A principal tarefa dos gestores públicos de saúde no atual cenário da pandemia do ovo coronavírus é conseguir equilibrar a quantidade de pacientes com a o número de leitos hospitalares disponíveis. Para isso, contam com o auxílio da ciência. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) apontam que Porto Alegre alcançará o pico de internações em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) entre o fim de agosto e o início de setembro.
O trabalho é de autoria dos professores Cristiano Lima Hackmann, da Matemática, Carlos Schonerwald, da Economia, e Jair Ferreira e Maurício Guidi Saueressig, ambos da Medicina. A projeção trabalha com dois cenários distintos. O primeiro deles leva em consideração a população adulta da Capital - 1.014.009 pessoas -, excluindo, assim, jovens menores de 19 anos. O segundo, trabalha com a população total estimada da cidade, que é de 1.483.771 pessoas.
Cenário 1, com população menor, indica pico mais cedo e com menor demanda por leitos (Reprodução/JC)
Na primeira projeção, o pico de internações ocorreria entre os dias 20 e 24 de agosto, se aproximando de 400 pacientes em leitos intensivos. A partir do início de setembro, começaria uma queda na demanda por UTI – 300 pacientes perto do dia 19 de setembro, 200 por volta de 7 de outubro e 100 no começo de novembro.
Já no segundo cenário, o pico seria atingido mais tarde, entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro, e seria maior, se aproximando de 425 pacientes em leitos intensivos.
Cenário 2 considera população maior e indica pico mais tarde e maior necessidade de leitos (Reprodução/JC)
Outro dado que o trabalho projeta é o chamado ponto de inflexão, que corresponde a data em que o número de hospitalizados continua aumentando, mas a taxas negativas. “Isto é, observamos um crescimento de pacientes hospitalizados, mas a cada dia a diferença do dia atual com o anterior tende a diminuir”, diz o trabalho.
Pela estimativa, a data para o ponto de inflexão seria no dia 22 de julho para o cenário 1 e no dia 29 de julho para o cenário 2. “Neste caso, para os dois cenários simulados, já estaríamos começando a observar uma desaceleração do número de hospitalizados”, apontam os pesquisadores.