apresentou queda percentual no registro semanal de novas mortes, na última, entre os dias 2 e 9 de setembro, voltou a ter um aumento nessa taxa (confira na tabela).
Na semana mais recente, foram 90 vítimas fatais, representando um aumento de 12,56% em relação ao período anterior. Na semana que a antecedeu, entre 26 de agosto e 2 de setembro, o acréscimo havia sido de 12,22%.
Outro indicador que joga um balde de água fria na tese da chegada no platô é o de internações em UTIs em razão do novo coronavírus. A queda, que parecia consistente, foi alta na semana passada (redução de 5,77% em relação à anterior), mas isso se deu porque, nos sete dias que a antecederam, ocorreu um significativo aumento das hospitalizações (4,83%), com a cidade batendo, inclusive, o recorde de pessoas em leitos intensivos durante toda a pandemia.
Dessa forma, já não é possível apontar uma tendência de estabilização, na medida em que as variações não seguem um padrão, oscilando muito de uma semana para a outra.
Outro dado importante é o dos novos casos confirmados. Ainda que esse número não seja o melhor balizador para indicar um cenário da pandemia, na medida em que não há uma testagem em massa da população, havendo, assim, grande subnotificação de ocorrências, ele pode apontar para uma aceleração ou desaceleração dos contágios.
Porto Alegre vem tendo seguidas reduções semanais no percentual de aumento de pessoas contaminadas – acréscimo de 18,5%, 13,7% e 8,0% nas últimas três semanas, respectivamente. No entanto, a existência de casos represados pode ocasionar um salto de novas confirmações, embaralhando a análise. Isso ocorreu na primeira semana do período do último mês, quando a inclusão de ocorrências que não tinham sido contabilizadas ocasionou um aumento de mais de 77% nos novos contaminados em sete dias.